Eliton vê uso político do caso Hugo

Venceslau Pimentel* 

O governador José Eliton (PSDB) disse ontem ver exploração política em torno da situação do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), que resultou na recomendação, pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Goiás, de interdição da unidade, diante de atraso no repasse de recursos por parte da Secretaria Estadual da Saúde.

Eliton comentou o assunto durante o ato de entrega da licença ambiental para o loteamento Polo Industrial vice-presidente José Alencar, em Aparecida de Goiânia, realizado no 10º do Palácio Pedro Ludovico Teixeira. Por isso, pediu desculpas por chegar atrasado ao vento, inicialmente marcado para as 10h30, mas que só começou pouco depois de 11 horas.

“Estive reunido com o secretário de Estado da Saúde (Leonardo Vilela), para que pudéssemos fazer as intervenções necessárias para resolver questões pontuais, que muitas vezes são motivadas pelo calendário eleitoral”, discursou. “Isso, às vezes, nos causam indignação, mesmo porque muitos veículos de comunicação não querem, às vezes, saber ou não se interessam de saber a fundo as questões, criticou. “Basta a eles e tão só dar manchete”.

Porém, o governador disse compreender fatos como esse. “Mas governar é enfrentar dificuldades, governar é enfrentar adversidades, e saber que é preciso coragem para o enfrentamento”, pontuou. “É por isso que nós estamos avançando cada vez mais nesse Estado que eu tenho orgulho de ser governador dele hoje, de ter amigos e parceiros que ajudaram a construir a história desse Estado, e faço aqui referência ao ex-governador como Marconi Perillo, que foi aquele que projetou esse Estado para um novo patamar de desenvolvimento”.

Leonardo Vilela, que ontem pela manhã visitou o Hugo, fez a mesma avaliação que o governador. Para ele, o processo eleitoral e a proximidade do dia da eleição, particularmente no que se refere à disputa pelo governo, opositores procuram dar um tom ao assunto bem acima da situação real.

Em entrevista, Vilela afirmou que há situações de hospitais, sejam públicos ou privados, bem piores do que a registrada no Hugo, mas que, no entanto, não sofrem esse tipo de patrulha. Porém, não deixou de reconhecer problemas enfrentados pela unidade na capital. “Não digo que só o fator político causou tudo isso, mas com certeza exacerbou muito o que está acontecendo aqui. Problemas pontuais existem e nós estamos aqui para resolvê-los”, pontuou.

O secretário garantiu que o funcionamento do Hugo voltou à normalidade, registrando 95% de ocupação, incluindo os 57 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Só ontem, das 7 horas às 11 horas da manhã, ele informou que já haviam sido realizadas 13 cirurgias eletivas e duas de urgência.

A Secretaria já repassou ao Instituto Gerir, organização social responsável pelo gerenciamento do Hugo, R$ 4 milhões, e um novo repasse, de R$ 1 milhão, foi feito ontem. Segundo o titular da pasta, outros pagamentos deverão ser feitos nas próximas semanas, até zerar a dívida com a OS.

Em relação à falta de insumos, Leonardo Vilela disse que houve o registro eventual desse material e que a aquisição do mesmo já havia sido efetuada na segunda-feira. A situação, segundo ele prevê, deve se normalizar até esta sexta-feira. Em relação à lavanderia, ele informou que ela vai continuar funcionando normalmente, descartando a possibilidade de paralisação desse serviço.

Licença ambiental

A assinatura da outorga de licença ambiental do Parque Industrial Vice-Presidente José de Alencar, de acordo com o governador José Eliton, vai fortalecer a economia de Aparecida de Goiânia e, consequentemente, gerar mais empregos.

No caso, a regularização fundiária era uma antiga reivindicação das 86 empresas instaladas no parque há 14 anos. Com o licenciamento ambiental, a Prefeitura de Aparecida de Goiânia poderá registrar o loteamento em cartório e os investidores terão condições de, com os imóveis escriturados, expandirem seus negócios, tendo acesso a financiamentos.

Ao discursar no ato, o governador disse estar feliz “de ver Aparecida dando um passo adiante no seu processo de desenvolvimento, destacando que a entrega das licenças garante aos empresários acesso a créditos, além de fazer a escrituração definitiva dos imóveis, o que significa um ganho qualitativo extraordinário.

Eliton ressaltou que Goiás é um estado líder na geração de empregos e Aparecida de Goiânia se destaca nacionalmente porque o governo do Estado garantiu o processo de desenvolvimento do município. “Nós teríamos dificuldades de ver a Aparecida de Goiânia que vemos, se não fossem os incentivos fiscais”, afirmou. (* Especial para O Hoje) 

Raquel faz campanha em associação de deficientes 

Representando o governador e candidato à reeleição, Zé Eliton (PSDB), a candidata a vice-governadora, Raquel Teixeira (PSDB), participou na manhã de ontem de encontro na Associação dos Deficientes Físicos do Estado de Goiás (Adfego). Na ocasião, reforçou compromisso com as pessoas com deficiência e afirmou que, no governo de Zé Eliton, “programas sociais dão prioridade às pessoas com deficiência”.

