Conta oficial da Ucrânia compara Vladimir Putin a Hitler; “Não é meme, mas nossa realidade”
A publicação foi feita após o início da invasão à Ucrânia pelo exército russo.
Por: Ícaro Gonçalves
O perfil oficial da Ucrânia no Twitter publicou na manhã desta quinta-feira (24/2) uma charge comparando o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ao líder da Alemanha nazista, Adolf Hitler. Na imagem, o personagem de Hitler aparece fazendo um sinal de aprovação a Putin. O perfil ainda afirmou: “Isso não é um ‘meme’, mas a nossa e a sua realidade agora”.
A publicação foi feita após o início da invasão à Ucrânia pelo exército russo, o que já é chamado por alguns veículos da imprensa internacional de “o maior conflito na Europa desde a Segunda Guerra”. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez uma série de publicações nas redes sociais, onde o mandatário afirmou ao presidente russo que “a partir de hoje nossos países estão em lados diferentes da história”.
“A Rússia atacou traiçoeiramente nosso estado pela manhã, como a Alemanha nazista fez”, escreveu Zelensky nesta manhã. “A Rússia embarcou em um caminho do mal, mas a Ucrânia está se defendendo e não desistirá de sua liberdade, não importa o que Moscou pense”, continuou.
Contradição
As falas do presidente ucraniano e sua comparação de Putin a Hitler foram vistas como contraditórias. Isso porque desde que assumiu o comando do país, as ações de Zelensky têm sofrido forte influência por parte de grupos políticos de extrema-direita conservadora, alguns até mesmo apontados como neo-nazistas.
Um dos mais fortes grupos neonazistas da Ucrânia, inclusive atuando como força paramilitar, é o chamado Batalhão de Azov. Eles utilizam o símbolo wolfsangel e o sol negro, ícones largamente empregado por grupos nazistas modernos. Especialistas afirmam que hoje o Batalhão de Azov não só é um braço armado do neonazismo na Ucrânia, mas possui uma gangue de vigilantes, chamada Milícia Nacional, um partido político próprio, editoras e inclusive acampamentos de formação para crianças.
Segundo o analista político Nicholas Rackers, em entrevista ao portal Brasil de Fato, o Batalhão de Azov foi incorporado à Guarda Nacional Ucraniana e está sob o comando do ministro do Interior, Arsen Avakov. O Ministro é o mais antigo oficial em posto desde que o movimento Maidan também nomeou membros do Batalhão para a chefia da polícia de Kiev e outras instituições. “Eles também têm conexões com nacionalistas brancos e neofascistas em vários países da Europa e das Américas”, denunciou Rackers.