Liderança e participação: entenda a importância da representatividade feminina dentro da política brasileira

Muitas mulheres ainda têm dificuldades de ocupar cargos de poder, serem eleitas ou terem voz ativa nas tomadas de decisões políticas.

Postado em: 23-01-2022 às 11h40
Por: Victoria Lacerda
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Muitas mulheres ainda têm dificuldades de ocupar cargos de poder, serem eleitas ou terem voz ativa nas tomadas de decisões políticas. | Foto: Reprodução/Internet

Mesmo sendo maioria da população, as mulheres ainda sofrem com a falta de representatividade em vários espaços e infelizmente na política não é diferente. É preciso passar pela história para compreender os caminhos que levaram à falta de representatividade atual. 

Nos últimos anos, o Brasil vivenciou uma progressão no debate público em torno das questões femininas. Temas como assédio, aborto, maternidade e carreira, vem sendo discutidos amplamente na sociedade e ganhando espaço no cenário político. A luta pelo direito das mulheres vem progredindo não só no Brasil, mas em todo o mundo. Alguns avanços já foram conquistados nas últimas décadas, como o direito ao voto e o direito de serem eleitas. Porém, no que tange a representatividade das mulheres na política, esse debate ainda se encontra muito distante do desejado.

Muitas mulheres ainda têm dificuldades de ocupar cargos de poder, serem eleitas ou terem voz ativa nas tomadas de decisões políticas. Isso acontece devido à exclusão histórica das mulheres na política e que reverbera, até hoje, no nosso cenário de baixa representatividade feminina no governo.

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Eleições

De acordo com os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o aumento do número de vereadoras eleitas foi de 19,2%. No ano de 2020, 16,1% dos candidatos escolhidos pelo eleitorado foram mulheres. Já em 2016, o índice foi de 13,5 %. Considerando os termos percentuais, os estados do Rio Grande do Norte e do Acre se destacaram com 21,9% e 21,2%, respectivamente.

A quantidade de candidaturas femininas para esse cargo também foi bem maior em 2020. Houve um aumento relativo de 7,1% no número de mulheres que almejavam se tornar vereadoras em relação à última eleição. No processo eleitoral de 2016, elas representaram 32,5% do total e, agora, 34,8%. Já na eleição para prefeitas, a quantidade de mulheres eleitas foi 4,4% maior do que a registrada no pleito anterior. Em 2016, 11,5% das cadeiras foram ocupadas por mulheres e neste ano, 12%.

O Acre e o Mato Grosso do Sul foram os estados com maior crescimento relativo no número de mulheres eleitas prefeitas em 2020, no comparativo com 2016. Eles tiveram um aumento relativo de 50,1% e 40%, respectivamente. Já os estados com maior percentual de mulheres eleitas prefeitas foram: Roraima, com 26,7%, e o Rio Grande do Norte, com 22,4%.

Em relação ao número de candidaturas, o aumento relativo foi de 2,5% em relação a 2016. Naquela época, elas representavam 13,1% do total de candidaturas. Em 2020, por sua vez, elas corresponderam a 13,4%. A escolha do eleitorado também refletiu na redução do número de municípios brasileiros que não elegeram nenhuma vereadora. A queda foi de aproximadamente 32%. Em 2020, 17% dos municípios brasileiros não elegeram mulheres para as Câmaras Municipais. Em 2016, esse índice foi de 23,3%.

Na região Centro-Oeste essa redução foi de 44,8% e no Sudeste o índice caiu aproximadamente 30,7%. O Sul é a região com o menor percentual de municípios sem mulheres eleitas vereadoras com 15,3%. A média nacional é de 17%.

Para a Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres (SNPM), o resultado das urnas recompensou o trabalho realizado em todo o Brasil, o que encoraja muitas meninas e mulheres a acompanharem de perto as eleições deste ano.

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