Embaixador da Venezuela é expulso pelo governo peruano em Lima

Maduro pediu ontem a convocação urgente de uma cúpula de chefes de Estado e governo da América Latina e o Caribe para restituir as relações de diálogo no continente

Postado em: 12-08-2017 às 11h10
Por: Victor Pimenta
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Maduro pediu ontem a convocação urgente de uma cúpula de chefes de Estado e governo da América Latina e o Caribe para restituir as relações de diálogo no continente

O Ministério de Relações Exteriores do Peru informou ontem,
sexta-feira (11), que decidiu expulsar o embaixador da Venezuela em Lima, Diego
Alfredo Molero Bellavia, devido a uma nota de protesto enviada pelo governo
venezuelano. “Foi dado a ele o prazo máximo de cinco dias para deixar o
território peruano”, disse a nota.

Em comunicado, a Chancelaria peruana informou que considerou
como “não recebida a nota de protesto do governo da Venezuela sobre a
Declaração de Lima, por conter termos inaceitáveis”. A Declaração, assinada na
última terça-feira por chanceleres de 17 países da América Latina e do Caribe,
inclusive o Brasil, afirmou que a ordem democrática na Venezuela foi rompida e
que as ações tomadas pela Assembleia Nacional Constituinte venezuelana não
serão reconhecidas.

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No comunicado divulgado ontem, o governo do Peru reafirmou
sua “firme disposição de continuar contribuindo para a restauração da
democracia na Venezuela”. Horas antes, o chanceler peruano, Ricardo Luna,
tinha afirmado que a expulsão definitiva do embaixador da Venezuela no país, em
protesto contra o governo de Nicolás Maduro, era uma decisão que seria tomada
no “devido momento”.

Além disso, Luna descartou uma reunião de líderes da região
pedida por Maduro ontem para retomar o diálogo político na América Latina.
Segundo o chanceler, o convite foi “informal” e não havia
“clareza” nas palavras do presidente venezuelano. “Esse convite
não foi feito com clareza, não se sabe qual é a temática, não se sabe quem está
sendo convidado”, afirmou. “Ele [Maduro] também está falando em nome
de um grupo de países da Alba [Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa
América] que não tem, necessariamente, uma organização. Foi um convite informal
que não consideramos como algo que precisa ser avaliado. Por isso,
descartamos”.

Maduro pediu ontem a convocação urgente de uma cúpula de
chefes de Estado e governo da América Latina e o Caribe para restituir as
relações de diálogo no continente. “Não vejo razões para que ninguém se
negue a uma cúpula de portas fechadas, já que todos estão falando da Venezuela.
Se tivermos que ficar dois dias trancados, falando cara a cara, que façamos
isso e busquemos recompor as relações da América Latina”, afirmou Maduro.

O chanceler peruano reforçou que a Declaração de Lima é um
compromisso adotado pelos chanceleres da América Latina e do Caribe que
consideram que a Venezuela já não é uma democracia. 

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