PL é alvo de cobiça dos pré-candidatos à prefeitura de Goiânia

Se não lançar candidatura própria na capital, partido, que carrega DNA bolsonarista, terá ao menos a ocupação da vice nas mãos

Postado em: 27-07-2023 às 08h30
Por: Felipe Cardoso
Imagem Ilustrando a Notícia: PL é alvo de cobiça dos pré-candidatos à prefeitura de Goiânia
Pouco mais de um ano separa o cidadão eleitor das urnas | Foto: Marcelo Camargo/ABr

O PL tem se revelado objeto de desejo da maior parte dos nomes que almejam concorrer à prefeitura de Goiânia em 2024. Pouco mais de um ano separa o cidadão eleitor das urnas. Nesse contexto, alguns players políticos já são tidos como certos no páreo do ano que vem. Os candidatos, claro, querem chegar fortes o suficiente na briga pela cadeira atualmente ocupada pelo prefeito Rogério Cruz (Republicanos). 

É nesse cenário que o PL, de Jair Bolsonaro, está inserido. É minimamente compreensível o desejo das lideranças em ter o PL como aliado. Acontece que o Bolsonarismo ainda pulsa não apenas no estado, mas também na capital. Goiás, vale lembrar, escolheu Bolsonaro como presidente em 2018 e repetiu a dose em 2022. No último pleito foram 58,71% do total de votos em favor da recondução do ex-presidente ao cargo. Lula ficou com 41,29%, 

Na capital, a situação não foi diferente. A maioria dos goianienses escolheram Bolsonaro nas urnas. O número, por sua vez, foi ainda mais expressivo quando comparado aos resultados apresentados pelo estado como um todo. Em Goiânia 63,95% dos eleitores escolheram o ex-presidente no páreo. 36,05% votaram em Lula. Os números demonstram que mais 220 mil goianienses queriam bolsonaro como presidente. 

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Diante desse cenário não é preciso muito para diagnosticar a inclinação goianinense ao bolsonarismo. Por isso, há quem diga, nos bastidores, que o partido não apenas terá um peso decisivo nas eleições, como já tem se revelado alvo de cobiça de muitos pré-candidatos. Isso implica em um cenário onde, se o PL não tiver candidatura própria na capital, terá, ao menos, a ocupação da vice nas mãos. 

Jogo das cadeiras 

A priori, o nome do deputado federal Gustavo Gayer (PL) era tido como favorito para disputar o Paço. Ele, inclusive, não descartou a possibilidade ao falar com reportagem do jornal O HOJE. O parlamentar foi eleito para o primeiro mandato de deputado federal com 200.586 votos. Ele foi o segundo mais votado em Goiás, atrás apenas de Silvye Alves (UB), que teve 254.653 eleitores. 

Apesar do primeiro mandato como deputado, o líder bolsonarista tem experiência no pleito. Ele disputou a prefeitura de Goiânia em 2020. À época, surpreendeu e terminou em quarto lugar com 7,62% dos votos válidos. Ele foi superado por Adriana Accorsi (PT), 13,39%; Vanderlan Cardoso, 24,67%; e Maguito Vilela (MDB), 36,02%.

Nos bastidores do partido, no entanto, a conversa é que o nome de Gayer vem “perdendo força” para a disputa municipal. “Ele só entraria se houvesse um pedido expresso do presidente. Ao nosso ver ele está empenhado em cumprir o mandato de deputado. Está confortável em sua posição no Congresso”, disse uma lideranças próxima ao federal. Para além de Gayer, o partido tem o nome do ex-deputado federal Vitor Hugo e dos deputados estaduais Delegado Eduardo Prado e Major Araújo. 

Até que a posição do partido seja, de fato, definida, as conversações para uma composição não param. O prefeito Rogério Cruz (Republicanos), por exemplo, tem trabalhado incansavelmente para abarcar novas siglas em seu projeto de reeleição. Uma composição com o PL não seria difícil em função do alinhamento com a igreja e, consequentemente, a familiaridade com as pautas conservadoras. 

Da mesma forma, o senador Vanderlan Cardoso (PSD), tido por muitos como “candidatíssimo” — mais até que o próprio prefeito — precisará de aliados se quiser chegar forte na disputa. Vários fatores poderiam levar o senador a compor com o PL, a começar pelo histórico bolsonarista do próprio pré-candidato. Vale lembrar, ainda, que a esposa de Vanderlan, Isaura Cardoso, é suplente do senador Wilder Morais, que terminou eleito em nome do bolsonarismo nas eleições de 2022 e atualmente ocupa a presidência da sigla no estado. 

Por fim e não menos importante destaca-se o nome do presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto. Ele é tido, neste momento, como o nome “mais provável” da base governista na disputa do ano que vem. Bruno tem bom trânsito entre as diferentes forças políticas. Interlocutores avaliam que ele não teria dificuldades para compor com o partido. 

Outro detalhe importante, é que seu líder político, o governador Ronaldo Caiado (UB), esteve recentemente com Jair Bolsonaro. Fontes próximas ao governador afirmam sem titubear que os descompassos do passado estão superados e que ambos estão mais alinhados do que nunca. Resta saber se a parceira pode desaguar em Goiânia, onde o governador certamente trabalhará para levar o candidato do governo ao Paço. 

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