Polícia Civil prende servidor da Câmara e ex-estagiária da PGR em Brasília

Pelo menos 23 pessoas acusadas de vender drogas a servidores públicos da Esplanada dos Ministérios. A operação acontece após um ano de investigação que apura o tráfico de drogas na região

Postado em: 06-02-2018 às 13h50
Por: Márcio Souza
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Pelo menos 23 pessoas acusadas de vender drogas a servidores públicos da Esplanada dos Ministérios. A operação acontece após um ano de investigação que apura o tráfico de drogas na região

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu hoje (6)
pelo menos 23 pessoas acusadas de vender drogas a servidores públicos da
Esplanada dos Ministérios. Entre os presos estão o secretário parlamentar
Daniel Lourival Azevedo, servidor da Câmara dos Deputados, e a ex-estagiária da
Procuradoria-Geral da República Marcela Galdino da Silva. A Operação Delivery
acontece após um ano de investigação que apura o tráfico de drogas na região
central de Brasília.

O delegado da 5ª Delegacia de Polícia Civil Rogério Henrique
de Oliveira informou que há um total de 28 mandados de prisão e 35 de busca e
apreensão. Marcela Galdino da Silva, segundo o delegado,  fornecia uma espécie de consultoria jurídica
ao grupo, instruindo sobre como e em que quantia a droga deveria ser transportada
para que o ato não configurasse tráfico. “Ela alertava aos membros da
organização sobre os entendimentos jurisprudenciais acerca do tráfico de
droga”.

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O secretário parlamentar, de acordo com o delegado, é
acusado de fazer uso de um dos carros empenhados na Câmara dos Deputados para
transportar a droga. O parlamentar vinculado ao servidor não foi identificado
pela corporação, mas não teria conhecimento do fato. “Esse carro era utilizado
para aquisição da substância entorpecente. Ele mantinha contato com os
traficantes e usava o carro para adquirir a substância”.

Ainda segundo o delegado, a droga fornecida pelo grupo era
de alta qualidade e as pessoas que faziam uso das substâncias são de alto
padrão da capital federal. A polícia já identificou entre 40 e 50 “clientes
fiéis” à organização criminosa. O próximo passo da investigação é intimar todas
essas pessoas para que sejam ouvidas. “Eles atuavam via telentrega. Ligavam
para os membros da organização criminosa e adquiriam droga via motoboy”, explicou.

“Eles iriam receber substâncias entorpecentes para difusão
ilícita no carnaval”, destacou o delegado. “É um grupo extremamente
organizado”, completou, ao citar que as entregas aconteciam sempre nas
imediações de ministérios e demais órgãos da Esplanada. A droga, segundo a
PCDF, era proveniente da Bolívia. Os membros do grupo vão responder por tráfico
e associação ao tráfico, sujeitos à pena de reclusão que pode variar de 15 a 30
anos. 

Fonte: Agência Brasil. Foto: Agb

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