Integrantes do PL resistem à possível indicação de Mayara Mendanha à vice

Mulher, evangélica e esposa de um político forte em Goiânia, Mayara Mendanha soa como a ‘vice dos sonhos’ para o projeto da base governista encabeçado pelo empresário Sandro Mabel

Postado em: 03-07-2024 às 04h15
Por: Felipe Cardoso
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Em meio a esse cenário que a esposa de Gustavo, Mayara Mendanha, soa como uma figura minimamente importante para toda e qualquer candidatura | Foto: Reprodução

O ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (MDB), é, hoje, um dos principais expoentes da política goianiense. Ainda que não tenha exercido nenhuma função política em favor da capital do Estado, Gustavo é tido como um ‘modelo’ em função do trabalho desempenhado na cidade-irmã de Goiânia. 

Em 2020, Mendanha foi reconduzido ao cargo de prefeito de Aparecida. A eleição foi histórica, haja vista que o emedebista terminou a corrida pela administração do município com 98% dos votos válidos das urnas. 

Na noite do domingo que definiu a situação, precisamente em 15 de novembro de 2020, o político somava, com 100% das urnas apuradas, 197.491 mil votos. Márcia Caldas (Avante), que ficou em segundo lugar, teve 6.235 votos, ou seja, 3,02%. Bruno Felipe (PSOL), obteve 1,16%, que corresponde a 2.395 votos.

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O fenômeno nas urnas, associado aos avanços significativos implantados por Gustavo na cidade, foram fatores que chamaram a atenção dos goianienses. Em paralelo a esse cenário, hoje, o entendimento dos players políticos que costumam formar opiniões com base em pesquisas internas, é que o goianiense busca alguém com experiência de gestão para o cargo. 

Não à toa, Mendanha figurou, enquanto ainda era ventilado como uma expectativa para a disputa em Goiânia, como o favorito em todas as pesquisas encomendadas pelas diferentes lideranças e partidos. Depois que teve seu sonho de concorrer em Goiânia tolhido – foi impedido pela Justiça eleitoral por ter sido reeleito em 2020 – Mendanha decidiu se dedicar a ajudar o escolhido da base governista, encabeçada pelo governador Ronaldo Caiado (UB). 

Primeiro, hipotecou apoio a Jânio Darrot (MDB), um nome que entrou no circuito pela prefeitura de Goiânia tão rápido quanto saiu. Depois, com a entrada de Sandro Mabel (UB) na cena, Mendanha dobrou a aposta e promete, agora, fazer o possível para empurrá-lo.

E é em meio a esse cenário que a esposa de Gustavo, Mayara Mendanha, soa como uma figura minimamente importante para toda e qualquer candidatura. A ideia é que Mayara representa o único nome capaz de verdadeiramente capitalizar a força do marido. Seria ela, então, a ‘vice dos sonhos’ de Mabel: mulher, evangélica e ‘herdeira’ de um político forte em Goiânia. 

No entanto, Mayara é filiada ao PL, de Jair Bolsonaro. E justamente por isso a construção dessa aliança pode ser mais difícil do que se imagina. Conforme mostrado pelo O Hoje na última semana, segundo interlocutores, são vários os motivos que justificam a tese de que o comandante do PL em Goiás, senador Wilder Morais, vai lutar com todas as forças para impedir uma eventual composição entre o PL e a base.

O principal argumento que justifica essa resistência passa pela disputa de 2026. Parece longe, mas não é. E mais do que isso: qualquer decisão agora tende a respingar diretamente nas composições políticas para as eleições daquele ano. 

Wilder é um dos nomes fortes para a briga política pelo governo de Goiás. Acontece que ele tem, ao menos por ora, como principal adversário, o vice-governador Daniel Vilela (MDB). O emedebista é o sucessor natural de Ronaldo Caiado e está diante de sua melhor oportunidade para agarrar o governo. Sendo assim, vai à luta com gosto de sangue. 

Ainda no campo das possibilidades, se Mabel terminar eleito, será uma vitória, claro, para a base caiadista. Base esta que estará, além de mais forte, nas ruas em favor de Daniel em 2026. Ou seja, é mais do que claro que para o dirigente do PL goiano a dobradinha com a base hoje poderia enfraquecer seu projeto amanhã. Sendo assim, Wilder faz coro aos nomes do PL na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) – Major Araújo, Delegado Eduardo Prado e Paulo Cezar Martins – que defendem com unhas e dentes que o partido não recue, que vá a luta mesmo com as chances reduzidas após a saída de cena de Gayer. 

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