Os palanques em Goiás dos pré-candidatos à presidência em 2022

Nem todos os presidenciáveis terão candidatura própria a governador no estado, mas dificilmente ficarão sem alianças

Postado em: 12-10-2021 às 09h21
Por: Marcelo Mariano
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Nem todos os presidenciáveis terão candidatura própria a governador no estado, mas dificilmente ficarão sem alianças | Foto: Reprodução

Nas eleições, os candidatos a governador costumam ser cobrados, tanto pela imprensa quanto pela população em geral, sobre quem apoiam para presidente.

Em Goiás, o cenário da disputa pelo governo estadual começa a se desenhar, especialmente com o governador Ronaldo Caiado (DEM/União Brasil), que tentará a reeleição, e Gustavo Mendanha (sem partido), que deve deixar a Prefeitura de Aparecida de Goiânia para concorrer pela oposição.

Há outros possíveis candidatos, como o ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot (Patriota). PSDB e PT também cogitam lançar candidatura própria.

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Até a formação de cada uma das chapas, o assunto sobre o apoio para presidente certamente será pauta, mas a tendência é que isso não influencie tanto na hora de escolher um partido para se aliar.

Afinal, a tradição da política mostra que é comum alianças regionais serem incoerentes com alianças nacionais. Dito isto, em vez de perguntar qual presidenciável cada candidato a governador apoiará, talvez valha mais a pena analisar o contrário, ou seja, as estratégias que os principais concorrentes ao Palácio do Planalto devem ter em Goiás.

A começar pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que, no início de seu mandato, contava com a simpatia de Caiado, mas, a partir do momento em que tomaram atitudes diferentes no contexto da pandemia de Covid-19, começaram a se distanciar.

Para 2022, é altamente improvável, embora não totalmente descartado, que estejam do mesmo lado no primeiro turno. Mendanha seria uma outra opção. Contudo, o prefeito de Aparecida de Goiânia já disse que tende a apoiar uma candidatura de centro.

Dessa forma, resta a Bolsonaro duas alternativas. Lançar um candidato próprio, mais ligado ao bolsonarismo, como o deputado federal Vitor Hugo (de saída do PSL após a fusão com o DEM), ou não declarar apoio a governadoriável algum e concentrar seu palanque em postulantes a cargos legislativos.

Por sua vez, o PT, distante de Mendanha, deve ter um candidato ao governo estadual não necessariamente para ser competitivo, mas para tentar fortalecer a campanha do ex-presidente Lula, que, ao que tudo indica, terá apenas essa estratégia em Goiás.

Os governadores de São Paulo e Rio Grande do Sul, respectivamente João Doria e Eduardo Leite, são os principais nomes do PSDB para presidente. Se o partido tiver candidato em Goiás, não restará dúvidas quanto ao apoio.

Se não tiver, o ex-governador Marconi Perillo, possivelmente como candidato a deputado federal, será o líder da campanha do presidenciável tucano no estado. Além disso, caso o PSDB apoie Mendanha para governador, Doria ou Leite certamente tentarão colar suas imagens ao prefeito de Aparecida de Goiânia.

Apesar de contraditório em razão das posições históricas e atuais do PDT, Ciro Gomes, em 2018, apoiou Caiado, mas não houve qualquer reciprocidade do governador. No ano que vem, a tendência é que isso se repita, e a deputada federal Flávia Morais seguirá como a política de maior destaque do partido em Goiás.

Por fim, a União Brasil, que nasce a partir da fusão entre DEM e PSL, afirma que terá um candidato a presidente pela chamada terceira via, isto é, aqueles que não querem nem Bolsonaro, nem Lula.

No momento, os mais cotados são o apresentador José Luiz Datena, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Independentemente de quem se candidatar, será pelo mesmo partido de Caiado e, por isso, terá o governador como palanque em Goiás. (Especial para O Hoje)

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