Eduardo Bolsonaro diz que AI-5 pode ser medida contra protestos no Brasil

“Não é uma guerra onde você tá vendo seu oponente do outro lado e você tem que aniquilá-lo, como acontece nas guerras militares. É um inimigo interno”, disse o parlamentar – Foto: Reprodução.

Postado em: 31-10-2019 às 15h45
Por: Nielton Soares
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“Não é uma guerra onde você tá vendo seu oponente do outro lado e você tem que aniquilá-lo, como acontece nas guerras militares. É um inimigo interno”, disse o parlamentar – Foto: Reprodução.

Nielton Soares

Ressuscitar o Ato Instituicional 5 (AI-5), da ditadura militar, no Brasil séria uma hipótese como resposta “se esquerda radicalizar’, afirmou em entrevista o filho ‘03’ do presidente Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

“Vai chegar um momento em que a situação vai ser igual ao final dos anos 1960 no Brasil, quando sequestravam aeronaves, quando se sequestravam, executavam-se grandes autoridades, cônsules, embaixadores, execução de policiais, de militares”, disse Eduardo. 

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As declarações do parlamentar aconteceram durante comentário sobre os protestos de rua intensificados no Chile e outros países da América Latina. Caso a onda de manifestações vir a ocorrer no país, Eduardo disse que um dos mecanismos do governo federal poderá ser “via um novo AI-5”. 

Segundo o deputado federal, a medida poderá ser via legislação aprovada por meio de um plebiscito “como ocorreu na Itália, alguma resposta vai ter que ser dada, porque é uma guerra assimétrica, não é uma guerra onde você tá vendo seu oponente do outro lado e você tem que aniquilá-lo, como acontece nas guerras militares. É um inimigo interno, de difícil identificação aqui dentro do país. Espero que não chegue a esse ponto né? Vamos temos que ficar atentos”.

A entrevista completo do parlamentar, líder do PSL na Câmara dos Deputados, foi divulgada nesta quinta-feira (31) no canal do YouTube da jornalista Leda Nagle.

A repercusão da fala de Eduardo Bolsonaro repercutiu até dentro da própria legenda. O principal porta-voz do presidente do PSL Luciano Bivar, deputado Júnior Bozzella (PSL-SP), salientou que a “primeira tentativa de golpe foi tentar tomar o PSL”.

AI-5

O Brasil apenas teve uma experiência com uma medida dura como o AI-5 no regime militar (1964-195), cujo o presidente podeia cassar mandatos políticos, prender qualquer pessoa, suspender o direito de habeas corpus, enfim, suspender todas as garantias constitucionais. 

O AI-5, considerado um dos atos de maior repressão no país, foi baixado no dia 13 de dezembro de 1968 no governo de Costa e Silva –um dos cinco generais que governou o Brasil. 

 

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