Matheus Ribeiro quer romper jejum de mais de 20 anos do PSDB em Goiânia

Pré-candidato afirma que é diferente dos demais e que “a principal composição que busco é com a população”

Postado em: 20-04-2024 às 08h30
Por: Redação
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Em entrevista ao Jornal O Hoje, o jornalista destacou que, diferente dos demais, não é herdeiro político ou representa “oligarquias que querem dominar Goiânia” | Foto: Reprodução

Felipe Cardoso e Francisco Costa

Pré-candidato à prefeitura de Goiânia, Matheus Ribeiro (PSDB) vai tentar romper um jejum de mais de 20 anos da sigla no Paço. Nion Albernaz foi o último presidente do PSDB em Goiânia. Ele geriu a cidade de 1997 a 2000. Em entrevista ao Jornal O Hoje, o jornalista destacou que, diferente dos demais, não é herdeiro político ou representa “oligarquias que querem dominar Goiânia”.

“O PSDB é o único partido que apresenta um projeto de mudança e reconstrução para a cidade de Goiânia. Isso começa pelo candidato. Não sou herdeiro político, não represento as oligarquias que querem dominar Goiânia, não sou candidato pela força do dinheiro. Tenho 30 anos, dez deles dedicados ao jornalismo, e quero ser o prefeito mais jovem da capital”, declarou.

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De acordo com ele, isso é um convite aos vários segmentos da sociedade para a construção de um novo modelo de gestão para a cidade, fora dos vícios políticos e dos extremismos ideológicos. “A principal composição que busco é com a população. É claro que estamos abertos ao diálogo com outras siglas, mas não para alianças fisiológicas ou clientelistas”, enfatizou sobre composições. Hoje, é preciso dizer, o PSDB é federado com o Cidadania.

Conforme mostrou reportagem do Jornal O Hoje, os pré-candidatos já buscam alianças partidárias. Porém, nomes como do prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) e do empresário Sandro Mabel (União Brasil), representante da base caiadista, já articulam com boa parte das siglas disponíveis.

Vale lembrar, o partido, mesmo fora da capital, já foi uma potência. Até 2002, tinha como presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) – e até 2014 rivalizava com o PT para o mando do País. Em Goiás, o Estado esteve sob “as asas” de Marconi Perillo de 1999 a 2018. Então, mesmo sem a capital, a legenda mostrava força.

Dali para frente, contudo, houve um encolhimento. O PSDB chegou a eleger 20 prefeitos em 2020, mas boa parte migrou para outras legendas. Hoje presidente nacional da sigla, Marconi Perillo foi derrotado em sua disputa ao Senado, em 2018 e 2022. Ainda assim, Matheus Ribeiro é otimista. Segundo ele, não há plano de apoiar outro nome no segundo turno. “Não tem plano o B. Nosso foco é estar no segundo turno.” A entrevista completa está disponível no fim da reportagem.

PSDB em Goiás

Atualmente, o tucanato em Goiás está sob o comando do deputado estadual Gustavo Sebba. Ele sucedeu, na última semana, o ex-deputado estadual Hélio de Sousa, que pediu licença do cargo. “Assumo o PSDB com a missão de fazer a sigla crescer, trazendo renovação ao partido, mas, ao mesmo tempo, defendendo o legado da legenda”, garantiu, na ocasião.

Segundo ele, o PSDB tem um grande número de filiados em várias cidades do Estado e já foram definidas várias chapas de candidatos a prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. “No entanto, ainda trabalharei em diversos municípios para promover candidaturas e chapas dentro daqueles que já estão filiados”, enfatizou.

O jornalista Matheus Ribeiro é a aposta de renovação do partido em Goiânia. Com mais de 46 mil votos em 2022, ele é suplente do partido na Câmara Federal. Nas redes sociais, o pré-candidato tem subido o tom nas críticas à gestão da capital. Ele tem passado por vias da cidade e parques para realizar denúncias. “O PSDB, voz importante da oposição, tem pré-candidatura em Goiânia. Esconder ou minimizar um projeto legítimo para a cidade é empobrecer o debate e impedir que, juntos, possamos resolver os problemas reais”, afirma em uma das postagens.

