“A fala de que somos um ‘partido clandestino’ é totalmente desonesta”, diz Tábata Amaral

Tábata Amaral (PDT) fez um resumo de como foram seus primeiros nove meses como deputada e toda a sua situação após a sua posição favorável à Reforma da Previdência - Foto: Reprodução

Postado em: 14-09-2019 às 08h00
Por: Leandro de Castro Oliveira
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Tábata Amaral (PDT) fez um resumo de como foram seus primeiros nove meses como deputada e toda a sua situação após a sua posição favorável à Reforma da Previdência - Foto: Reprodução

Dayrel Godinho

Em Goiânia para participar da primeira Caravana do Acredito, a deputada federal pelo estado de São Paulo, Tábata Amaral (PDT) fez um resumo ao jornal O Hoje de como foram seus primeiros nove meses como deputada e toda a sua situação após a sua posição favorável à Reforma da Previdência. 

Ela é co-fundadora do Movimento Acredito e comentou a situação do Movimento ir de encontro com a posição do seu partido, que a suspendeu e ainda não definiu uma data para julgar a sua expulsão, ou uma possível punição. 

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Como foi o primeiro contato do Acredito com o Congresso Nacional? 

Eu acho uma coisa que a gente fez muito bem neste período foi falar coletivamente. Falar em nome do Acredito. Eu, literalmente, não consigo nem imaginar como seria o meu mandato se o Alessandro Vieira [senador pelo Cidadania – Sergipe] e se o Felipe Rigoni [deputado federal pelo Espirito Santo] não estivessem sido eleitos. 

Porque ficou muito forte, que existe um grupo que vê a política de outra forma, que topa fazer um debate diferente e que consegue combinar coisas que na política não conseguem caminhar juntas, que é a preocupação fiscal, preocupação social. 

É claro que a gente errou bastante e bateu cabeça no começo, mas muito da influência e do espaço que a gente conseguiu se deve a este coletivo. É um coletivo, porque poderiam ser outros, se não fosse o Acredito. Mas eu acho que a maior inovação está nisso. Três pessoas de três partidos diferentes, de três estados diferentes e em duas Casas, no Senado e na Câmara, conseguirem caminhar juntos. 

Muitos partidos não conseguem dizer que fazem o mesmo. Então eu acho que é uma inovação política enorme e diz muito do que é que tem sido o meu mandato. 

Uma coisa que estamos batendo a cabeça para fazer ainda é de como é que a gente, de fato, vai fazer para a base do movimento, os voluntários e as milhares de pessoas engajadas tenham as suas vozes chegando em Brasília. É um trabalho que a gente só vai desenvolver com o tempo. 

Como é que você se comunica com todo mundo? Então eu acho que este é o próximo desafio que a gente vai ter, tanto dentro do gabinete compartilhado, tanto como movimento, que é crescer, e a gente está crescendo muito. Mas, ao mesmo tempo não termos essa diferenciação entre os parlamentares e o Movimento. 

Queremos ser mais um canal para as pessoas participarem da política formal. A gente não tem a resposta para isto não, mas a gente está trabalhando muito. 

Como é que é vivenciar a diferença de ideias entre os partidos e o Movimento? Acredita que os membros terão que atuar em um mesmo partido?

Então, a fala do PDT de que nós somos um partido clandestino, um “partido dentro de outro” é totalmente desonesta e não se sustenta. Tem uma grande diferença, e a gente espera que continue sendo uma diferença, porque nós não queremos ser um partido como Acredito, é que o Movimento não fecha questão. 

Eu nunca tive que votar em absolutamente nada porque alguém do Movimento falou. A gente consegue fazer uma coisa, que deveria ser simples, que é: onde tem consenso, a gente constrói. 

Tanto é que o nosso time compartilhado faz uma folhinha dizendo as posições que a gente tem, e separam entre Tábata e Rigoni. Nunca tem uma orientação só. Porque eles sabem que sempre vai ter uma coisa ou outra que a gente vai discordar. Então, a gente nunca se propôs a fechar questão em nenhuma pauta. 

Como você avalia o que aconteceu durante a Reforma da Previdência? 

