Composição Campos/Mendanha respinga em Marconi

Perillo tem seguido fielmente a estratégia do ‘mistério’

Postado em: 15-06-2022 às 08h43
Por: Felipe Cardoso
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Perillo tem seguido fielmente a estratégia do ‘mistério’ | Foto: Reprodução

As perspectivas antecipadas pela reportagem do O HOJE se concretizaram. Agora, o deputado federal e pré-candidato ao Senado, João Campos (Republicanos), é, oficialmente, o candidato da chapa mendanhista. No tabuleiro da política goiana, o movimento de peças importantes costuma dizer muito. No caso da aliança Campos/Mendanha não é diferente. 

Nos bastidores, o comentário é de que os reflexos dessa aliança respingam principalmente no ex-governador e, quem sabe, candidato ao governo goiano, Marconi Perillo (PSDB). A leitura é que a composição da última segunda-feira, 13, acaba forçando Perillo a buscar o governo e não o Senado como conspiram algumas poucas lideranças. 

Isso porque Marconi tem seguido fielmente a estratégia do ‘mistério’. Até certo ponto assertiva. Por outro lado, prejudicial caso o candidato erre a dose. Mendanha, por sinal, que o diga. O preço da demora para escolha de seu partido político foi alto. Enquanto o ex-prefeito de Aparecida nutria seu projeto com cautela, o que em partes é compreensível, perdia espaço pela inércia.

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Vale lembrar que Mendanha esteve na porta dos grandes, mas terminou no Patriota, que, por sinal, não se rendeu por completo ao seu projeto — algumas das principais lideranças do partido já tinham acertado com o governador Ronaldo Caiado. O mesmo acontece agora com Perillo. Não do ponto de vista partidário, claro. Mas no âmbito das composições. 

Enquanto Mendanha avança uma nova ‘casa’ ao compor com o Republicanos, Vitor Hugo avança na conquista do agronegócio. Caiado, por sua vez, ganha corpo no entorno e mantém sob as asas o maior número de siglas. Em paralelo a tudo isso, Marconi, com seu mistério, continua a ver navios. 

Enquanto as forças de esquerda escapam por entre os dedos do tucano, o ex-governador se vê empurrado à disputa contra Caiado e, agora, também contra Mendanha. Havia quem acreditasse, até ontem, na possibilidade de uma aliança entre Marconi e Mendanha para consolidação de uma única chapa anti-caiadista.

O time ideal para muitos seria uma legenda com Mendanha ao governo e Marconi ao Senado. Uma minoria até chegou a cogitar o contrário, mas o primeiro ‘modelo’ sempre esteve infinitamente à frente do segundo. Desfeita ambas as possibilidades, a partir da composição de Mendanha com Campos, o tucano tem agora duas alternativas. Ou se aninha com os esquerdistas — Marconi nega as conversações — ou voa solo. 

Segundo ele, o povo é que dirá seu futuro. De acordo com lideranças próximas ao ex-governador, o tucano fará uma pesquisa e a partir do resultado tomará sua decisão — se Senado ou governo. O tempo tem passado e a oposição trabalhado por musculatura. O cenário é favorável caso Marconi invista na corrida ao Congresso. Ao Palácio, por sua vez, um tanto quanto incerto. Caberá ao líder tucano tomar sua decisão, se agora ou depois, o mais certo, o tempo dirá. 

Números

De acordo com a pesquisa eleitoral para o Senado do Instituto RealTime Big Data, divulgada em maio, João Campos aparece com 9% das intenções de voto, ficando atrás somente do ex-governador Marconi Perillo, que obteve 27%. 

Na sequência aparecem Alexandre Baldy (PP) tem 8% das intenções de voto,Delegado Waldir com 7%, Wilder Morais (PL) com 5%, Lissauer Vieira (PSD) com 3% e Leonardo Rizzo (Novo) com 1%. Outros 18% pretendem votar branco ou nulo e 22% não souberam ou não responderam. O levantamento foi registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número GO-02079/2022

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