As eleições municipais irão acabar no dia 6 de outubro para a maioria esmagadora das cidades goianas. Para acontecer o segundo turno, nenhum candidato pode ter obtido a maioria dos votos – 50% mais um – e o município ter 200 mil ou mais habitantes. Do universo de 246 municípios goianos, apenas três estão dentro dessas possibilidades.

Goiânia, Aparecida e Anápolis podem vir a ter o desempate nas urnas no dia 27 de outubro. Até o momento, a indefinição nas cidades aponta para um desfecho: os cabos eleitorais no segundo turno serão essenciais para vencer no pleito.

Na capital a situação é bem clara. Vanderlan Cardoso (PSD), Adriana Accorsi (PT) e Sandro Mabel (União Brasil) são os favoritos ao Paço Municipal, e dois deles devem ir ao segundo turno. Se as eleições fossem acontecer nesta semana, provavelmente teríamos no segundo turno um embate entre Vanderlan e Accorsi, que apareceram empatados tecnicamente na primeira posição nas pesquisas de intenção de voto, da Serpes/O Popular.

Se o cenário provável for confirmado, Vanderlan deve contar com o apoio da base caiadista no segundo turno. Dificilmente os apoiadores do governador irão votar no nome do PT em Goiás. Ronaldo Caiado (União Brasil) irá fazer de tudo (e tem feito) para sair como candidato à presidência da república em 2026, onde pode enfrentar Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ter a principal cidade do estado em que governa – e fez sua carreira política – comandada por uma petista, não seria bom para os planos de Caiado, em 2026.

O governo do Estado aposta que Mabel tem boas chances de desbancar um dos dois favoritos do momento. Caso o pré-candidato do União Brasil vá para o segundo turno contra Accorsi, é provável que ele herde os votos de Vanderlan – que tem muita força com o eleitorado evangélico e via de regra aqui em Goiânia, identificado mais à direita. Porém, se o embate for com Vanderlan, será no mano a mano. Dificilmente o eleitorado de Accorsi, muito ligado ao Partido dos Trabalhadores, partirá com veemência para um dos lados, nesse possível cenário.

Além de uma vaga no segundo turno, Vanderlan, Accorsi e Mabel tentam angariar outro importante fator determinante nas eleições, a máquina pública. Na corrida pelo apoio do atual prefeito da cidade Rogério Cruz (Solidariedade) no segundo turno, Vanderlan está na frente. Os eleitores de Cruz não tem um perfil à esquerda para irem com Accorsi e Mabel foi o escolhido pelo governador para ser seu homem forte na disputa pela prefeitura. Tempos atrás, Rogério Cruz tentou de diversas formas ter o apoio de Ronaldo Caiado para tentar ser reeleito. Sem sucesso. Logo, por eliminação, sobrou para os apoiadores de Cruz irem com Vanderlan.

Aparecida

A situação em Aparecida se assemelha em alguns pontos. No município conurbado com Goiânia, Professor Alcides (PL) é o favorito e, caso haja um segundo turno, o nome da oposição seria Leandro Vilela (MDB). Alcides é filho do grupo político do MDB, o qual é seu principal concorrente na disputa por Aparecida. O deputado estadual é o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro na cidade.

Já Leandro Vilela é o candidato da base caiadista. Primo do vice-governador Daniel Vilela (MDB), Leandro é sobrinho de Maguito Vilela, nome histórico do MDB em Goiás. O pré-candidato emedebista também é apoiado por Gustavo Mendanha, ex-prefeito de Aparecida e nome de extremo prestígio entre os aparecidenses.

Leandro foi anunciado como pré-candidato substituindo Vilmar Mariano (União Brasil). Vilmarzinho ainda não decidiu quem vai apoiar em Aparecida, o prefeito se encontra em ‘stand-bye’, após Caiado preterir seu nome em razão de Vilela. Porém, o Vilmar é bem visto em Aparecida e possui uma base eleitoral forte, que pode decidir o segundo turno, para um lado ou para o outro.

Anápolis

Em Anápolis, Antônio Gomide (PT) é o grande favorito ao pleito em outubro. O deputado estadual é nome consolidado em Anápolis e nem a rejeição ao lulopetismo na cidade faz com que o nome de Gomide caia nas pesquisas. 

Entretanto, o deputado Márcio Corrêa (PL) é o nome bolsonarista na cidade e deve fazer frente à Gomide. Na cidade, a candidata de Caiado, Eerizania Freitas (União Brasil) também conta com apoio do prefeito Roberto Naves (Republicanos), porém, está distante de Gomide e Corrêa. 

Em um eventual segundo turno do petista contra o bolsonarista, toda a direita anapolina deve apoiar Corrêa, o que pode complicar os planos de Gomide de voltar a ser prefeito de Anápolis depois de 10 anos. (Especial para O Hoje)