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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Força política

Setor do agronegócio ganha protagonismo nas eleições 2022

Candidatos destacam valorização e reconhecimento do agronegócio de forma amplificada após cenário de pandemia no mundo

Postado em 7 de setembro de 2022 por Izadora Resende

Assim como a economia brasileira, o agronegócio também ganhou força na política. No Congresso Nacional é uma das bancadas mais bem organizadas, com 244 deputados e 39 senadores. Nestas eleições onde deveremos eleger presidente, deputados estaduais e federais, senadores, governadores e vices, temos visto crescer a representatividade do agronegócio de forma clara. No atual cenário, o presidente Jair Bolsonaro (PL) conta com irrestrito apoio desta classe, de acordo com informações da imprensa nacional.

Em contrapartida, o ex-presidente Lula (PT) chamou, em entrevista ao Jornal Nacional, chamou parcela do agronegócio de “fascista” e “direitista”, o que causou uma grande reação no setor e profundo descontentamento com o candidato à presidência. Interlocutores de Lula trabalharão para tentar reverter o lastro negativo causado por esta fala.

A preocupação política se justifica quando olhamos para os números. Informações do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, revelaram que no segundo trimestre deste ano mais de 19 milhões de pessoas foram empregadas no agronegócio brasileiro. Segundo a pesquisa, a população presente neste setor aumentou 4,6%, o equivalente a 839 mil pessoas, se comparado com o mesmo período do ano passado. 

Com essa força avassaladora, candidatos que defendem essa pauta em Goiás destacam que será necessário um trabalho estratégico para manter o nível de desenvolvimento do agro. Segundo análise de Dannillo Pereira (PSD), vice-prefeito de Rio Verde e candidato a deputado federal, o agronegócio sempre foi muito forte mas não contava com tanta evidência. “Depois da pandemia da Covid-19, todos nós passamos a ver quão dependentes somos de tudo que é produzido no campo, não só para a alimentação, mas das commodities, das exportações, do crescimento do PIB”, pontuou. 

Segundo ele, todo esse cenário pós-pandemia fez com que um novo olhar fosse lançado às necessidades do agronegócio no Brasil. 

“Percebemos que é necessário criar mais projetos e oferecer mais suporte ao agronegócio, já que as situações internacionais geraram desconforto e risco no fornecimento de fertilizantes ao Brasil, por exemplo. O cenário internacional mudou muito e hoje o apoio político precisa inovar e acompanhar esses processos”, avaliou. 

Pereira afirmou que não adianta apenas ter um bom discurso político, pois o agro demanda mais que isso. “É preciso conhecer o agro, as políticas internacionais e criar estratégias para manter tudo em ordem lá fora e aqui dentro, um depende do outro. Muitos políticos perceberam que se não entenderem como o agronegócio funciona, os discursos além de não funcionarem, não seriam capazes de resolver certas demandas”, destacou.

Em contato com o deputado federal José Mario Schreiner (MDB), atual presidente da Faeg (Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás) e também 1º vice-presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), que representa os produtores rurais brasileiros de pequeno, médio e grande porte, explicou que a  “agropecuária ajuda a economia e o governo tende a investir mais no setor, gerando um ciclo. Quando uma produção cresce, cresce todo o agronegócio, gerando emprego, renda e qualidade de vida”.

Zé Mário avaliou que em 2008 vivíamos outra realidade na economia e no setor do agronegócio. “De lá para cá, evoluímos e o setor hoje tem outra importância para o abastecimento mundial. Nesse contexto, qualquer governo que tenha o mínimo de juízo vai olhar para o setor agropecuário com carinho. Neste momento o mundo todo discute a segurança alimentar e o governo tem responsabilidade de proteger o setor agropecuário. Isso tem sido feito com muita força pelo governo Bolsonaro”, disse. 

Em consonância com a fala de Zé Mário. Marussa Boldrin que está no segundo mandato de vereadora em Rio Verde, decidiu se lançar à câmara federal e conta com o apoio do deputado. Segundo a candidata, a representatividade de Zé Mário está sendo ampliada através de sua candidatura. Marussa explicou que representar essa bancada é muito importante, ao passo que ela também é produtora rural e conhece a realidade do campo. Ela também ponderou que houve uma nova percepção da necessidade do agronegócio, não só na economia, mas na mesa das milhares de famílias brasileiras após o cenário de pandemia da Covid-19.

“Depois da pandemia todos perceberam que a agricultura não parou. Nós continuamos nos alimentando, e para isso, alguém precisou produzir, logo as pessoas começaram a valorizar mais a agricultura”, disse. Marussa destacou ainda que embora alguns candidatos se lancem como da bancada agro, o setor ainda carece de nomes verdadeiramente engajados nessas pautas. 

“Eu vejo que são poucos os candidatos a federal vinculados ao setor. Muitos talvez falem que irão votar as pautas, mas precisamos pensar nas leis que realmente afetam o produtor rural, a agroindústria”, considerou. A candidata avaliou que o produtor rural já entendeu que é preciso estar presente também na política para que o desenvolvimento e o crescimento continuem sendo possíveis.

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