Segunda audiência sobre Plano Diretor não agrada população

Moradores cobram mais discussões sobre as alterações no Plano Diretor da Capital

Postado em: 14-12-2021 às 08h52
Por: Redação
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Moradores cobram mais discussões sobre as alterações no Plano Diretor da Capital | Foto: Reprodução

Por Yago Sales

Paulo Marcus Baiocchi, de 67 anos, morador do Setor Sul há 45, passou parte do final de semana debruçado sobre o calhamaço do volume 24 do novo Plano Diretor de Goiânia. É a forma que ele, um paisagista conhecido da capital, encontrou para não permitir que os vereadores votem, à revelia dos interesses da cidade, o documento que vai determinar os rumos de Goiânia nos próximos dez anos. 

Baiocchi é um dos cidadãos preocupados com o rumo com que a Câmara de Goiânia tem dado ao rito burocrático e, segundo pessoas envolvidas no processo ouvidas pelo jornal O Hoje, sem publicidade. “Eles [vereadores] estão correndo com muita pressa, com uma ansiedade gritante no sentido de aprovação deste Plano Diretor, com isto desrespeitando o trâmite normal citado no estatuto da cidade, com falta de transparência das decisões que poderão impactar gravemente em nosso setor”, explica ele, claramente contrariado e que inclusive fixou uma faixa na porta de casa com os dizeres: “O mercado imobiliário não irá decidir o nosso futuro”.

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Além do documento, Baiocchi tenta entender o estudo elaborado pelo Grupo de Estudo criado pela Prefeitura para análises das mais de 200 emendas, que, para ele, não são claras sem a visualização em mapas, que devem ficar prontos no dia da votação do documento pelos vereadores no Plenário da Câmara. “Além de não ser concedido o prazo legal de 15 dias para estudo do volume 24, pela população e ou associações. Estamos discutindo algo imcompleto”, reclama o morador. 

Ele se preocupa com a flora e fauna dos lotes. “Eles querem fazer prédios sem estacionamentos. A última coisa que pensamos é valorização. Pensamos na fluidez do Setor Sul”, afirma ele. “Tem sombra encobrindo as casas. É isso que estamos lutando, para não perdermos a qualidade de vida. E essa temperatura pode impactar”. Quando chegamos mais perto de um parque a gente sente a qualidade do ar. Uma temperatura mais baixa. Olha lá no Areião”, disse. 

Baiocchi foi um dos participantes da audiência pública promovida pela pela Comissão Mista da Câmara para discutir o novo Plano Diretor  nesta segunda-feira (13).  Na próxima audiência, na quarta, Baiocchi deverá levar uma discussão mais voltada para o cotidiano e pela qualidade do goianiense. Ocorrerão outras duas audiências, 13 e 15 de dezembro.

Além de 12 vereadores, participaram, presencialmente e online, servidores da Secretaria Municipal de Planejamento (Seplan) e representantes de associações de bairro da capital. Outra vez foi discutida a falta de transparência no processo e, principalmente, a disponibilidade de informações.  A presidente da Associação Amo Jaó, Adriana Reis, também afirmou que não houve tempo hábil para o estudo dos volumes do novo Plano Diretor.

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