Marconi não vai falar sobre suposto apoio ao PT antes de pacificar PSDB

Ex-governador teria resistência no partido por causa da oposição histórica entre as siglas

Postado em: 31-05-2022 às 06h30
Por: Redação
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Ex-governador teria resistência no partido por causa da oposição histórica entre as siglas | Foto: Reprodução

Francisco Costa e Wilson Silvestre

O ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) não quer falar sobre a articulação do PT nacional com ele para compor em Goiás. Nos bastidores do tucanato goiano, O Hoje apurou que Marconi tenta pacificar os correligionários antes de definir a posição no primeiro turno. Apoiadores históricos do ex-governador e provável adversário de Ronaldo Caiado na disputa para o governo de Goiás, lembram que o PT nacional sempre foi adversário.

No entanto, no segundo turno a situação já estaria certa, visto que figurões do partido como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-ministro Aloysio Nunes já estariam alinhados – Nunes, inclusive, já oficializou o apoio a chapa Lula-Alckimn (PT-PSB).

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Perillo não é fundador, mas é tucano histórico. Fiel ao partido, ele já afirmou em mais de uma ocasião que irá apoiar o pré-candidato do PSDB na esfera nacional. O partido, contudo, não deve ter nome ao Palácio do Planalto pela primeira vez desde 1994, segundo o presidente da legenda Bruno Araújo. 

Mais cedo, neste mês, o então pré-candidato da sigla, João Doria – ex-governador de São Paulo que venceu as prévias em novembro –, retirou o nome da disputa. “Agradeço quem lutou pela democracia interna do partido”, alfinetou o PSDB, à época. “Seguirei como observador sereno do meu País”, disse ao reforçar que deixava a pré-candidatura como entrou: “Cheio de ideias e com o coração cheio de esperança.”

A verdade é que o ex-governador de São Paulo não emplacou nas pesquisas e também enfrentava resistências internas na legenda. Inclusive, alguns correligionários ainda insistem na possibilidade de lançamento do ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, para o governo, mas a possibilidade é pequena…

Marconi e o PT

Marconi se preserva como pode e mantém mistério sobre seu destino na política goiana — pelo menos oficialmente. Não diz se disputa o governo ou o Senado. Aliados, contudo, dizem que será pré-candidato a governador e trabalham para que ele anuncie logo esta decisão. Os mesmos aliados que não veem com bons olhos uma possível aliança com o PT, paradoxalmente avaliam que se Marconi aglutinar forças no campo de esquerda, aumentam as chances de vitória no segundo turno.

Apesar de verem uma aproximação como fisiologismo, outra ala também admite que a aliança poderia render também. Eles entendem que o PT é um partido com votos e uma composição poderia trazer não só “ônus”, mas também “bônus” ao ex-governador Marconi Perillo. A turma do “bônus” acha que a contenda histórica das siglas, são “águas passadas” e que agora se juntarem será um “ato civilizatório em prol da democracia”.

Conversas impactaram

A possibilidade de Marconi participar da chapa petista impactou a federação (composta por PT, PCdoB e PV). O então pré-candidato pelo PSB, aliado do grupo, retirou o nome do páreo na última semana, após o Partido dos Trabalhadores adiar seu encontro estadual de 28 de maio para 11 de junho sob justificativa de construir um nome de consenso e anunciar junto com a federação o escolhido para entrar na disputa.

Em nota, Eliton disse que “não foi possível chegar a um consenso”. E ainda: “Destaco que o PSB solicitou uma definição ainda nesse mês de maio, por entendermos que qualquer candidatura, para minimamente avançar com objetivo de vencer as eleições estaduais desse ano, necessita de um tempo para ajustar suas diretrizes, para formatar sua estrutura de campanha, para formalizar o plano de governo que norteará as ações em caso de vitória e, principalmente, necessita de estabelecer um amplo diálogo com a sociedade, mediante ações de pré-campanha e posterior campanha.”

Aliados de José Eliton

Ainda antes da nota oficial, interlocutores do ex-governador disseram ao O Hoje que o adiamento deixou Eliton insatisfeito. Além disso, conforme apurado, o PT nacional estaria tentando articular com o PSDB nos estados, após a desistência do ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Em Goiás, as investidas seriam no ex-governador Marconi Perillo, como citado. (Especial para O Hoje)

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