Novo ministro da Educação fala em Estado laico e diálogo, durante posse

O pastor presbiteriano Milton Ribeiro tomou posse na tarde desta quinta (16), no Palácio do Planalto; Bolsonaro participou por videoconferência - Foto: Reprodução.

Postado em: 16-07-2020 às 17h20
Por: Nielton Soares
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O pastor presbiteriano Milton Ribeiro tomou posse na tarde desta quinta (16), no Palácio do Planalto; Bolsonaro participou por videoconferência - Foto: Reprodução.

Nielton Soares

O novo ministro da Educação do governo Bolsonaro, o pastor presbiteriano Milton Ribeiro, que tomou posse, na tarde desta quinta-feira (16), sinalizou por diálogo com acadêmicos, pelo Estado laico e em favor do ensino público.

O novo interino do MEC citou as gestões a frente da educação infantil e do ensino profissionalizante. A cerimônia de posse foi realizada no Palácio do Planalto e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acompanhou por videoconferência, uma vez que está em isolamento porque se infectou com o novo Coronavírus e segue em tratamento domiciliar.

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Ribeiro, que é advogado, teólogo e pastor presbiteriano, relatou a trajetória de vida e formação religiosa no ato de posse. “Meu compromisso, que assumo hoje, ao tomar posse, está bem firmado e bem localizado em valores constitucionais, da laicidade do estado e do ensino público. Assim, deus me ajude”, salientou.

A indicação do nome dele para o MEC foi atribuída ao ministro da Secretaria-geral, Jorge Oliveira, e ao ministro da Justiça, André Mendonça, ambos da mesma igreja de Ribeiro. Ele contou que, ao ser convidado por Bolsonaro para a função, o presidente teria pedido prioridade a educação infantil e o ensino profissionalizante no MEC.

“Quando recebi o honroso convite por parte do senhor presidente para assumir o MEC, entre outras coisas, ele me disse: ‘olhe com carinho para a educação das crianças e ao ensino profissionalizante’. Hoje, publicamente, assumo o compromisso de que seguiremos essa orientação”, afirmou.

O novo ministro da Educação também afirmou que nunca defendeu violência física na educação escolar brasileiro. “Nunca defenderei tal prática, que faz parte de um passado que não queremos de volta.” Porém, em vídeo há quatro anos que voltou a tona na internet, Ribeiro defendeu que crianças sejam educadas “com dor”.

Entidade

O vice-presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edward Madureira Brasil, espera que o ministro estabeleça relação de confiança com as universidades federais. “O que a Andifes espera é diálogo, algo que foi muito difícil com o ministro nesse período,”

Segundo ele, a entidade também quer um alívio nas restrições orçamentárias, para assim, as universidades possam cumprir o papel educacional. Madureira lembrou que durante a gestão do ex-ministro Abraham Weintraub ocorreram bloqueios de recursos das instituições de ensino superior, ocasionando muitos protestos. 

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