Senado já tem 54 votos a favor do impeachment

Diante da iminente derrota, a defesa da presidente afastada Dilma Rousseff já prepara ação para recorrer do resultado da votação de hoje no Senado

Postado em: 31-08-2016 às 06h00
Por: Renato
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Diante da iminente derrota, a defesa da presidente afastada Dilma Rousseff já prepara ação para recorrer do resultado da votação de hoje no Senado

Da redação

A julgar por levantamento da Folha de S. Paulo, o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), já está consolidado, com 54 votos de senadores que já declararam suas posições publicamente. Trata-se, portanto, de dois terços dos votos de um total de 81 senadores, número mínimo para a cassação do mandato da petista.
De acordo com o jornal, o placar foi alcançado logos após do discurso do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), que concluiu ter havido crime de responsabilidade. Para ele, a presidente afastada teria agido com abuso de poder político, culminando na violação da lei orçamentária.
Segundo Valadares, isso teria fica, “o exercício abusivo do poder pela presidente Dilma ficou sobejamente demonstrado”. Disse que os decretos de abertura de créditos suplementares já tinham sido exaustivamente discutidos, assim como os créditos suplementares feito pela defesa e acusação. “As ações da petista desestabilizaram o regime de responsabilidade fiscal".
No entanto, o placar pode ser maior, já que a oposição estima já ter 58 votos pelo afastamento definitivo da petista, considerando que a votação será nominal e aberta no painel eletrônico. O processo terá início na manhã desta quarta-feira, segundo estima o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski.
Diante de uma iminente derrota em plenário, a defesa de Dilma já preparou duas ações. Ao deixar o plenário do Senado para o intervalo do almoço de ontem, José Eduardo Cardozo, advogado de defesa de Dilma Rousseff, foi às lágrimas ao conversar com jornalistas. “Nunca deixei de me emocionar diante da injustiça. Aquele que perde a emoção diante da injustiça se desumanizou”, disse.
Cardozo disse que as palavras da acusação foram “muito duras”. “Para quem conhece Dilma Rousseff, pedir sua acusação para defender seus netos é algo que me atingiu muito fortemente”, disse ao se referir à fala final da colega Janaína Paschoal (acusação) que pediu desculpas à presidenta da República afastada por saber que a situação que ela vive não é fácil e, como uma das autoras do processo, ter causado sofrimento à petista. "Peço que ela um dia entenda que eu fiz isso pensando também nos netos dela", disse Janaína.
“Achei profundamente injusta a menção aos netos. Eu não condeno alguém dizendo que vou resolver o futuro dos netos”, disse Cardozo.
Sobre o resultado do julgamento que deve ser conhecido hoje, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), disse que ontem estava muito desanimado, mas hoje está otimista. Segundo Costa, cerca de dez senadores ainda estão indecisos e podem votar favoravelmente à Dilma. O petista, no entanto, não arriscou o placar. Ele acrescentou que a presidenta está acompanhando hoje o julgamento do Palácio do Alvorada e que, nos bastidores, muitas conversas estão sendo travadas com os indecisos.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que comanda a sessão, suspendeu os trabalhos para o almoço por uma hora e retomará o julgamento as 14h10. No retorno, acusação e defesa voltam a ter a palavra para fazer a réplica e a tréplica. Para cada um desses passos, eles terão mais uma hora.

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