Vitor Hugo se garante na liderança do governo Bolsonaro

Em entrevista ao O Hoje líder do presidente Bolsonaro na Câmara dos Deputados não vê desgaste da sua atuação como líder do governo

Postado em: 06-05-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Em entrevista ao O Hoje líder do presidente Bolsonaro na Câmara dos Deputados não vê desgaste da sua atuação como líder do governo

Raphael Bezerra*

O deputado federal pelo PSL, major Vitor Hugo, deve continuar como líder do governo de Jair Bolsonaro (PSL) na Câmara dos Deputados. Ele nega que haja um desconforto do capitão em relação a sua atuação como líder e nega a informação da coluna Radar, da Veja, que o presidente pode retirá-lo do cargo. “Estou acostumado com Brasília. Quando passei no concurso eu vim morar em Brasília. A liderança na Câmara é uma função muito delicada e importante no Governo. Participo de reuniões com ele, recebi a medalha de honra. Não há sinal de desconfiança”, explica.

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O deputado e líder do Governo na Câmara sofre com a pressão dos parlamentares, inclusive do próprio partido, desde a sua nomeação no começo do ano. Por ser marinheiro de primeira viagem no Congresso, o major tem sido criticado por não conseguir articular com o Congresso para a formatação de uma base sólida para a aprovação de matérias importantes para o Governo. 

Dentro do PSL, o maior crítico de Vitor Hugo é o delegado Waldir. O líder do PSL na Câmara chegou a afirmar que Vitor Hugo tem trabalhado para derrubá-lo da liderança do partido além de atribuir a vitória na eleição do ano passado ao seu próprio desempenho. “Victor Hugo deve sua eleição a mim. Eu poderia ter levado o PSL a coligar-se com o DEM, e aí teríamos conseguido eleger mais dois deputados federais. Mas, como caminhamos sozinhos, sou o responsável, com meus quase 300 mil votos, pela eleição do major da reserva do Exército. Mas, por ser mal agradecido, ele levou um grupo de militares e deputados ao presidente Jair Bolsonaro com objetivo de me derrubar da liderança do PSL”, indagou.

Vitor Hugo rebate a fala de Waldir e afirma que o delegado centralizou todos os recursos do partido dentro da sua candidatura. “Ele diz que me elegeu. Ele, na verdade, concentrou todos os recursos nele próprio [do PSL nacional]. Teve R$ 420 mil de fundo eleitoral e fundo partidário. Nenhum outro candidato homem recebeu. As mulheres receberam só o mínimo e tiveram material casado com ele”, afirmou. 

Aproximação do Executivo e Legislativo 

Para o major Vitor Hugo, a dificuldade entre essa aproximação da Câmara dos Deputado tem relação com a própria eleição de 2018. Ele afirma que por ter sido eleito sem uma base de partidos na sua coligação, o governo tem encontrado resistência por parte dos parlamentares. “Por ter sido eleito com apenas dois partidos na chapa, o Governo ainda não consolidou uma base. Além disso, o fato do Bolsonaro não ter loteado os Ministério para esses partidos deixou o clima mais acirrado”, explica.

Para buscar o apoio dos parlamentares, a estratégia do Governo tem sido dirigida para a nomeação de alguns cargos federais seguindo critérios técnicos fundamentados em um documento da Procuradoria Geral da República. (PGR). Outra estratégia para angariar votos para a Reforma da Previdência é a distribuição de verba para as bases de parlamentares e ampliar a interlocução com deputados e senadores.

A demora para a nomeação do Presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), atrasou a tramitação da Reforma da Previdência que pode não ser votada antes do recesso parlamentear previsto para o começo de julho e que dura 50 dias. “Nós conseguimos votar a matéria na CCJ bem rápido, estamos fazendo a discussão da Proposta na Comissão Especial. (*Especial para O Hoje) 

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