Guardas de Aparecida são presos suspeitos de tortura e homicídio

Até ontem, faltava localizar três dos 11 guardas

Postado em: 24-09-2021 às 09h47
Por: Daniell Alves
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Até ontem, faltava localizar três dos 11 guardas | Foto: Reprodução

Oito guardas municipais de Aparecida de Goiânia foram presos ontem (23) durante a Operação Caronte, da Polícia Civil de Goiás (PC-GO). Eles são suspeitos de matar um homem após abordagem no município. A investigação também suspeita de tortura, extorsão de dinheiro por duas equipes da corporação em outubro de 2017.

De acordo com a delegada Paula Meotti, até a tarde de ontem, faltava localizar três dos 11 guardas investigados, que têm mandados de prisão em aberto. Na manhã de ontem, foram cumpridos mandados de busca e apreensão – um na casa de cada suspeito preso.

Segundo a Polícia Civil, em um dos endereços foram apreendidas porções de drogas, em outro uma arma sem permissão e em um terceiro uma arma com numeração raspada, então também estão sendo feitos autos de prisão em flagrante desses guardas por esses crimes.

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A corporação não divulgou outros detalhes das apreensões, como a quantidade e o tipo de drogas encontradas, por exemplo. Em nota, a Prefeitura de Aparecida informou que “não foi acionada sobre a operação e que está à disposição para colaborar com as investigações”. Já a advogada de um dos presos não quis divulgar o nome do cliente e disse que ele não tem envolvimento com o caso e deve ser ouvido e liberado em seguida.

Morto com tiro na cabeça

Conforme as investigações da PC, Maciel Batista de Oliveira foi encontrado morto com uma marca de tiro na cabeça na Serra das Areias em 27 de outubro de 2017. A corporação apurou ainda que, no dia anterior, duas equipes das Rondas Ostensivas Municipais (Romu) da Guarda Civil de Aparecida de Goiânia abordaram a vítima e alguns amigos que tomavam banho em córrego perto do Jardim Tiradentes.

Maciel tinha uma passagem por tráfico e se tornou alvo dos guardas. Durante a abordagem, as equipes teriam exigido da vítima R$ 10 mil e o colocaram em uma das viaturas.

Conforme artigo 158 do Código Penal, o crime de extorsão caracteriza-se pela conduta de constranger alguém a fazer, tolerar ou deixar de fazer algo, sob violência ou grave ameaça, com objetivo de obter vantagem indevida. Trata-se de crime contra o patrimônio, com pena que pode variar de 6 a 12 anos de reclusão e multa, se o crime for cometido mediante restrição da liberdade da vítima para a obtenção da vantagem econômica.

Nesse tipo de crime, geralmente é exigido algum ato ou colaboração da vítima. Segundo apuração, a vítima alegou que conseguiria apenas R$ 2 mil. Após ser colocado na viatura, ele foi encontrado apenas no dia seguinte, com um tiro na cabeça. (Especial para O Hoje).

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