“PMDB pode não lançar candidato em 2018”, afirma Ernesto Roller

Em entrevista exclusiva ao jornal O Hoje, Ernesto Roller é taxativo ao dizer que o candidato a governador, para a sucessão de 2018, não tem de ser, necessariamente, do partido

Postado em: 25-05-2017 às 09h50
Por: Sheyla Sousa
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Em entrevista exclusiva ao jornal O Hoje, Ernesto Roller é taxativo ao dizer que o candidato a governador, para a sucessão de 2018, não tem de ser, necessariamente, do partido

Venceslau Pimentel

Nome de referência dentro do PMDB, o ex-secretário de Segurança Pública na gestão de Alcides Rodrigues e atual prefeito de Formosa, Ernesto Roller, três vezes deputado estadual, é taxativo ao dizer que o candidato a governador, para a sucessão de 2018, não tem de ser, necessariamente, do partido. Roller é só elogios ao senador democrata Ronaldo Caiado, e que, segundo diz, tem todas as credenciais para disputar o governo com o apoio do PMDB. Mas também cita deputados do partido, assim como o nome do prefeito de Catalão, Adib Elias. Sobre a citação dos nomes de Daniel Vilela e Maguito Vilela nas delações de ex-executivos da Odebrecht, ele afirma que há tempo para que os dois se defendam da denúncia. Sobre o fato de ter ido ao Palácio Pedro Ludovico conversar com o governador Marconi Perillo sobre a liberação de R$ 5 milhões para Formosa, ele diz não ser constrangedor por se opor politicamente a ele. Ao contrário, o prefeito destaca a “atitude republicana” do tucano.

Qual o montante de recursos que o município de Formosa vai receber do Governo, em convênios firmados com o Programa Goiás na Frente?

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Devemos receber R$ 5 milhões. Estamos preparando a documentação necessária.

Como avalia esse programa lançado pelo governador Marconi Perillo? Tem observações a fazer?

A mim não interessa discutir, por exemplo, qual o título ou a finalidade do programa. Se é político ou não. O que interessa é o seguinte: eu sou prefeito da nona maior cidade do Estado. O governador me chamou ao Palácio (Pedro Ludovico Teixeira) para conversar sobre os problemas da cidade e posteriormente disponibilizou para o município de Formosa R$ 5 milhões para aplicarmos em pavimentação asfáltica. Para mim o que interessa é recebermos esse recurso para poder entregar o beneficio ao cidadão formosense. Essas questões políticas vão ser discutidas lá em 2018. Eu já disse publicamente que eu sou adversário do governador, todos sabem disso. Mas o governador teve uma atitude republicana e disponibilizou esse recurso, e agora estamos trabalhando na documentação para ver se conseguiremos liberá-lo.

O senhor tem conhecimento de que apenas o prefeito de Catalão, Adib Elias, que também é filiado ao PMDB, ainda não conversou com o governo para que a cidade seja incluída no programa?

Não é essa a informação que eu tenho. A informação que eu tenho é que o ex-deputado e agora prefeito Adib Elias está pronto e aberto a conversar. Parece que o problema não é com ele. Quem não quer que o governo converse (com ele) são companheiros do governo lá de Catalão.

Como está o PMDB para a eleição estadual de 2018?

Temos grandes quadros e vamos ver quais os nomes que serão postos. Eu particularmente entendo que o candidato pode ser do PMDB, mas não necessariamente tenha que ser do PMDB. Eu defendo que nós devemos ter um projeto de oposição com as forças políticas de oposição e se unirem em torno de um projeto de administrar o Estado de Goiás dando as respostas que a população merece, espera e deseja.

O fato de o deputado federal Daniel Vilela e o seu pai, Maguito Vilela, ambos do PMDB, terem seus nomes relacionados na lista do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, porque teriam recebido dinheiro de caixa dois, da empreiteira Odebrecht, em suas campanhas eleitorais, pode inviabilizá-los na disputa pelo governo?

Não vejo assim não. Nós temos uma situação no país de que a pessoa é citada ela acaba sendo alvo de uma atenção negativa. Há tempo para que sejam dadas as explicações, para que cada um possa fazer a sua defesa. O que é fundamental é que o PMDB tem grandes quadros, bons tem grandes nomes. Não só o PMDB, mas também outros partidos também têm.

Quando o senhor fala que o candidato a governador não precisa ser necessariamente o PMDB, isso é um aceno para o senador democrata Ronaldo Caiado?

Claramente sou defensor desse posicionamento publicamente. O senador Ronaldo Caiado foi eleito pela oposição, pela coligação do Democratas com o PMDB. Então, Ronaldo Caiado é nosso senador, é senador de todos os goianos, e é afinado conosco, politicamente. E não há porque excluir o nome dele do processo. Ao contrário, ele tem que ser inserida, porque é uma força importante, é o nome goiano de maior projeção nacional, muito mais do que o governador, muito mais do que o vice-governador, muito mais do que os outros senadores. Isso é inegável. Não se pode descuidar disso. É uma força política que Goiás não pode nunca desconhecer. E não pode tirar o nome dele de qualquer discussão com relação à sucessão de 2018.

Nas reuniões do PMDB o senhor tem defendido claramente o nome de Ronaldo Caiado para disputar o governo?

Ainda não fui a nenhum encontro do partido, mas nas nossas reuniões eu defendo que haja unidade de propostas e defendo dois momentos. Primeiro, a união das forças de oposição ao governo, e, no segundo momento, a escolha do nome, que pode ser o do senador Ronaldo Caiado, pode ser de nomes de companheiros do PMDB. Nós temos os deputados José Nelto, Daniel Vilela, Pedro Chaves, o próprio prefeito Adib Elias, que são nomes e quadros que muito bem representam o PMDB para uma disputa ao governo.

Caso Ronaldo Caiado se filie ao PMDB, isso pode ser decisivo na escolha dele como candidato a governador?

Eu particularmente entendo que o fato de não ser do PMDB não impede ninguém de ser o candidato das forças oposicionistas. O que é importante, primeiro, é construir um projeto de oposição, depois escolher o nome, respeitando os partidos. Nós não podemos ter um pensamento excludente, de que só pode ser candidato quem for do PMDB, porque se os outros partidos tiverem esse mesmo pensamento, não se une nunca. Nosso pensamento tem de ser de inclusão, de agregação, de aglutinação de forças.

Então ele pode ter apoio do PMDB mesmo sem se filiar ao partido?

Eu discordo desse pensamento de que o senador Ronaldo Caiado para ser candidato da oposição tem de se filiar ao PMDB. Não. Os partidos aí estão, tem os seus nomes, sua importância e o seu valor. O importante é o projeto comum a todos, que é o de devolver o governo de Goiás ao cidadão goiano.

Pode-se dizer, então, que o seu candidato a governador é Ronaldo Caiado?

Você pode pinçar uma frase, dizendo que o meu candidato a governador será da oposição. 

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