Câmara pode aumentar baixa representação feminina

Em 2020, cinco mulheres foram eleitas, menos de 15% das 35 cadeiras do parlamento

Postado em: 24-07-2024 às 05h30
Por: Francisco Costa
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Expectativa das legendas é ampliar essa representatividade | Foto: Divulgação/Câmara de Goiânia

Em 2020, Goiânia elegeu apenas cinco vereadoras para a Câmara Municipal. O número representa menos de 15% das 35 cadeiras. As eleitas foram: Luciula do Recanto e Sabrina Garcez, ambas do PSD, à época; Gabriela Rodart (DC, naquele momento); Leia Klebia (PSC, à época); e Aava Santiago (PSDB).

Neste pleito, contudo, a expectativa das legendas é ampliar essa representatividade.

As eleitas, claro, são apostas de retorno ao parlamento da capital. Além delas, outros nomes são apostas, como Kátia Maria, presidente estadual do PT, que assumiu o mandato na Câmara quando Mauro Rubem (PT) foi eleito para deputado estadual. O PSB também aposta em uma chapa com nomes femininos fortes como Lucilene Kalunga, líder quilombola, e Ludmila Rosa, cientista política.

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Pelo União Brasil, a deputada federal Silvye Alves acredita que a jornalista Arianne Cândido será bem votada. A mãe do deputado estadual Virmondes Cruvinel (União Brasil), Rose Cruvinel, é outra aposta. Médica, ela também é ex-vereadora.

Mais à esquerda, o PSOL acredita que vai garantir uma cadeira na Câmara de Goiânia pela segunda vez. Para isso, investe em nomes conhecidos de outras eleições, como a presidente estadual Cintia Dias, que disputou o governo em 2022, e Manu Jacob, que concorreu ao Senado. O PCdoB, por sua vez, vem com a ex-deputada estadual Isaura Lemos. Ex-vereador e suplente do PSD, Priscilla Norgann (antes Priscilla Tejota) também pode entrar no páreo e atrair votação expressiva. 

O Republicanos, presidido pela vereadora Sabrina Garcêz, aposta alta em uma chapa feminina. Em maio deste ano, ela afirmou que a sigla tinha mais de 60% de pré-candidatas. “No Republicanos, a atuação da mulher não se resume a cumprir a cota, trata-se de protagonismo. Essa quantidade de mulheres é fruto do resultado deste compromisso, não apenas para a próxima eleição, mas da formação de um partido sólido, que faz diferença na política goianiense”, disse à época. 

De fato, todos os partidos deverão ter, no mínimo, uma divisão de 70% a 30% entre gêneros, graças à lei das cotas. 

Levantamento

Um levantamento realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indica que somente  45 cidades entre as 5.568 que realizaram eleições municipais em 2020 tinham maioria de mulheres na composição das câmaras de vereadores. O número é inferior a 1%.

Ainda segundo o levantamento, esse número é maioria em municípios com população menor que 15 mil pessoas: sete em cada dez. Somente um desse montante de 45 cidades tem mais 100 mil moradores. No caso, Araras (SP), com seis das 11 cadeiras.

Em Goiás, apenas duas cidades elegeram mais mulheres que homens, em 2020: Alto Horizonte e Vila Boa. Nas duas cidades, foram cinco vereadoras eleitas para as nove cadeiras. Na primeira, foram: Marly Laurindo, Jonaires Inácia, Rosana Rodrigues, Jocilene Fernandes e Jeane Reis. Já em Vila Boa, Francinete, Maria Pereira, Leonesa, Celianne e Cleide da Saúde. (Especial para O Hoje)

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