Conta oficial da Ucrânia compara Vladimir Putin a Hitler; “Não é meme, mas nossa realidade”

A publicação foi feita após o início da invasão à Ucrânia pelo exército russo.

Postado em: 24-02-2022 às 10h46
Por: Ícaro Gonçalves
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A publicação foi feita após o início da invasão à Ucrânia pelo exército russo | Foto: Reprodução/Redes sociais

O perfil oficial da Ucrânia no Twitter publicou na manhã desta quinta-feira (24/2) uma charge comparando o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ao líder da Alemanha nazista, Adolf Hitler. Na imagem, o personagem de Hitler aparece fazendo um sinal de aprovação a Putin. O perfil ainda afirmou: “Isso não é um ‘meme’, mas a nossa e a sua realidade agora”.

A publicação foi feita após o início da invasão à Ucrânia pelo exército russo, o que já é chamado por alguns veículos da imprensa internacional de “o maior conflito na Europa desde a Segunda Guerra”. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez uma série de publicações nas redes sociais, onde o mandatário afirmou ao presidente russo que “a partir de hoje nossos países estão em lados diferentes da história”.

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“A Rússia atacou traiçoeiramente nosso estado pela manhã, como a Alemanha nazista fez”, escreveu Zelensky nesta manhã. “A Rússia embarcou em um caminho do mal, mas a Ucrânia está se defendendo e não desistirá de sua liberdade, não importa o que Moscou pense”, continuou.

Contradição

As falas do presidente ucraniano e sua comparação de Putin a Hitler foram vistas como contraditórias. Isso porque desde que assumiu o comando do país, as ações de Zelensky têm sofrido forte influência por parte de grupos políticos de extrema-direita conservadora, alguns até mesmo apontados como neo-nazistas.

Um dos mais fortes grupos neonazistas da Ucrânia, inclusive atuando como força paramilitar, é o chamado Batalhão de Azov. Eles utilizam o símbolo wolfsangel e o sol negro, ícones largamente empregado por grupos nazistas modernos. Especialistas afirmam que hoje o Batalhão de Azov não só é um braço armado do neonazismo na Ucrânia, mas possui uma gangue de vigilantes, chamada Milícia Nacional, um partido político próprio, editoras e inclusive acampamentos de formação para crianças.

Batalhão de Azov, grupo paramilitar neonazista que incorpora o exército ucraniano | Foto: Reprodução

Segundo o analista político Nicholas Rackers, em entrevista ao portal Brasil de Fato, o Batalhão de Azov foi incorporado à Guarda Nacional Ucraniana e está sob o comando do ministro do Interior, Arsen Avakov. O Ministro é o mais antigo oficial em posto desde que o movimento Maidan também nomeou membros do Batalhão para a chefia da polícia de Kiev e outras instituições. “Eles também têm conexões com nacionalistas brancos e neofascistas em vários países da Europa e das Américas”, denunciou Rackers.

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