Bolsonarismo deve lançar representante na disputa à prefeitura

Cientista político acredita que o deputado Gustavo Gayer tende a representar o movimento

Postado em: 21-03-2023 às 07h46
Por: Redação
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Ao O HOJE, federal disse que se mostrou aberto a ouvir o partido e suas lideranças | Foto: Divulgação/ Câmara

Felipe Cardoso e Francisco Costa

Em 2024, o bolsonarismo deverá seguir vivo em Goiânia. Na disputa pela prefeitura da capital, pelo menos um candidato tende a representar o movimento. O nome mais ventilado é o do deputado federal Gustavo Gayer (PL). Na visão do professor e cientista político Marcos Marinho, “não há um representante mais bolsonarista que ele”. 

Gayer, vale lembrar, é defensor das bandeiras do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e atua como parlamentar de oposição na Câmara Federal. Durante a campanha para a presidência do Senado, ele foi, inclusive, um dos mais ativos para minar o voto em Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e apoiar a candidatura de Rogério Marinho (PL), ex-ministro da última gestão.

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Após a derrota de Marinho, ele engrossou o tom, inclusive, contra aliados de Bolsonaro, como Vanderlan Cardoso (PSD), que optou pelo colega de legenda, o mineiro Rodrigo Pacheco. Inclusive, o cientista político Marcos Marinho observa que Vanderlan, também pré-candidato à prefeitura de Goiânia, “perdeu a base bolsonarista”.

Questionado se seria possível outro nome para representar o bolsonarismo na capital, Marinho acredita que não. “É um espectro mais ideológico do que político, não há divisões suficientes para lançar mais de um. Isso ficou claro com a eleição do Wilder Morais (PL) [eleito ao Senado]. Sem contar que o filtro para eleição municipal é bem diferente dos filtros para as outras eleições”, argumenta.

Ainda segundo ele, para a prefeitura ganha quem tem grupo. “Atualmente não há um grupo bolsonarista significativo em Goiânia. Gayer é o que mais se comunica com a base de ‘fiéis’ bolsonaristas, mas precisa formar grupo e aglutinar partidos. Não vejo outro nesse espectro que consiga fazer isso hoje.”

Ainda sobre o PL em 2024 na capital, o nome de Gayer não estaria certo. Ele assumiu a presidência metropolitana no lugar do deputado estadual, Delegado Eduardo Prado, que ficou com a vice. O parlamentar da Assembleia Legislativa, inclusive, colocou o nome à disposição para concorrer ao paço. A preferência, claro, deve ser de Gustavo, caso ele opte por isso.

A reportagem do O HOJE procurou o parlamentar para comentar o assunto. Segundo ele, não há nada “definido” para uma campanha na capital. Entretanto, Gayer assegurou que está “conversando com o partido” ao passo em que segue estruturando o diretório municipal. “Tudo a respeito desse cenário ainda se encontra em uma fase inicial de discussão. Não existe nada concreto, mas estamos dispostos a ouvir o partido e as lideranças”, pontuou.

Histórico

Gustavo Gayer foi eleito para o primeiro mandato de deputado federal com 200.586 votos. Ele foi o segundo mais votado em Goiás, atrás apenas de Silvye Alves (União Brasil), que teve 254.653 eleitores. 

Vale citar, ainda, que Gayer disputou a prefeitura de Goiânia em 2020. À época, surpreendeu e terminou em quarto lugar com 7,62% dos votos válidos. Ele foi superado por Adriana Accorsi (PT), 13,39%; Vanderlan Cardoso, 24,67%; e Maguito Vilela (MDB), 36,02%.

PT

Neste momento, Marinho vê a possibilidade da competição se afunilar entre alguém de centro e um candidato do PT, que não está definido. O nome do Partido dos Trabalhadores, contudo, ainda não está definido. A deputada federal Adriana Accorsi seria a favorita da legenda, mas ela já deixou claro em mais de uma ocasião que pretende terminar o mandato na Câmara – a petista já disputou o paço em duas ocasiões, tendo terminado em terceiro lugar, em 2020.

Na ausência de Accorsi, o partido trabalha com o nome do ex-reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edward Madureira. Ele é suplente do PT na Câmara Federal com quase 55 mil votos, sendo cerca de 30 mil em Goiânia. 

Há, ainda, a possibilidade do presidente da Câmara Municipal, o vereador Romário Policarpo (Patriota), migrar para o PT para disputar a prefeitura. Interlocutores ligados ao vereador dizem que as conversas com o Partido dos Trabalhadores esquentaram e que a chance dele se filiar na legenda para disputar a prefeitura da capital é grande.

Romário tem mantido o silêncio sobre sua permanência ou saída do partido. Ele, contudo, não tem disfarçado a insatisfação com o paço municipal, inclusive tendo feito denúncias contra a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), que teve uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) instalada. 

Outros nomes

É preciso mencionar, o atual prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), é candidato natural à reeleição. Ele, contudo, busca se viabilizar, podendo, até mesmo, garantir o apoio do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e do partido dele. 

Por outro lado, há, no alto escalão do MDB goiano, um time empenhado em convencer Ana Paula Rezende (MDB) a se candidatar na disputa do ano que vem. Fontes consultadas pelo O HOJE não titubearam ao comentar o assunto: “estamos focados”. Ana Paula é vista, especialmente entre os caciques, como alguém capaz de chegar à disputa já como favorita.

Como citado, Vanderlan Cardoso pode vir para a disputa. Aliados avaliam que o senador já bateu na trave com adversários poderosos como Iris Rezende e Maguito Vilela e que, neste próximo pleito, seria favoritíssimo. 

O próprio partido do governador, o União Brasil, teria vários possíveis nomes: o ex-deputado e presidente do Detran-GO, Delegado Waldir; o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto; e os deputados federais Zacharias Calil e Silvye Alves.

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