PSL pode alterar três pontos da Previdência

Líder do partido, Delegado Waldir, articula com partidos da base e o centrão para que governadores e prefeitos suportem o desgaste da sua própria Previdência

Postado em: 25-04-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Líder do partido, Delegado Waldir, articula com partidos da base e o centrão para que governadores e prefeitos suportem o desgaste da sua própria Previdência

Raphael Bezerra*

O texto da Reforma da Previdência, aprovado nesta terça-feira (23), sofrerá alterações na Comissão Especial pelo partido do próprio presidente Jair Bolsonaro (PSL). A articulação do líder do partido na Câmara dos Deputados, Delegado Waldir (PSL), trará três alterações: equiparação das questões previdenciárias entre militares e as forças policiais, exclusão da reforma estadual e municipal e benefícios de guardas municipais iguais aos policiais. 

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Segundo Waldir, as previsões econômicas do Governo Federal ainda não foram atestadas. “Paulo Guedes quer R$ 1,1 trilhão de economia. É claro que ele não vai fechar com isso. A maior bancada aqui é a da segurança pública. Ele vai querer brigar com essa bancada?”, afirmou.

Ao O Hoje, no mês passado, o líder do PSL avaliou a Reforma da Previdência como fundamental tanto para o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (Democratas), presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (Democratas), quanto para o presidente da República. “É imprescindível para o país, para os municípios e para os estados. Hoje, se compromete de 60 a 80% do orçamento com a previdência, não tem sobrado recursos para saúde, educação, segurança, investimentos e geração de emprego. Nós temos que acabar com os privilégios”, afirmou. 

Lideranças tentam apaziguar

O líder do governo na Câmara, o deputado Major Vitor Hugo (PSL) costura uma maneira de estreitar a relação entre o presidente Jair Bolsonaro e os parlamentares de seu partido, o PSL, que tem a segunda maior bancada na Câmara, com 54 deputados.

Mesmo com o bom número, o governo tem problemas em estabelecer uma base sólida no Congresso Nacional. Vitor Hugo quer tornar mais frequente o encontro de Bolsonaro com seus correligionários e, por isso, levou nesta quarta-feira (24), 10 deputados do PSL para uma audiência com o presidente no Palácio da Alvorada – reunião que inaugurou a agenda do dia do chefe do Executivo.

A iniciativa vem após o próprio líder do PSL na Câmara, delegado Waldir, demonstrar insatisfação com o governo Bolsonaro. Para contornar a situação, Rodrigo Maia aumentou o tamanho da Comissão Especial, criada na tarde de ontem e que fará mudanças no texto da Previdência. A comissão passou de 34 para 49 titulares. Anteriormente, ele havia considerado fechar a comissão com até 40 nomes. 

Maia também articula para construir um acordo com os partidos favoráveis à reforma da Previdência para que, a partir desta quarta-feira, os nomes já comecem a ser enviados. Mais cedo, a líder do governo no Congresso, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) informou, após reunião com presidente Bolsonaro, que o governo fechou acordo para instalar jánesta quinta-feira a Comissão Especial que dará sequência à tramitação da reforma da Previdência na Câmara.

Rodrigo Maia também parece incomodado com os ruídos que tem ocorrido, inclusive dentre os parlamentares do partido de Bolsonaro. Ele ressaltou a importância da base unida e orientada para que a proposta avance com rapidez. “Temos 60 dias para organizar uma votação na Comissão Especial e depois no Plenário. Governo precisa trabalhar de forma efetiva sua base, sua maioria. Mais importante que os discursos, é o resultado. Mais importante é o placar do que falar para a plateia. É essa consciência que é preciso ter daqui para frente. Tem muitos deputados novos, com muita vontade de falar. A gente sabe que os discursos são importantes, mas hoje há outros mecanismos de relação com o nosso eleitor, não só o microfone no dia da votação, porque acaba atrasando muito a votação”, sinalizou. 

 

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