Jornal O Hoje entrevista Senador Wilder Morais (DEM)

Como coordenador geral da equipe de transição, Wilder disse que seu trabalho é meramente técnico e o relatório final da situação fiscal do governo ficará pronto no final de novembro

Postado em: 29-10-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Como coordenador geral da equipe de transição, Wilder disse que seu trabalho é meramente técnico e o relatório final da situação fiscal do governo ficará pronto no final de novembro

Rubens Salomão

Venceslau Pimentel *

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O senador de Goiás pelo Democratas, Wilder Morais, falou sobre o processo de transição do governo de José Eliton (PSDB) ao governador eleito Ronaldo Caiado (DEM). Como coordenador geral da equipe de transição, Wilder disse que seu trabalho é meramente técnico e o relatório final da situação fiscal do governo ficará pronto no final de novembro. Sobre a polêmica do Orçamento Impositivo das emendas dos deputados estaduais, o senador afirmou que Caiado trabalha junto com seu vice-governador eleito, Lincoln Tejota (PROS), que é deputado, para adiar a aplicação da PEC para 2020. 

A imprensa divulga notícias sobre a transição de governo entre Ronaldo Caiado e José Eliton, e um dado chama a atenção, a dívida de R$ 280 milhões. Aparentemente, a situação do governo não é boa. Como avalia os fatos publicados até o momento?

Nós temos acompanhado pela imprensa local. Mas é muito prematuro no momento discutir esses números. A missão dada por Ronaldo Caiado é fazer a coordenação junto a todas as secretarias de governo e também de todas as estatais. Nossa missão agora, junto com uma assessoria de São Paulo, é constatar esses números, na medida que conhecemos a situação de cada Pasta. Eu conheço esses números através de jornais. Vamos conhecer os quadros técnicos de cada secretaria, como número de comissionados e efetivos. Como já fui secretário de governo, conheço alguns nomes indicados pelo governador José Eliton. Estive em São Paulo visitando o instituto e vamos nos posicionar a medida que tivemos os relatórios de cada secretaria. A ideia é fazer o relatório final ate o dia 30 de novembro. Os técnicos que virão conhecem muito de gestão pública, mas vamos trabalhar também com os técnicos que vivem o governo. 

O senhor e o governador eleito estiveram no ministério da fazenda para conhecer os números de Goiás. É uma forma de contrapor os dados apresentados pelo governo de JoséEliton?

Na verdade, o Caiado está fazendo uma busca nos lugares que podem dar a realidade da situação fiscal de Goiás. Nós tivemos uma visita com as pessoas do Tesouro Nacional pegando os compromissos que Goiás tem com a União. Quais são as dívidas de curto e longo prazo com o governo federal. Essas informações vão vir de encontro com a situação que vamos verificar, quais a receitas que o Estado tem e os compromissos assumidos nesse último exercício. Na minha missão de coordenador da transição, quero ser muito técnico e não quero dar opinião sobre como o novo governo vai funcionar. Tenho dito que aprendi muito com o Caiado nesse período de campanha, vou fazer um diagnostico do paciente e a parte da operação fica por conta dele. Tenho duas missões: fazer a transição e terminar meu mandato em Brasília como Senador. Sou relator da área de transporte e faço um relatório sobre o transporte no Brasil inteiro. 

Como empresário, como avalia os incentivos fiscais dados pelo atual governo. Deverão ser mantidos?

Não tenho nenhum dado ainda, qualquer opinião anteciparia qualquer realidade do Estado. Existe esse déficit de R$ 241 milhões. Mas vamos estudar o governo como um todo. Tem muitos programas em ação, investimentos em obras em andamento. A informação que a gente tem é que houve uma reunião de José Eliton e Ronaldo Caiado em uma conversa muito amistosa e que a transição será feita de maneira republicana. Neste momento, temos que nos ater a situação financeira , das contas assumidas e com esse levantamento, o governador vai ter os números claros para poder reformular seu plano de governo. 

O governador eleito já se posicionou contra o Orçamento impositivo aprovado na Assembleia Legislativa, que terá um impacto de R$ 300 milhões só no primeiro semestre. Como o senhor avalia a situação?

Isso é verdade. O governo já tem trabalhado nesse sentido. Tivemos vários deputados reeleitos que fazem parte da nossa chapa. Temos que unir os parlamentares e os aliados para pensar no crescimento de Goiás e fazer algo no sentido a não engessar o orçamento do governo. Já estamos trabalhando com os deputados para que o orçamento impositivo seja aplicado a partir de 2020 para o governo fazer os ajustes fiscais. Notei na visita com o governo em exercício, a tranquilidade de fazer essa mudança nesse momento agora, porque o que for feito para melhorar Goiás pode ser feito agora ou em janeiro. 

Na sua visão, a base deve ter qual tamanho na Assembleia Legislativa?

Eu não tenho essa posição, porque é uma discussão do governador com o vice eleito, que hoje é deputado estadual. A minha participação nessa transição é única e exclusivamente técnica. Fico feliz em falarem que sou político, até porque sempre fui técnico. Nesse momento, me sinto político, com quase 800 mil votos na eleição para senador, mas a minha trajetória sempre foi técnica. Venho do setor produtivo, então me sinto muito a vontade nesse processo de transição porque é o mesmo sistema que utilizamos nas nossas empresas para agilizar as contas. Quero entregar um relatório consistente com todos os dados necessários para o governador tomar as decisões corretas. 

No mês de dezembro será elaborada uma reforma administrativa?

Com as informações precisas, nós vamos fazer o plano dos primeiros 100 dias de governo. A empresa que está nos auxiliando, a Comunitas, vai ajudar com os melhores casos de gestão no Brasil e no exterior. Esse é o objetivo do Caiado, fazer um governo moderno e transparente. Podemos ter os mesmos conceitos da iniciativa privada no governo. Terei o maior prazer de ter uma radiografia real de todas as áreas. 

Quando a equipe conseguir a situação real do Estado, o governador José Eliton vai fazer uma aparição pública sobre o assunto. A partir daí não pode haver um rompimento nessa transição tranquila e republicana?

A maioria dos dados fiscais estão no Portal da Transparência. O governador vai fazer todo o esforço para entregar o governo em bom estado. Os dados serão recorrentes a cada semana e assim será até o final do ano. Então ele tem até o dia 31 de dezembro para pagar as contas e colocar tudo em dia. Não vejo porque ter problemas. Meu relatório será independente da situação financeira ser boa ou ruim. Os dados que estamos buscando agora para poder dizer a situação real do governo. (*Especial para O Hoje) 

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