Prisão de Temer “cria um freio para classe política”
O deputado compara a situação em Brasília com a formação da base aliada de Ronaldo Caiado, em Goiás
Rubens Salomão
O líder do PSL na Câmara dos Deputados, delegado Waldir
Soares (GO), avalia que a prisão do ex-presidente Michel Temer (MDB), ocorrida
nesta semana pela Operação Lava Jato, já era esperada e que “caiu como uma
bomba” em Brasília, principalmente na repercussão posterior à apresentação,
pelos investigadores, dos detalhes de 40 anos de suposto esquema de corrupção
para benefício pessoal. Diferente do PT, a organização liderada pelo MDB não
teria, segundo aponta o MPF, a intenção de financiar, via caixa dois, as
campanha eleitorais – o resultado era mesmo o enriquecimento pessoal. “Era algo
esperado e uma situação gravíssima, com dois ex-presidentes na cadeia. O
momento é diferente no país e isso, com certeza, cria um freio na classe
política, mostrando que ninguém é inatingível. Faz com que os gestores e
políticos se preocupem em governar para o povo e não para si ou para partidos
políticos”, conclui o deputado.
Base inexistente
Segundo Waldir, o governo federal “não tem base política formada,
depois da opção de fazer indicações pessoais e não políticas. Não existe
intenção de toma lá, dá cá. O parlamentar só quer saber se vai governar junto”.
Paralelo
O deputado compara a situação em Brasília com a formação da
base aliada de Ronaldo Caiado, em Goiás. “O diálogo foi iniciado, mas não
continuou. O PSL continua com independência e fora da base do governador”,
atualiza.
CPI causa “terrorismo”
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás
(FIEG), Sandro Mabel, elevou o tom das críticas às CPIs dos incentivos fiscais
e da Celg, criadas pela Assembleia Legislativa. O ex-deputado federal reafirmou
também posição contras as críticas do governo estadual sobre os dois temas,
durante reunião do Conselho Deliberativo do Fomentar/Produzir, no Palácio Pedro
Ludovico Teixeira. “É um terrorismo o que está sendo feito e já estamos
perdendo grandes indústrias para o Distrito Federal, Mato Grosso e Minas”,
disse. Segundo Mabel, é preciso cuidado e responsabilidade em declarações dos
integrantes do governo e de parlamentares da base, sob o risco de participarem
da história da desindustrialização de Goiás. “Se não tivermos uma política de
incentivo que mostre que Goiás quer as indústrias, vamos fazer parte da
história da desindustrialização do Estado”, acrescentou. O empresário ainda questionou
o objetivo das investigação sobre a Enel: “Nós vamos reestatizar? Tem plano B?
Não, não tem! Então isso não é jeito de tratar o Estado”.
CURTAS
Calma lá – O
próprio Mabel, porém, adota tom terrorista: “daqui quatro, cinco anos, nossos
jovens terão de se mudar, porque aqui não vai ter emprego”.
Repetição – O
Ministério Público Estadual protocolou nova denúncia contra João Teixeira de
Faria, por crimes sexuais em desfavor de duas vítimas.
Delito – Também
foi imputado a ele crime de falsidade ideológica, quando divulgou informações falsas
sobre o escândalo sexual em 2018.
Transporte
A primeira “reunião preparatória” da CDTC, antes da
apreciação do aumento da tarifa de ônibus para R$ 4,30, deve ocorrer na próxima
quarta-feira (27), no Paço Municipal.
Rombo local
O governo estadual registrou em 2018 déficit previdenciário
de R$ 2,5 bilhões e tem estimativa de rombo ainda maior neste ano: R$ 2,7
bilhões. Expectativa pela votação da reforma em Brasília, que terá reflexo
direto nos estados.
Inevitável
A secretária de Economia, Cristiane Schmidt, define que não
há solução para o problema enquanto a PEC não passar no Congresso. Para 2020, o
déficit em Goiás para pagamento das aposentadorias pode chegar a R$ 3,2 bilhões.
Universidade
Sessão plenária do Conselho Universitário da UEG, na
quarta-feira deve apreciar pedido de afastamento do reitor Haroldo Reimer. A
solicitação se deve por denúncias de irregularidades nos pagamentos de bolsas
do Pronatec.
Apuração
A própria Controladoria Geral do Estado investiga as
suspeitas. A pauta da reunião tem itens previstos, mas o afastamento ainda pode
ser incluído. Reimer é professor efetivo da UEG e foi eleito em 2012. Sempre
teve proximidade com a gestão tucana.
Em cana
O relator dos pedidos de habeas corpus de Michel
Temer, desembargador Ivan Athié, determinou a inclusão dos recursos na pauta de
mesa da 1ª Turma Especializada. Ou seja: o ex-presidente fica preso, pelo
menos, até quarta-feira.