Conflitos territoriais e feminicídios são as principais causas de assassinatos em comunidades quilombolas

Aumento de feminicídios contra mulheres quilombolas revela uma realidade negligenciada

Postado em: 17-12-2023 às 14h39
Por: Luana Avelar
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Conflitos territoriais e feminicídios são as principais causas de assassinatos em comunidades quilombolas entre 2018 e 2022. | Foto: Freepik

A pesquisa “Racismo e Violência contra Quilombos no Brasil” destaca que conflitos territoriais e feminicídios são as principais causas de assassinatos nesses grupos entre 2018 e 2022. Embora os homens sejam predominantemente as vítimas, há um aumento notável nas mortes de mulheres quilombolas. A região norte do Brasil se destaca nas estatísticas, com 12,5% dos assassinatos registrados e um alarmante aumento de 75% nos casos de feminicídio no primeiro semestre de 2022.

Com quase 5 mil comunidades quilombolas no Brasil, especialmente na região norte, o texto destaca o papel dessas comunidades na preservação da Amazônia. De acordo com o InfoAmazonia, 99% dos territórios quilombolas mantêm a vegetação preservada, agindo como barreiras naturais contra o desmatamento. Além da necessidade de titulação e preservação dos quilombos, o texto enfatiza a importância de políticas públicas que reexaminem os papéis de gênero e promovam a conscientização sobre a violência contra mulheres nesses contextos.

O documento revela que mais da metade da população, totalizando 15,4 milhões de pessoas, vive sob a influência de organizações criminosas. A situação é mais grave em cerca de um terço da população, onde 8,3 milhões de pessoas vivem em áreas conflagradas, disputadas por facções criminosas, evidenciando a realidade diária de violência extrema. O relatório destaca que quase 60% da população amazônica vive, de alguma forma, com medo do crime organizado.

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Ao analisar os municípios da região, o levantamento revela que 23% deles têm presença de grupos ligados ao narcotráfico, com 10,4% enfrentando disputas territoriais entre diferentes organizações criminosas. Facções do Sudeste, como Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital, adaptam-se às particularidades locais, desenvolvendo métodos próprios no Norte, como a forte ligação com o garimpo.

O relatório aponta para a urgência de medidas mais eficazes diante da crescente violência e presença criminosa em uma região importante para o planeta.

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