“O que me faz querer ser o prefeito mais jovem de Goiânia é ter a possibilidade de atuar naquilo que eu sempre denunciei, sempre me indignou e moveu no jornalismo”, declarou, recentemente, em entrevista. Segundo ele, a disputa a deputado federal o fez conhecer todo o Estado, mas também o ajudou a perceber a seriedade de um pleito, sobretudo para o Executivo.

Entrevista completa com Matheus Ribeiro

O Hoje – Além do Cidadania, o PSDB já articula com outras legendas uma composição?

Matheus Ribeiro – A principal composição que busco é com a população. É claro que estamos abertos ao diálogo com outras siglas, mas não para alianças fisiológicas ou clientelistas. Afinal, foi uma coligação assim, apenas visando a eleição, que levou Rogério Cruz para a cadeira de prefeito. Não queremos uma aliança apenas em busca de tempo de TV ou de fundo eleitoral, mas, sim, em torno das ideias que defendemos para a cidade: uma gestão mais eficiente, que coloque os serviços públicos funcionando e consiga limpar Goiânia.

O Hoje – E sobre vice? Já existem conversas? Qual o perfil?

Matheus Ribeiro – Busco um perfil que me complemente, alguém com perfil técnico, com experiência em gestão e que esteja disposto a colaborar no projeto de renovação política. Estado civil ou religião não são critérios! Até porque a vaga de vice não pode ser comercializada num balcão de negócios. Por isso, convidei algumas pessoas de expressão para se filiarem ao partido, como o presidente do Conselho Estadual de Educação, professor Flávio Roberto de Castro; a ex-diretora da Faculdade de Direito da UFG, prof. Bartira Miranda; além de outros quadros qualificados para somarem forças com o projeto. Até a convenção vamos afunilar as conversas em torno de um nome.

O Hoje – O partido não governa Goiânia desde Nion, que ficou até 2000. O que acha que pode fazer para mudar esse cenário e levar o partido de volta ao Paço? Qual o diferencial do partido diante dos nomes postos?

Matheus Ribeiro – O PSDB é o único partido que apresenta um projeto de mudança e reconstrução para a cidade de Goiânia. Isso começa pelo candidato. Não sou herdeiro político, não represento as oligarquias que querem dominar Goiânia, não sou candidato pela força do dinheiro. Tenho 30 anos, dez deles dedicados ao jornalismo, e quero ser o prefeito mais jovem da capital. Isso é um convite aos vários segmentos da sociedade para a construção de um novo modelo de gestão para a cidade, fora dos vícios políticos e dos extremismos ideológicos.

O Hoje – Caso não chegue ao segundo turno, com quem a legenda poderia se aliar?

Matheus Ribeiro – Não tem plano B. Nosso foco é estar no segundo turno.

O Hoje – E na Câmara Municipal, qual a expectativa do partido? Fazer quantos vereadores?

Matheus Ribeiro – A partir do trabalho liderado pela nossa presidente municipal, vereadora Aava Santiago, formamos uma chapa consistente e coerente para a disputa da Câmara, priorizando nomes que estão alinhados à renovação política e com um feito inédito: 50% das vagas serão preenchidas por mulheres, mais do que o exigido pela legislação. Nossos cálculos indicam a possibilidade de eleger até quatro vereadores e vereadoras.

O Hoje – Existe chance de recuo da pré-candidatura?

Matheus Ribeiro – Não.

O Hoje – O que acha das pré-candidaturas colocadas?

Matheus Ribeiro – O eleitor goianiense terá a oportunidade de escolher qual M prefere. Se é o M da mudança ou o M da mesmice. Infelizmente, outros nomes colocados para a disputa representam o ‘continuísmo’ da gestão atual ou o retorno de governos anteriores que foram um fracasso para a cidade.

O Hoje – Algo mais a declarar?

Matheus Ribeiro – Já estou trabalhando na construção do plano de governo e a primeira medida prevista é uma auditoria completa na Comurg. Vamos passar um pente fino na empresa e fazer com que esse patrimônio dos goianienses volte a entregar resultados para a população

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