Morre Wladimir Pomar, militante e dirigente revolucionário, aos 86 anos
A morte foi lamentada por diversas figuras políticas
Por: Vitória Bronzati
Morreu na madrugada desta sexta-feira (9), o jornalista e escritor, Wladimir Pomar, aos 86 anos de idade. Ele era membro da direção do Partido dos Trabalhadores (PT) e coordenou a campanha de Lula para a presidência da República em 1989. Seu filho, Valter Pomar, dirigente do PT e professor de Relações Internacionais, confirmou a morte.
Wladimir era filho de Pedro Pomar, dirigente histórico do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), perseguido durante a ditadura de Vargas e assassinado na Chacina da Lapa, em 1976. Ele nasceu em Belém, no Pará, em 1936.Desde cedo, Wladimir demonstrou engajamento político e se tornou militante do Partido Comunista aos 13 anos, atuando no movimento estudantil e no movimento sindical metalúrgico. Durante a ditadura militar, o jornalista foi preso e viveu um período na clandestinidade.
Em 1984, Wladimir ingressou no Partido dos Trabalhadores (PT) e passou a fazer parte da executiva nacional da legenda. Sua contribuição mais destacada foi como coordenador geral da campanha de Lula à presidência em 1989. No ano seguinte, encerrou o mandato no Diretório Nacional do PT e, desde então, colaborou como militante com o partido, embora não tenha exercido cargos formais.
Wladimir Pomar também se dedicou à escrita e publicou diversos livros, abordando temas como a dialética da história, a política brasileira e estudos sobre a China, país que estudou com afinco nos últimos anos de sua vida. Entre suas obras, destacam-se “A Dialética da História”, “Quase Lá – Lula, o Susto das Elites” e a autobiografia “O Nome da Vida”.
A morte de Wladimir Pomar foi lamentada por diversas figuras políticas. O presidente Lula destacou a trajetória de Pomar, descrevendo-o como um militante e intelectual valoroso, que lutou pelas causas sociais ao longo de sua vida, enfrentando a ditadura e a repressão em diferentes momentos da história do Brasil. Lula mencionou a atuação de Pomar na campanha presidencial de 1989 e seu estudo sobre o desenvolvimento da China.
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, também manifestou pesar pela morte de Wladimir Pomar, ressaltando seu engajamento nas causas populares e sua importância na compreensão do mundo.
O PT emitiu uma nota lamentando a morte de Pomar e destacando sua dedicação à causa do socialismo. A nota ressalta sua coragem ao enfrentar a ditadura, a prisão e a perda de companheiros, incluindo seu pai. Pomar foi descrito como um camarada admirável, querido e respeitado, cuja morte deixou consternados os membros do partido.
A morte de Wladimir Pomar representa uma perda significativa para o campo político e intelectual brasileiro. Seu legado como militante, escritor e coordenador de campanha deixará uma marca na história do país.
