Kitão defende prévias no PSD e critica caciques que não apostam na juventude 

Vereador lançou pré-candidatura à Prefeitura de Goiânia na semana passada e expôs racha na sigla comandada por Vanderlan Cardoso

Postado em: 05-03-2024 às 08h30
Por: Gabriel Neves Matos
Imagem Ilustrando a Notícia: Kitão defende prévias no PSD e critica caciques que não apostam na juventude 
Kitão teve sua pré-candidatura a prefeito de Goiânia lançada na semana passada, em evento realizado em um hotel da capital | Foto: Leandro Braz/O Hoje

O advogado e vereador Lucas Kitão (PSD) afirmou que o seu projeto de pré-candidatura para disputar a Prefeitura de Goiânia nas eleições municipais deste ano é “pra valer”. Aos 32 anos de idade, o parlamentar é um dos postulantes mais jovens que aparecem, até o momento, entre os nomes na corrida pelo Paço Municipal. Esta é, inclusive, uma característica que ele próprio enfatiza ao falar sobre os motivos que o levam ao pleito. 

“Goiânia precisa de uma liderança nova”, afirmou em entrevista ao programa O Hoje News. “Dos candidatos colocados, a nossa candidatura é a que mais conhece os problemas de Goiânia. Eu vivo aqui, eu moro aqui, eu frequento os lugares, eu ando nas ruas e estou todos os dias em contato com as pessoas. O vereador tem esse contato muito mais que um deputado federal, um senador.”

Kitão teve sua pré-candidatura a prefeito de Goiânia lançada na semana passada, em evento realizado em um hotel da capital. O lançamento, que contou com a presença e apoio do ex-deputado federal Vilmar Rocha (PSD), expôs o racha interno que vive o partido atualmente, com uma ala que apoia Kitão, e outra que defende a viabilização do nome do senador e presidente do diretório estadual do PSD, Vanderlan Cardoso.

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Durante entrevista ao programa O Hoje News, Kitão criticou a prática de candidaturas surgidas de acordos políticos e defendeu uma abordagem mais transparente e participativa na escolha dos representantes. Nesse sentido, o pré-candidato propôs a realização de prévias dentro do PSD, com o objetivo de fortalecer o partido e envolver os cidadãos no processo de seleção do candidato mais capacitado.

“Externo uma dificuldade grande aqui: todos reclamam de não ter lideranças jovens ascendendo na política de Goiás, mas aqui, do lado de cá, a gente vê uma dificuldade grande no próprio partido, por exemplo”, afirmou. “Os caciques da política não acreditam nas novas candidaturas, não querem perder o espaço para os jovens que querem fazer diferente. Acho que só tem uma forma de a gente virar a página em Goiânia. É tendo atitude para reagir a tudo isso que está colocado, essas práticas antigas.”

Sobre a possível aliança do PSD com outros partidos, a exemplo das conversas para possível montagem de chapa entre Vanderlan e a pré-candidata a deputada federal Adriana Accorsi (PT), noticiadas no início deste ano, Kitão expressou preocupação com a perda de identidade e espaço político da legenda, caso uma decisão dessa envergadura seja imposta de forma monocrática pelo presidente estadual da sigla sem consulta prévia aos filiados. Ele ressaltou a importância de preservar a autonomia do partido e manter seu protagonismo nas eleições municipais.

“Oficialmente, só eu coloquei o nome à disposição dentro do partido e para a cidade. A gente aguarda essa outra pré-candidatura do senador [Vanderlan Cardoso], que figura muito bem nas pesquisas, mas demonstra não ter vontade”, disse o vereador. “Acho que isso é facilmente resolvido dentro de casa com diálogo, como os outros partidos grandes fazem. E o PSD, faço questão de falar, protagonizou as últimas eleições de Goiânia, é um grande partido, tem um tempo muito bom de televisão, tem um nome leve. É esse perfil de diálogo que eu acho que essa eleição requer. Não é polarizado.”

Kitão também destacou que tem a expectativa de que as eleições deste ano não sejam polarizadas, à luz do que foi o pleito federal de 2022. “Costumo brincar que buraco na rua não tem ideologia, e vaga de creche não tem partido”, disse. E nessa toada, defendeu que “as boas candidaturas, que representam bem o sentimento do eleitor, do cidadão, são aquelas bem produzidas, que têm plano de governo diferente”. “Mas para chegar lá e ter todo esse material, você precisa começar a discussão”, sugerindo que o PSD tem “bons quadros”, mas ainda não tem definido um projeto para Goiânia por falta de discussões internas.

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