2024: PT de Lula ainda não definiu como vai se sobressair em Goiânia 

Paira entre membros do partido a dúvida de como é possível consolidar força para concorrer ao Paço; visita de Lula, cada vez uma miragem mais distante, incomoda petistas

Postado em: 05-08-2023 às 08h30
Por: Yago Sales
Imagem Ilustrando a Notícia: 2024: PT de Lula ainda não definiu como vai se sobressair em Goiânia 
2024: PT de Lula ainda não definiu como vai se sobressair em Goiânia  | Foto: Reprodução

No lombo do cavalo político da disputa de 2024, cavaleiros de diferentes partidos já cavalgam em busca da viabilidade eleitoral. Enquanto isso, o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Goiás padece, inerte, sem ao menos criar expectativas em até petistas experimentados. 

Parecem cansados, como se tivessem pelejado uma peleja de morte. Depende. A corrida eleitoral presidencial, com a envergadura do oponente, Jair Messias Bolsonaro, mexeu com as estruturas de diretórios petistas. A pergunta que fica, no entanto, é: mas o próprio derrotado não tem conseguido ressurgir das cinzas, fênix, e já construir blocos de candidatos em Goiânia. E em cidades circunvizinhas? “Pos é”, limita-se a comentar um petista que já teve mandato e, agora, sem influência direta no partido em Goiás, fica na expectativa moribunda de quem o partido vai lançar. 

Diante do cenário, comenta outro petista, “o jeito é o partido lançar por lançar”. Ou seja, como tem sido feito há anos. E nesse lançar por lançar está o ex-reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edward Madureira e a deputada federal delegada Adriana Accorsi. Esta última, por sua vez, concentrada no governismo na Câmara Federal, adquirindo, pé ante pé, influência no legislativo, sendo um dos elementos importantes da barricada do governo federal contra a ingovernabilidade.

Continua após a publicidade

Ao passo que o centro, a direita e a extrema-direita tem se movimentado para construir candidaturas para tentar desbancar o atual prefeito Rogério Cruz (Republicanos), o diretório do PT em Goiás não tem dado o que um petista classificou como “inércia”. “É preciso dar o sangue mesmo e, de alguma forma, convencer a executiva nacional de que Goiânia pode ser um triunfo para o projeto do presidente Lula de reconstruir o Brasil também por meio da conquista de capitais”. 

Ele não quer criticar o presidente diretamente. Foge da pergunta sobre o motivo de o presidente não ter dado as caras em Goiás. Aliás, não o faz há mais de década, o que cria a desconfiança de que “Lula não gosta de Goiás”, ignorando, de certa forma, os 41,29% dos eleitores que teve no segundo turno do ano passado. Ou seja: 1.542.115 de goianos. É sabido que este quantitativo não faz nem cosquinhas no âmbito de uma disputa pelo Planalto, mas, de certa forma, pode, sim, influenciar em corridas eleitorais municipais, como vai ocorrer na capital, em 2024. 

Vale lembrar que Goiânia já foi governada por petistas em três ocasiões nem tão recentes assim: Darci Accorsi (1993-1996), Pedro Wilson (2001-2004) e Paulo Garcia (2010 e 2016).

Em junho, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, esteve em Goiânia. Respondendo a perguntas de repórteres no Umuarama Hotel, no Centro da cidade, Gleisi lembrou alguns nomes que podem ser aposta do PT para disputar o Paço ano que vem. Além do nome da deputada federal Adriana Accorsi, a presidente do PT lembrou do deputado estadual Mauro Rubem, do ex-reitor da Universidade Católica de Goiás (UFG) Wolmir Amado e do suplente na Câmara Federal Edward Madureira. 

Como é de praxe, o partido vai ouvir os partidos que fazem parte da federação com o PT, ou seja, PCdoB e PV, além de legendas que compõem a base do governo Lula, como PSB, PSD, MDB e PDT. “Vamos discutir nossa tática com companheiros de caminhada, os demais partidos aliados. Precisamos de alianças e queremos ampliar. O PT tem quadros importantes, principalmente em Goiânia”. 

A presidente do PT respondeu, ainda, à indagação sobre como o partido pretende furar a bolha e vencer em Goiás, visto como um estado majoritariamente conservador. Ela lembrou os 40% dos votos no segundo turno de 2022 que o presidente Lula teve do eleitorado goiano. “Então não podemos dizer que Goiás é de direita. Tem posições democráticas e temos condições de mostrar nosso projeto, e de disputar o eleitorado nas eleições locais. E para isso queremos discutir essa estratégia.” 

O que ainda não se viu, portanto, é como o partido de Lula vai conseguir, a tempo, se mobilizar para construir um nome que encabeçará um projeto à altura dos grupos que começam a se estabelecer no já perto desafio da disputa eleitoral pelo Paço Municipal. 

Veja Também