O desinteresse por alianças é um sentimento em comum entre Bolsonaro e a esquerda
Representantes do PT respondem declaração de Bolsonaro sobre condição imposta para filiação ao PL .
Por: Almeida Mariano
O presidente Jair Bolsonaro, ao acertar com Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, sua filiação ao partido do centrão, disse que o partido não fará coligação com partidos de esquerda nos estados. Apesar do desenho de Bolsonaro em relação à esquerda, representantes do Partido dos Trabalhadores rebatem o presidente afirmando que quem não deseja alianças são eles.
O novo partido de Bolsonaro já tinha acordo em estados do nordeste com legendas de esquerda, em especial com o PT. Entretanto, Bolsonaro afirmou que o discurso entre ele e Valdemar foi “bastante afinado”.
“Foi acertado aqui (com Valdemar), não haverá qualquer coligação com partido de esquerda nos estados, isso está definitivamente acertado”, disse o presidente em entrevista à rádio Sociedade da Bahia.
Mesmo o presidente querendo extinguir as alianças de esquerda do PL para manter seus eleitores conservadores, o sentimento de desprezo que Bolsonaro tem pela esquerda é algo recíproco, como já vem sendo escancarado ao longo dos anos. De modo que assim como ele, a esquerda não demonstra interesses em alianças com o presidente.
Para a deputada estadual Adriana Accorsi (PT), “Essa declaração do presidente Bolsonaro é mais uma bravata, porque quem não quer aliança com ele somos nós (da esquerda), nós queremos distância, queremos varrer do país a política que ele representa”. A deputada ainda afirma que pesquisas já apontam que a reeleição de Jair Bolsonaro não deve acontecer.
Outro representante da esquerda, o vereador Mauro Rubem (PT), afirma que “quem não faz coligação com facista, com um governo que promove a morte das pessoas, mais de 600 mil pessoas, onde o povo está passando fome, tem a fila do osso, tem osso de primeira, osso de segunda, desemprego, a gasolina mais cara do mundo, somos nós da esquerda”, alegando que o real desejo da esquerda é a saída de Bolsonaro do Planalto, seja agora por impeachment, ou nas eleições de 2022.