Em paralelo ao bolsonarismo, Caiado mantém posição nas principais cidades goianas

Governador articula para ser alçado à presidência da República em 2026 com o apoio do ex-presidente. No entanto, não titubeia e mantém posição firme em relação aos nomes da base na disputa de 2024. Cenário pode ser observado nos principais municípios goianos, onde governador se opõe aos interesses do ex-presidente

Postado em: 04-07-2024 às 04h30
Por: Redação
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Analistas acreditam que a posição de Caiado pode impactar uma aliança futura com o PL, em 2026 | Foto: Reprodução/Instagram

Felipe Cardoso e Francisco Costa 

O governador Ronaldo Caiado (UB) não esconde o desejo de disputar o Planalto, em 2026, e nem que deseja ter o apoio de Jair Bolsonaro (PL) nessa contenda. Contudo, o goiano tem candidaturas antagônicas às do ex-presidente nas principais cidades goianas: é o caso de Goiânia, Aparecida, Anápolis e Rio Verde. 

Em Goiânia, Fred Rodrigues (PL) é o pré-candidato de Bolsonaro ao Paço. O governador Ronaldo Caiado, por sua vez, lançou o empresário Sandro Mabel (UB) na disputa. Além disso, o grupo caiadista tem tentado garantir a ausência do adversário bolsonarista na disputa, oferecendo a indicação da vice.

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O próprio Fred tem se mostrado insatisfeito com o “assédio” e já reafirmou a veículos de comunicação, em mais de uma ocasião, que sua pré-candidatura é pra valer. Caiadistas, contudo, seguem na crença de uma composição. 

Já em Aparecida de Goiânia, o bolsonarismo é representado pelo deputado federal Professor Alcides. O próprio Bolsonaro esteve duas vezes como o pré-candidato para anunciá-lo como opção. Do lado do governador, o nome apoiado é do primo do vice-governador Daniel Vilela (MDB), Leandro Vilela (MDB). 

Leandro assumiu o posto do prefeito Vilmar Mariano (UB), que tentava se viabilizar para concorrer. Há algumas semanas, todavia, ele foi comunicado por Caiado que as pesquisas não lhe davam condição para isso. Desde então, ele segue sem definir quem irá apoiar neste pleito, apesar das investidas da base. 

O movimento se repete em outras cidades tidas como estratégicas para ambos os políticos. É o caso de Anápolis e Rio Verde, por exemplo. Na primeira, Caiado tem, por ora, um nome: o de Eerizânia de Freitas (UB), que entrará na disputa como sucessora do atual prefeito, Roberto Naves (Republicanos). Em entrevista à imprensa local, Naves chegou a declarar, inclusive, que Eerizânia teria sido uma escolha de Caiado para a disputa. Ela lançou seu projeto na cidade na noite de ontem na presença de diversas autoridades, incluindo o governador e a primeira-dama, Gracinha Caiado.

Em Rio Verde a cena não é diferente. Lá, a disputa se concentra, nesse momento, acerca de dois principais nomes: o de Wellington Carrijo (MDB), o indicado do atual prefeito, Paulo do Vale; e o de Lissauer Vieira (PL), o representante máximo do bolsonarismo na cidade. Ainda que Caiado não tenha se posicionado oficialmente sobre a disputa na cidade, que é, sem dúvidas, uma das mais importantes de Goiás pela forte ligação com o agronegócio, é esperado que caminhe com o prefeito. Em outras palavras, que apoie Carrijo. Se esse cenário se concretizar, mais uma vez Caiado marcará posição contrária aos interesses do bolsonarismo.

2026

Analistas acreditam que a posição de Caiado pode impactar uma aliança futura com o PL, em 2026. Além de querer o apoio de Jair Bolsonaro para disputar a presidência, o governador pode ter o presidente do PL em Goiás, senador Wilder Morais, como adversário de seu sucessor, Daniel Vilela, na corrida pelo Palácio das Esmeraldas. 

Como a manutenção da postura vai impactar a relação de ambos em 2026 ainda não se sabe. Da mesma forma que não se sabe se Bolsonaro, de fato, apoiaria o governador. O ex-presidente já teria esboçado como preferido o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O chefe do Executivo paulista, porém, ainda está em primeiro mandato e pode seguir pelo caminho da reeleição, o que colocaria Caiado, nesse cenário e ao menos por ora, entre as melhores opções.

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