Animais domésticos podem ajudar no combate ao estresse e ansiedade, diz estudo

De acordo com psicólogos, os pacientes que possuem um animal de estimação, sempre depositam grande parte de suas melhorias ao companheiro peludo, e as razões são muitas.

Postado em: 19-12-2021 às 18h32
Por: Almeida Mariano
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De acordo com psicólogos, os pacientes que possuem um animal de estimação, sempre depositam grande parte de suas melhorias ao companheiro peludo, e as razões são muitas. | Foto: Arquivo pessoal

Com a pandemia e o isolamento social, a procura por animais domésticos teve uma alta de 400% desde o início da pandemia. Estudos recentes publicados em um centro de pesquisas dos Estados Unidos, o National Center for Biotechnology Information, analisaram o impacto da relação de se ter um animal de estimação para a saúde física e mental das pessoas. O convívio com os cachorros, gatos, entre outros pets, pode aliviar os sintomas de ansiedade, depressão e estresse, como também estimular a prática de atividades físicas.

Segundo a União Internacional Protetora dos Animais (UIPA), em 2020, houve um aumento de 400% na procura por adoções de cães e gatos em São Paulo entre março e julho, comparado com o mesmo período do ano de 2019. Dados da Ampara Animal, que realizou uma pesquisa interna com alguns abrigos do Brasil, indicam um aumento de 5% na adoção durante o ano de 2020.‍

Uma pesquisa publicada por pesquisadores do Centro de Tecnologias Cardiovasculares da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, afirmam que os tutores de pets, em especial, os de cachorros, têm comportamentos menos sedentários e taxas de colesterol e pressão arterial mais baixas, além de menor risco para arritmias.

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Um estudo realizado no Reino Unido, que envolveu mais de 6 mil participantes, indicou que mais de 90% entrevistados revelaram que seus animais domésticos os ajudaram a lidar emocionalmente com o confinamento causado pelas medidas preventivas da pandemia do coronavírus. Além disso, 96% disseram que os animais de estimação foram essenciais para se manterem ativos em suas rotinas.

“Os resultados também demonstraram ligações potenciais entre a saúde mental das pessoas e os laços emocionais que elas mantêm com seus animais de estimação: as taxas de vínculo humano-animal foram mais altas entre as pessoas que relataram pontuações mais baixas para resultados relacionados à saúde mental no início do estudo”, disse a autora principal, Dra. Elena Ratschen, professora sênior em pesquisa de serviços de saúde da Universidade de York.

De acordo com psicólogos, os pacientes que possuem um animal de estimação, sempre depositam grande parte de suas melhorias ao companheiro peludo, e as razões são muitas.


Confira alguns dos benefícios que animais de estimação podem trazer para a saúde mental:


Cura a solidão – Os animais de estimação acabam por afugentar a solidão e isso é ótimo para pessoas que ficam muito tempo sozinhas. O pet pode ser uma excelente forma de companhia, e com isso, dando a sensação de segurança e afeto. Também é uma ótima forma de amenizar o sofrimento do isolamento social de pessoas que sofrem de depressão severa e outros transtornos.


Combate o estresse e a depressão – O próprio nome diz: animal de estimação, ou seja, é um ser a estar numa relação de carinho e afeto, ser estimado por alguém. Isso por si só, já automaticamente estabelece uma correlação direta com o nosso estado depressivo ou de ansiedade e estresse.


Os sintomas de ambos são relacionados ao isolamento, a falta de iniciativa, a perda de amor próprio e com os outros. É comprovado que um tempo por dia dedicado ao seu animal de estimação equivale a um bom tratamento a base de remédios.


Traz felicidade – Cientificamente, a relação de afeto, cuidado e sensibilidade aumenta os níveis de oxitocina que estimulam, por sua vez, a produção de serotonina e dopamina. De modo que o cérebro produz substâncias como a serotonina, que tem ligação com a diminuição do sentimento de solidão e da depressão. Sem a dopamina, a pessoa ficará propensa a trabalhar cada vez menos com responsabilidade.


Conheça a história do pequeno Charlie Brown


Mais conhecido como “Charlin”, um pequeno vira-lata, que lembra bastante o famoso cachorrinho Snoopy dos desenhos animados, é o animal de estimação da estudante de história Alliny Castro. Na família há mais de uma década, Charlin foi o primeiro animal de estimação de Alliny. E a estudante conta que, graças ao pequenino, a vida de toda a família se tornou mais tranquila com a presença do pet.


Porém, os últimos anos têm sido difíceis para o pequeno Charlin, desde quando diagnosticado com rinite ulcerativa aguda e um tumor no focinho. “Na manhã de 16 de dezembro, Charlin amanheceu com o olhinho muito inchado, saindo muita secreção e sangue. Desde o início do ano, ele está enfrentando longos tratamentos relacionados ao seu diagnóstico de rinite ulcerativa aguda, porém ainda precisamos descobrir a causa do aparente tumor que vem se formando entre seu olho e focinho, e da secreção que não para há uns meses”, publicou a dona do pet em suas redes sociais, onde está organizando venda de rifas para poder custear a tomografia, o electrocardiograma e os exames necessários.


“Ele é meu melhor amigo, o primeiro cachorro da família. Ele é muito importante pra casa toda. Eu converso muito com ele, então ele sempre me ajudou nesse quesito da ansiedade mesmo, com coisas da faculdade e hoje em dia do trabalho também”, relatou a estudante.

Fontes: Clinical and Experimental Pharmacology and Physiology, National Center for Biotechnology Information, Psicólogo e Terapia – Psicólogos em São Paulo, Blog Time de saúde e Forbes.

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