Como as denúncias sobre fantasmas chacoalham a Câmara de Goiânia

Segundo a apuração, tudo tinha anuência de Paulo Henrique da Farmácia (PTC), que deixou a Casa Legislativa para assumir Sedec

Postado em: 24-09-2021 às 08h25
Por: Redação
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Segundo a apuração, tudo tinha anuência de Paulo Henrique da Farmácia (PTC), que deixou a Casa Legislativa para assumir Sedec | Foto: Reprodução

Por Yago Sales

Duas reportagens do jornal Hoje jogaram luzes sobre a Câmara Municipal de Goiânia esta semana. Depois de publicar mapeamento da rotina de supostos fantasmas, pagos com dinheiro do contribuinte, mas sem prestar efetivamente os serviços no gabinete 18, o jornal publicou entrevistas exclusivas com dois ex-motoristas do vereador Célio Silva (PTC). Segundo a apuração, tudo tinha anuência do Paulo Henrique da Farmácia (PTC), que deixou a Casa Legislativa para assumir a Secretaria de Desenvolvimento e Economia Criativa (Sedec). 

O Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) já recebeu uma denúncia e, agora, caberá o promotor responsável dar início à investigação. O promotor recebeu o repórter do jornal, mas, para preservar e evitar causar problemas na investigação, 

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Nos bastidores da Câmara Municipal nos últimos dias, além de burburinhos, foram feitas reuniões às pressas com o jornal impresso sobre mesas. Sem se pronunciar oficialmente sobre o teor das denúncias, o presidente da Casa, Romário Policarpo (PATRIOTA), prefere o silêncio. 

Nos bastidores, vereadores que pediram para não serem citados, dizem que há um clima de tentativa de proteção ao gabinete, sobretudo ao Paulo Henrique da Farmácia. 

Em off, um vereador disse que a divulgação dessas matérias “deu uma ‘chacoalhada’ na Casa”. O parlamentar, por outro lado, é otimista: “No meu ponto de vista isso pode resultar, inclusive, no resgate de uma pauta já debatida outras vezes no Parlamento que diz respeito justamente ao registro de frequência dos nossos servidores”. Segundo ele, “a Casa certamente deverá se posicionar e tomar alguma providência”. 

O mesmo parlamentar garante: “Digo isso justamente por conhecer a dinâmica daqueles que trabalham com o Policarpo. Eles vão querer dar uma resposta, o que deve ser feito na próxima semana. ” 

Outro vereador afirmou que a situação não constrange apenas ao gabinete, mas todos os parlamentares. “É preciso que a Casa se manifeste. É inadmissível que um vereador, que virou secretário, continue dando ordens e, acima de tudo, causando problemas por aqui. É vergonhoso. É um escândalo”, disse ele.

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