Ato pró-Bolsonaro testa paciência do STF e influência do ex-presidente 

Domingo (25) se aproxima e há expectativa sobre se manifestação vai ser boa ou péssima ao ex-presidente sob suspeita de ter planejado dar um golpe de Estado

Postado em: 15-02-2024 às 10h30
Por: Yago Sales
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No 8 de janeiro, não teve pena: foi o algoz de tudo e todos que, de alguma forma, estava ligado à quebradeira na Praça dos Três Poderes | Foto: Reprodução

O tic-tac do relógio aproxima o domingo mais esperado do ano: o do dia 25, quando, espera-se, uma multidão deverá se reunir no entorno de um trio elétrico contratado pelo pastor Silas Malafaia com o ex-presidente Jair Bolsonaro em cima. 

A ideia, como adianta o ex-presidente, que já entende que o Supremo Tribunal Federal (STF) não está para brincadeira, é fazer um ato pacífico, sem qualquer cartaz com frases de efeito contra qualquer personalidade: leia-se, sobretudo, Alexandre de Moraes, ministro que, com caneta de ouro, colocou milhares de bolsonaristas atrás das grades em circunstâncias diferentes. 

Como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Morais não passou a mão na cabeça antes do 8 de janeiro, autorizando a prisão até de parlamentar. Deputado bolsonarista, bom frisar. No 8 de janeiro, não teve pena: foi o algoz de tudo e todos que, de alguma forma, estava ligado à quebradeira na Praça dos Três Poderes. Depois, o Brasil soube do caso das jóias e indícios de complô para golpe militar. 

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Alvo de uma ofensiva da Polícia Federal dias atrás, vendo até generais do alto escalão do exército brasileiro sendo pegos de surpresa na calada da noite, Bolsonaro teme pela liberdade. Chamou o povo à rua. Ninguém tem dúvidas: ele vai conseguir aglutinar. Afinal, existe, ainda, o que é normal, uma aversão fora do comum à gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT). 

Proteger Bolsonaro dessa “perseguição” da esquerda, do Lula, do Dino – prestes a tomar posse no STF -, do STF e do Alexandre de Moraes, se tornou missão. Há ameaças, inclusive, caso Bolsonaro seja preso, de o País parar. Greve geral. Quebradeira. Embora o Brasil tenha visto que baderna não tenha surtido qualquer chamisco na democracia, mesmo com vidros e móveis históricos destruídos por apoiadores de Bolsonaro, ainda paira esse clima. Pelo menos virtualmente. Desta vez, contudo, a Polícia Federal, sob Lula, mais treinada, mais capacitada, já deve monitorar os passos de todo aquele que ainda espera que o País se entregue à balbúrdia de um cronograma golpista. 

O ato foi marcado para domingo. Bolsonaro quer todo mundo vestindo verde e amarelo. Qualquer bolsonarista que se preze, claro, tem uma camiseta da Seleção Brasileira. Afinal, a indumentária se tornou uniforme dos apoiadores do ex-presidente. Nada de vermelho. A calça legue, a bermuda, e tênis? Azul, verde, amarelo, branco. 

Em ano eleitoral, quando brasileiros e brasileiras vão às urnas para escolher prefeitos e vereadores, um isolamento de Bolsonaro e eventual prisão não devem demonstrar, de fato, como anda a influência dele nos municípios. Ele não vai conseguir estar em todos os cantos. Mas terá porta-vozes. Em Goiás, por exemplo, não falta quem ecoe o bolsonarismo. O mais famoso tem até mandato e deve tentar alguma prefeitura, até mesmo a capital: Gustavo Gayer, que é deputado federal.

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