Raquel disse que, recentemente, Zé Eliton alterou a legislação para priorizar o atendimento às famílias que tenham como integrantes pessoas com deficiência. “Serão prioridade no acesso aos programas sociais, como Cheque Reforma e o Cheque Moradia. Sabemos que muitas vezes é necessária uma adequação na casa, como ampliar o tamanho da porta para o cadeirante entrar no banheiro, por exemplo. São necessidades que vocês conhecem bem e isso é prioridade”, explicou.

A Presidente da Adfego, Clara Carvalho, elogiou a iniciativa do PSDB de colocar uma mulher como candidata a vice-governadora. Para ela, a sensibilidade de Raquel vai fazer a diferença numa eventual próxima gestão tucana. “É uma professora, uma pessoa capacitada, e o melhor de tudo é ser representante das mulheres”, disse. Para ela, essa chapa vai levar “Goiás ao topo de melhoria e qualidade de vida”.

A representante da Adfego em Trindade, Regiane, participou da reunião em Goiânia para declarar seu apoio à reeleição de Zé Eliton, a quem chamou de parceiro. “Apoiamos Zé Eliton e Raquel Teixeira porque são candidatos que apoiam nossa causa e lutam por nós”.

Como educadora, Raquel lembrou que sempre dedicou sua vida à causa das pessoas com deficiência, e isso vem de berço. “Minha mãe, Antonieta Alessandri, foi uma das criadoras do Instituto Pestalozzi em Goiânia. Então se olharem para minha história, é uma vida de compromisso com a causa. E quero ser vice-governadora para criar oportunidades”.

Enquanto secretária de Educação de Goiás, Raquel criou a Superintendência de Educação Inclusiva. Como vice-governadora, afirmou, vai trabalhar para ampliar essa iniciativa. “Começamos o trabalho de inclusão e agora estamos rediscutindo o que é escola inclusiva e o que é sistema inclusivo”.

Marconi recebe apoio da Fecomércio em reta final de campanha ao Senado 

O presidente da Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio-GO), Marcelo Baiocchi Carneiro, disse ontem durante encontro da diretoria da entidade para discussão de propostas com o ex-governador Marconi Perillo (PSDB), candidato ao Senado, que os empresários do setor de serviços estão “muito preocupados” com o futuro da representação política no Brasil. No encontro, ele pediu que seus parceiros de setor apoiem a candidatura do tucano ao Senado.

“Na disputa para o Senado, eu tenho insistido: se você tem um (candidato) de preferência, vote nele, se o segundo voto não for do ex-governador Marconi, que seja ele. Se for o primeiro, melhor ainda, mas reflita bem em quem você vai votar”, afirmou Marcelo Baiocchi. “Nós não podemos nos omitir. Diante do politicamente correto, eu prefiro ser corretamente político e falar o que eu penso. Por isso que eu tenho a liberdade de pedir não apenas que votem no senhor, mas que peçam votos para o senhor, porque o senhor nos representa”, disse.

“A responsabilidade que nós temos para com Goiás é votar em que possa nos representar. Eu estou falando como empresário e como cidadão. Eu sei o que nós estamos sofrendo e sei que todos nós estamos preocupados com o caminho que o País pode tomar, para onde ele pode ir”, afirmou o presidente da Fecomércio. O setor de serviços é o maior empregador do Brasil e representa a maior fatia da economia nacional e também da goiana.

Marconi pediu os votos dos demais integrantes da Fecomércio Goiás e disse que, se eleito senador, será um representante dos empreendedores e trabalhadores do setor no Congresso Nacional. “Vou trabalhar firme para que, juntos, possamos colocar o Brasil de volta no caminho do crescimento. A nossa situação só não é dramática porque a economia está sob controle. Se o Brasil vai mal, Goiás vai mal, Goiânia vai mal e todo mundo padece junto”, disse.

“Eu faço um compromisso com vocês, para caso eleito senador: defender a nossa soberania, a nossa bandeira e o nosso país”, disse Marconi. O candidato ao Senado afirmou que uma de suas prioridades será “atuar fortemente para que a União entre para valer nos investimentos em Segurança Pública”. “Temos 215 mil homens e mulheres em nossas Forças Armadas e as fronteiras estão escancaradas”, afirmou Marconi.

“Apresentei minha candidatura ao Senado porque quero colocar minha experiência a serviço de Goiás e do Brasil, para que, em Brasília, a gente trabalhe para colocar o país de volta nos trilhos”, enfatizou o candidato ao Senado. O ex-governador disse que chamou a atenção para o “cenário de radicalização política muito sério”. “O que mais me preocupa é o que vai acontecer com o Brasil após as eleições”, ressaltou Marconi.