Vai passar o dia dos namorados solteiro? A ciência tem boas razões para você não achar isso ruim

De acordo com estudos, não ter alguém para chamar de seu, proporciona mais benefícios do que se imagina

Postado em: 08-06-2023 às 20h03
Por: Vitória Bronzati
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No Brasil, estima-se que existe 81 milhões de solteiros e 63 milhões de casados (Foto: Reprodução)

Segundo pesquisa da Euromonitor International, o número de solteiros ultrapassou o de casados na América do Norte e na Europa, até 2040 o número deve crescer em 20%. No Brasil, o IBGE estima 81 milhões de solteiros e 63 milhões de casados.

“Se você se reconfortou com os dados, provavelmente é solteira ou acabou de ficar. Mas por que você deveria se sentir consolada? Tom Jobim que me perdoe, mas é possível ser feliz sozinho, e fundamental mesmo é se sentir bem, sem depender de ninguém”, afirma a pedagoga com especialização em Sexologia Clínica, Claudia Petry.

De acordo com estudos, não ter alguém para chamar de seu, ainda que temporariamente, proporciona muito mais benefícios do que se imagina. Confira uma lista com três desses benefícios:

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Maior interação com amigos e família

Segundo artigo publicado no Journal of Social and Personal Relationships, solteiros costumam ter maior contato e proximidade com amigos e familiares, quando comparadas às casadas.

“Em um casamento, ou mesmo uma união estável, você passa a compartilhar sua vida com outra pessoa, o que significa menos tempo para se dedicar aos amigos, à família e até a atividades rotineiras e descompromissadas, como ir a um bar com o pessoal do trabalho depois do expediente”, explica Petry.

A psiquiatra geral, Danielle Admoni, diz que, em muitos casos, a mulher se sente mais sozinha em um casamento do que se estivesse solteira. “Se a relação for sufocante, a ponto de você se anular, perder sua identidade e se afastar das pessoas que ama, pule fora! No final do dia, o que importa são as pessoas que te fazem bem, mais do que ter ou não um marido ou namorado”, pontua.

Mais autonomia e satisfação

Estudo publicado no Journal of Family Issues comparou o crescimento pessoal de um grupo de casados a outro grupo só de pessoas solteiras. Ao final, constatou que mesmo os casais que viviam em harmonia, apresentaram níveis mais baixos de crescimento pessoal do que o grupo de solteiros.

No estudo, pessoas solteiras tendem a concordar mais com frases como: “A vida tem sido um processo contínuo de aprendizado, mudanças e crescimento” ou “Acho importante ter novas experiências que me desafiem cada vez mais”.

De fato, pessoas solteiras buscam prioritariamente aquilo que é mais relevante para elas, como uma carreira mais significativa e maior desenvolvimento pessoal. “Com mais independência, a probabilidade de atingir seus objetivos é bem maior, e não há relação amorosa no mundo que substitua a sua autonomia e a liberdade de estar no comando da sua própria vida”, concorda Claudia.

A saúde dos casados não é necessariamente melhor que a dos solteiros

A Universidade de Amsterdã, publicou uma pesquisa onde coletou, ao longo de 16 anos, dados de pessoas casadas e refutou a velha máxima de que o casamento é um fator protetor à saúde. Anualmente, os participantes da pesquisa relatavam questões sobre sua saúde. Ao término do estudo, não houve alterações significativas que sustentassem a tese.

“É mais provável que outros estudos tenham relacionado o casamento com aspectos emocionais, identificando melhorias na saúde mental, principalmente na terceira idade, fase em que as pessoas costumam ser mais solitárias”, opina a psiquiatra Danielle Admoni.

Petry lembra que nada disso é uma regra ou uma verdade universal. “Há mulheres que são felizes casadas, que têm prazer em cuidar da casa, dos filhos e do marido. Da mesma forma, há aquelas que não têm a mínima pretensão em casar e, tampouco, aptidão para a maternidade. O importante é buscar o estilo de vida que melhor funcione para você e, claro, ser feliz”, finaliza.

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