OMS avalia nova variante detectada na África do Sul; União Europeia pretende barrar voos

Os cientistas sul-africanos ainda não têm certeza da eficácia das vacinas contra a Covid-19 existentes contra a nova variante.

Postado em: 26-11-2021 às 09h53
Por: Alexandre Paes
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Os cientistas sul-africanos ainda não têm certeza da eficácia das vacinas contra a Covid-19 existentes contra a nova variante. | Foto: Reprodução

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reúne-se nesta sexta-feira (26/11) para avaliar uma nova variante detectada na África do Sul e que se teme ser a pior variante de Covid-19 identificada até hoje. A variante identificada na última terça-feira (23/11), chamou à atenção dos peritos por apresentar um número “extremamente elevado” de mutações.

A Comissão Europeia vai propor aos 27 países membros da União Europeia a suspensão dos voos do sul da África após a detecção dessa variante do coronavírus, anunciou hoje (26) a presidente do Executivo europeu, Ursula von der Leyen, por meio de uma rede social. “A Comissão Europeia proporá ativar o freio de emergência para interromper os voos procedentes da região do sul da África devido à variante B.1.1.529”, anunciou von der Leyen.

Países como a Itália e a Alemanha já proibiram ou planejam vetar a chegada de viajantes da África do Sul. Os 6 países afetados pela decisão britânica são: África do Sul, Namíbia, Lesoto, Botsuana, Eswatini e Zimbábue. Além destas nações, a Itália restringiu também viagens de Moçambique. “A situação está evoluindo muito rápido, queremos ter garantias máximas para frear a expansão da variante”, afirmou um porta-voz da Comissão Europeia à agência de notícias France Presse.

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A variante B.1.1.529

A descoberta da variante B.1.1.529 do novo coronavírus foi anunciada na quinta-feira (25) pelo virologista Túlio de Oliveira em entrevista coletiva online supervisionada pelo Ministério da Saúde da África do Sul. Até o momento foram registrados 22 casos na África do Sul, principalmente jovens, segundo o Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis (NICD).

A equipe do instituto de pesquisa de Túlio de Oliveira, o KRISP, é vinculado à Universidade de Kwazulu-Natal e foi quem descobriu a variante beta, uma das quatro cepas consideradas de preocupação global (VOC) pela OMS.

Segundo o virologista, a nova variante é potencialmente muito contagiosa e tem um número “extremamente alto” de mutações. “Podemos ver que a variante tem potencial para se espalhar muito rapidamente” afirmou.

Os cientistas sul-africanos ainda não têm certeza da eficácia das vacinas contra a Covid-19 existentes contra a nova variante. “O que nos preocupa é que esta variante pode não só ter uma capacidade de transmissão aumentada, mas também ser capaz de contornar partes do nosso sistema imunológico”, disse o professor Richard Lessells, outro pesquisador do instituto.

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