Absolutamente tudo que aconteceu comigo dentro do PDT teria acontecido se eu não fosse do Movimento Acredito. Tudo que eles fizeram de defender uma plataforma na campanha, e depois de dizer que não queria mais a reforma, de se recusar a se reunir para debater o texto final e de punir a gente pela suspensão sem ter um julgamento. Inclusive de se recusarem a ter um julgamento, até mesmo agora. 

Nada disso seria um pouquinho diferente se eu não estivesse no Movimento Acredito. Eu acho que o maior exemplo é que houveram 18 dissidentes dentro do PSB e do PDT, sendo que apenas dois eram de um movimento [Tábata e Rigoni].

Então eu acho que foi muito mais o partido ver uma oportunidade de surfar a onda, um oportunismo mesmo, de aparecer na mídia. Eles traziam uma questão que não tinha nada a ver, para não reconhecer que não houve democracia interna, que não se cumpriu o Regimento. 

Estou falando de 1/3 das bancadas. É muita gente para você simplesmente ignorar. E não é uma luta só do Acredito. Tem que se renovar os partidos. Tem que ter democracia, mais transparência, tem que ter prazo para presidente de partido e tem que ter eleição para definir quem serão os candidatos deste partido. 

O PDT é diferente do Ciro Gomes? 

Não tem como relacionar uma pessoa do partido. Mas eu acredito que o Ciro se ajustou ao partido. O PDT Nacional não é igual ao PDT de Sobral, o PDT do Ceará… A política do partido tem diferentes posturas. 

Como você vê esta possibilidade de candidatura que estava sendo ventilada do seu nome para a Prefeitura de São Paulo?

Foi ventilada devido a importância da minha candidatura em São Paulo, mas eu entendia que isto merecia tanto investimento da minha parte. Não achei que era relevante. E aí esta discussão foi atropelada pelo debate da Reforma da Previdência, mas em nenhum momento eu disse que seria candidata. 

Acho que a gente tem que mudar um pouco esta política deste carreirismo que se tem na política, de que se faz uma coisa e logo você sai abandonando. Eu tenho uma luta muito grande a ser travada no Congresso nos próximos quatro anos. Não vou me ausentar disso. 

Agora que eu vou dar o meu melhor, para eleger uma galera, eu vou. Porque faz muita falta ter mais gente lá. Eu me sinto muito responsável por isso. Agora que eu tive a oportunidade que eu lutei muito para chegar neste lugar, é meu papel levar mais jovens, mais mulheres, mais periféricos, mais pessoas que queiram disputar um cargo. Eu vou estar em uma campanha frenética, mas para eleger outras pessoas, não para me eleger. 

Eu terei um enfoque muito grande em mulheres, independente de ser para prefeita, vice-prefeita ou vereadoras. Mas eu construí um grupo muito forte em São Paulo, e tem pessoas do Movimento que eu sei que vão sair, mas é muito importante para mim. Primeiro eleger mulheres e segundo para ajudar outras pessoas do Acredito a se elegerem. E eu sei que vai ser pauleira. 

O Acredito veio à Goiânia para inicia uma Caravana. Qual o intuito deste projeto?

Eu vejo duas propostas principais: uma delas é a de manter este trabalho nosso, do Acredito, de engajar as pessoas comuns, de engajar jovens. Isto tudo se deve porque nos temos esta questão que a gente tem de que mudança, que já começou, mas agente tem que aprofundar nela. Agora, se a gente convencer uma galera bem grande a se engajar com a política seja formal ou informal.

Então eu acho que é muito o nosso papel, tanto como parlamentares, tanto como movimento, de fazer isso. Temos que conversar com a juventude, fazer debates e fazer conversas. Então, para mim, este é o primeiro objetivo da Caravana Acredito. 

Aí tem o segundo objetivo, que deriva deste primeiro, que é de fazer o Movimento crescer. Porque muita gente continua desiludida. Muita gente teve um pouco de esperança com a candidatura do Bolsonaro, e estão se desiludindo agora. A gente não pode deixar este tipo de coisa acontecer. Porque a pior coisa em uma democracia é as pessoas perderem a esperança nela. 

Então eu acho que para quem a gente consegue da um pouquinho de essência, de dizer que na política tem jeito, tem um caminho e precisa se engajar. É isso que a gente está fazendo: apresentando que existe um movimento suprapartidário de pessoas que querem transformar a política de várias formas. 

