Como identificar azeites falsificados à venda em supermercados?

Por ter alta demanda, valor agregado e preços elevados, fraudadores criam diversas estratégias para falsificar o produto, vendendo "gato por lebre"

Postado em: 19-09-2022 às 10h25
Por: Ícaro Gonçalves
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Por ter alta demanda, valor agregado e preços elevados, fraudadores criam diversas estratégias para falsificar o produto, vendendo "gato por lebre" | Foto: Reprodução

Os azeites estão entre os produtos mais valorizados da cozinha nacional e internacional, estando associado a culinária refinada e também a produtos saudáveis. O alimento, porém, também é um dos mais falsificados no Brasil, junto com as carnes e os lácteos.

Por ter alta demanda, valor agregado e preços elevados, fraudadores criam diversas estratégias para falsificar o produto, vendendo “gato por lebre” como forma de obter maior margem de lucro.

Mas o que faz do azeite ser um produto fácil para ser fraudado? E como fugir dos produtos falsificados durante as compras no supermercado?

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As fraudes mais comuns

Segundo Rita Bassi, presidente da Associação Brasileira de Produtores, Importadores e Comerciantes de Azeite de Oliveira (Oliva), a adulteração mais simples acontece quando o sumo da azeitona é diluído em outros óleos mais baratos, como o de soja. O fato de eles serem muito parecidos e se misturarem bem ajuda a enganar o consumidor.

“Porém, com o passar do tempo e a melhora na fiscalização, vemos que as fraudes estão se tornando cada vez mais complexas e elaboradas”, disse em entrevista à BBC.

“Hoje, observamos misturas de azeite de oliva de várias classificações, como os virgens e os extravirgens, adulterações com o óleo do bagaço da oliva ou até o uso de azeite lampante puro em alguns produtos”, exemplifica.

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Todas essas misturas, que não obedecem às legislações do setor, são vendidas pelos fraudadores como azeites da categoria extravirgem, a mais valorizada e que costuma ser mais cara.

O objetivo, claro, é ampliar a margem de lucro ao diluir o produto original — o sumo mais nobre das azeitonas — com óleos baratos e de menor valor agregado.

No Brasil, os azeites são classificados em quatro tipos, do mais nobre ao mais barato: o extra-virgem, o virgem, o tipo único, e o lampante. Suas diferenças residem no nível de acidez, nos processos de colheita e fabricação, e na qualidade das azeitonas usadas.

Como não comprar gato por lebre

Na hora de botar o azeite no carrinho do supermercado, é importante dar preferência a azeites produzidos e envasados no local de origem, pois possuem menor risco de ser fraudado nessas condições.

Também é importante desconfiar de produtos vendidos com preços muito abaixo da média. “Não existe milagre. Quase 100% do azeite consumido aqui é importado. É só ver o valor do euro e do dólar pra entender porque o preço do produto está elevado”, afirma Rita Bassi.

Outro ponto importante é priorizar os produtos os azeites produtos há menos de seis meses, sempre verificando a data de validade. Isso é importante porque o azeite vai perdendo os compostos benéficos e se degradando com o tempo.

Outras dicas:

  1. Leia o rótulo para ver se o produto é um “azeite extravirgem”, “virgem”, “tempero misto” ou “óleo composto”.
  2. Sempre prefira azeites vendidos em vidros escuros.
  3. Priorize as marcas em que a extração e o envase do azeite acontecem no mesmo local.
  4. Compre azeites cuja fabricação tenha acontecido nos últimos seis meses.
  5. Desconfie de ofertas e preços muito abaixo da média do mercado.

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