Bate-boca de deputados quase estraga festa de fim de ano da Alego

Humberto Teófilo (PSL) gravou um vídeo em que expunha 25 deputados que votaram a favor de proposta que alterou a forma de distribuição do ICMS dos municípios

Postado em: 09-12-2021 às 10h37
Por: Redação
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Humberto Teófilo (PSL) gravou um vídeo em que expunha 25 deputados que votaram a favor de proposta que alterou a forma de distribuição do ICMS dos municípios | Foto: Reprodução

Por Yago Sales

A confusão entre os deputados Amauri Ribeiro e o Major Araújo durante sessão na tarde de quarta-feira (8) quase azedou o cardápio do luxuoso restaurante Bartolomeu, na Galeria do Pátio 22, no Setor Oeste, que reservou 120 lugares para parlamentares e convidados para a noite em um dos ambientes mais sofisticados da capital.

Enquanto o deputado Humberto Aidar (MDB), que presidiu a sessão, ordenava que sumissem com o arquivo da transmissão, eram preparados, no Bartolomeu, 90 pratos, entres bacalhau, camarão, leitãozinho e entrada com queijos, brócolis, batata, cenoura, palmito, lula, mexilhão e polvo que seriam servidos sob o som ambiente da Música Popular Brasileira a partir das 19h. Para beber e amenizar o estresse causado pela gritaria e troca de acusações dos parlamentares, caíram muito bem as taças de Vinho Veroni  Rosé ou o italiano freixenet Rose 2019, que custam, cada garrafa, em média R$79 e R$118,00, respectivamente.

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No dia anterior à sessão com direito até a seguranças da Casa preocupados com os ânimos, o deputado Humberto Teófilo (PSL) gravou um vídeo em que expunha 25 deputados que votaram a favor de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que alterou a forma de distribuição do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para os 246 municípios goianos. O texto foi aprovado em definitivo com uma emenda jabuti apresentada pelo deputado Lucas Calil (PSD), que estabelece teto de gastos para o Estado.

Alguns deputados se sentiram ofendidos e usaram a tribuna para criticar Teófilo. O deputado Major Araújo (PSL), que estava no gabinete recebendo representantes do setor de combustíveis, decidiu ir ao plenário e fazer uma defesa de Teófilo. Em seguida, Amauri Ribeiro (Patriota), encabulado, chapéu em riste, subiu à tribuna.

“O senhor não é dono da razão. O senhor gosta de subir ali em cima e xingar todo mundo, até o governador”, começou o parlamentar. “Se o senhor aceita que falem inverdades do seu nome, parabéns”, disse, em aplausos irônicos.

Major Araújo, levantando se da sua cadeira no plenário,pediu para Amauri assumir o voto. “Enquanto eu for homem nesta Casa,ninguém fala de mim. Senta, senta. Presidente, apalavra é minha. O senhor falou as merdas que queria, senta e escuta, a palavra é minha”.

Na discussão, enquanto Amauri defendia-se, Araújo pedia: “Assuma o voto, deputado. Assuma.” Ainda com o microfone cortado, dizia para Amauri “não falar bosta”. “Bosta, não, o senhor me respeita”, contrapôs, aos gritos, Amauri. Para o jornal O Hoje, Major Araújo disse que decidiu defender Teófilo após ouvir deputados ameaçá-lo com o Código de Ética.

Para Araújo, que votou contra à PEC, cada deputado interpretou a matéria de maneira diferente. “Eles falam que não congelam, mas proíbem redução. Eu subi na tribuna porque houve um massacre ao deputado Humberto”, disse, logo depois da sessão. Sobre o auge da irritação de Amauri, ocorreu quando ele disse que o colega “quer morrer abraçado com o Caiado, mas deveria assumir o voto”.

Amauri explicou à reportagem que subiu na tribuna porque se sentiu ofendido. “Eu não estava bravo porque votei, mas por ter sido acusado de votar o que não votamos e ele [Major Araújo] começou a gritar. Não sou homem de ficar calado. Eu não sou o Caiado que ele [Major Araújo] fala o que quer. fomos acusados por uma fake news do Humberto Teófilo e a gente queria responder e eu respondi à altura”, justificou. “Não aceito que ninguém me desrespeita”, disse.

Sobre a acusação de ter propagado fake news, Humberto Teófilo disse ao jornal Hoje. “[Ele]votou [em favor] da matéria colocada pelo deputado Lucas Calil”, reafirma o deputado. Sobre a confusão, o deputado ameniza: “Essas coisas acontecem mesmo”. Sobre a noitada no Bartolomeu, o delegado Humberto Teófilo disse, depois da sessão interrompida, que não vê problemas em participar. “Tem uns cinco deputados que ainda gostam de mim lá”, disse, com sorriso irônico. Caso encontre o deputado Amauri no jantar, Major Araújo diz que não tem medo. “Lá vai ter seguranças, certeza”, brinca ele, que não precisa se preocupar porque o deputado Amauri disse à reportagem que não vai participar. “Eu quase não participo desses eventos.” (Especial para O Hoje)

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