Ranking mundial de percepção da corrupção aponta que o Brasil caiu para 96° posição

De acordo com a Transparência Internacional, o país sofreu "retrocessos no sistema institucional anticorrupção do país" por força de ações do governo federal, do Congresso e do Judiciário

Postado em: 25-01-2022 às 08h54
Por: Alexandre Paes
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De acordo com a Transparência Internacional, o país sofreu "retrocessos no sistema institucional anticorrupção do país" por força de ações do governo federal, do Congresso e do Judiciário | Foto: Reprodução

O Índice de Percepção da Corrupção (IPC), divulgado nesta terça-feira (25/1) pela ONG Transparência Internacional mostra que o Brasil perdeu duas posições e caiu para 96° lugar no ranking. Publicado anualmente pela entidade, o estudo classifica 180 países com base nos níveis percebidos de corrupção no setor público, de acordo com uma série de dados e pareceres de especialistas.

No ranking, a pontuação 100 significa um país “altamente íntegro”, enquanto a nota 0 representa “altamente corrupto”. Na edição divulgada hoje, referente ao ano de 2021, o Brasil ficou estagnado com 38 pontos, entre 100 possíveis, mas perdeu duas colocações em relação ao resultado anterior.

De acordo com a Transparência Internacional, o Brasil sofreu “retrocessos no sistema institucional anticorrupção do país” por força de ações do governo federal, do Congresso e do Judiciário. Segundo a entidade, o quadro brasileiro foi agravado por interferências indevidas em órgãos de combate à corrupção e pela revelação do esquema conhecido como “orçamento secreto”, entre outros fatores. O relatório destacou também os indícios de corrupção levantados pela CPI da Covid no ano passado.

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“O Brasil está passando por uma rápida deterioração do ambiente democrático e desmanche sem precedentes de sua capacidade de enfrentamento da corrupção. São marcos legais e institucionais que o país levou décadas para construir, e que agora está se desfazendo”, afirmou Bruno Brandão, diretor executivo da Transparência Internacional Brasil.

De acordo com o estudo, há uma relação entre a crise da democracia com o aumento do risco de corrupção. “À medida que os direitos e as liberdades vão desaparecendo, a democracia entra em declínio, dando lugar ao autoritarismo, que possibilita níveis maiores de corrupção”, afirma o relatório.

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