Por que Goiânia foi o primeiro local escolhido? 

A escolha de Goiânia tem obviamente com o Zé (Frederico, que é co-fundador do Acredito). Ele é o chefe do nosso gabinete compartilhado, ele é um dos fundadores do Movimento e foi a nossa liderança nacional por um bom tempo. Então eu acho que era mais do que justo começar pelo local que ele pediu. Ninguém teve uma resistência sobre isso.

Tiveram êxito nos debates? 

Tivemos muito êxito no município. Eu estou adorando. Ontem a gente teve um debate que ficou lotado e a gente acabou se estendendo muito no horário e todo mundo ficou até o final. 

Então, eu acho que fala um pouco disso, de que tem uma galera que quer fazer alguma coisa, porque estão agoniados. E ainda assim ver o nível de engajamento e de ver o quão diverso era o público. Eu recarreguei a minha bateria. Para mim, pessoalmente, foi muito bom. Para o Movimento também foi muito bom.

É o que eu esperava. Estar com gente, especialmente com jovens, e tentando falar sobre política de uma forma diferente e engajando estas pessoas. Comprovado o sucesso, agora  a gente vai para o resto do Brasil. importante para mim. Primeiro eleger mulheres e segundo para ajudar outras pessoas do Acredito a se elegerem. E eu sei que vai ser pauleira. 

O Acredito veio à Goiânia para inicia uma Caravana em vários municípios, onde serão debatidas várias pautas. Qual o intuito deste projeto? Eu vejo duas propostas principais: uma delas é a de manter este trabalho nosso, do Acredito, de engajar as pessoas comuns, de engajar jovens. Isto tudo se deve porque nos temos esta questão que a gente tem de que mudança, que já começou, mas agente tem que aprofundar nela. Agora, se a gente convencer uma galera bem grande a se engajar com a política seja formal ou informal.

Então eu acho que é muito o nosso papel, tanto como parlamentares, tanto como movimento, de fazer isso. Temos que conversar com a juventude, fazer debates e fazer conversas. Então, para mim, este é o primeiro objetivo da Caravana Acredito. 

Aí tem o segundo objetivo, que deriva deste primeiro, que é de fazer o Movimento crescer. Porque muita gente continua desiludida. Muita gente teve um pouco de esperança com a candidatura do Bolsonaro, e estão se desiludindo agora. A gente não pode deixar este tipo de coisa acontecer. Porque a pior coisa em uma democracia é as pessoas perderem a esperança nela. 

Então eu acho que para quem a gente consegue da um pouquinho de essência, de dizer que na política tem jeito, tem um caminho e precisa se engajar. É isso que a gente está fazendo: apresentando que existe um movimento suprapartidário de pessoas que querem transformar a política de várias formas. 

Por que Goiânia foi o primeiro local escolhido? A escolha de Goiânia tem obviamente com o Zé (Frederico, que é co-fundador do Acredito). Ele é o chefe do nosso gabinete compartilhado, ele é um dos fundadores do Movimento e foi a nossa liderança nacional por um bom tempo. Então eu acho que era mais do que justo começar pelo local que ele pediu. Ninguém teve uma resistência sobre isso.

Tiveram êxito nos debates em Goiânia? Tivemos muito êxito no município. Eu estou adorando. Ontem a gente teve um debate que ficou lotado e a gente acabou se estendendo muito no horário e todo mundo ficou até o final. 

Então, eu acho que fala um pouco disso, de que tem uma galera que quer fazer alguma coisa, porque estão agoniados. E ainda assim ver o nível de engajamento e de ver o quão diverso era o público. Eu recarreguei a minha bateria. Para mim, pessoalmente, foi muito bom. Para o Movimento também foi muito bom.

A gente também está conversando com muitas pessoas da imprensa.  Por exemplo, nós fizemos uma visita hoje à Rádio Sagres, que tem um projeto super legal sobre a Lei de Aprendizagem, que é uma pauta que eu defendo no meu mandato. 

É o que eu esperava. Estar com gente, especialmente com jovens, e tentando falar sobre política de uma forma diferente e engajando estas pessoas. Comprovado o sucesso, agora  a gente vai para o resto do Brasil. 

 

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