O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

sábado, 23 de novembro de 2024
PublicidadePublicidade
Urgência

Sem esperar PEC paralela, Goiás apresentará projeto para Previdência

“Precisamos tomar decisões objetivas, no sentindo de conter esse processo estruturante que é o déficit da previdência”, argumenta |Foto: Divulgação/Vinícius Schmidt

Postado em 26 de outubro de 2019 por Redação
Sem esperar PEC paralela
“Precisamos tomar decisões objetivas

Eduardo Marques

Após reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), disse que não vai esperar a PEC paralela da Previdência e que vai apresentar já na próxima segunda-feira (28) um projeto de reforma à Assembleia Legislativa do Estado (Alego) em linha com o texto aprovado pelo Senado nesta semana.

Segundo Caiado, a implantação  do Programa de Compliance Público para combater a corrupção e aplicar bem os recursos públicos, ações para incrementar a receita, além da reforma administrativa, não estão sendo o bastante para equilibrar as contas do Estado. Tudo porque, de acordo com o democrata, Goiás gasta mais do que suporta com a previdência estadual.  Esse ano, o Estado vai fechar suas contas com um rombo previdenciário de R$ 2,9 bilhões. Se nada for feito para mudar o cenário, em 10 anos o montante subirá para R$ 5,9 bilhões.

Para sanar esse déficit, o governador ressalta que uma das medidas necessárias é a reforma da previdência. Especialista na área, consultor e economista, Paulo Tafner analisou os dados de Goiás, avaliou os números, as perspectivas e sentenciou: sem reforma, o Estado se tornará inviável. “Essa é a razão pela qual devemos discutir [a reforma]. A situação aqui em Goiás é de estágio crítico”, alertou o economista. 

Sobre a reforma da previdência no âmbito do Estado, assim como em nível nacional, o governador Ronaldo Caiado reconheceu que se trata de um assunto delicado, mas, ao mesmo tempo, necessário porque afeta a saúde financeira do Estado. “Precisamos tomar decisões objetivas, no sentindo de conter esse processo estruturante que é o déficit da previdência”, argumenta.

O governador salienta que hoje, de cada R$ 100 do caixa do Governo do Estado Goiás referente à Receita Líquida do Tesouro (RLT), R$ 86 vão para quitar os salários dos funcionários públicos ativos e inativos. Se somarmos o que é pago em precatórios – dívidas antigas do Estado negociadas com os servidores – chegamos a 99% de comprometimento dos recursos da RLT. 

Mensalmente, o Estado destina R$ 1,3 bilhão só para folha de pagamento, incluindo ativos, inativos e pensionistas, referentes aos três Poderes. Os dados são da Secretaria da Economia. No atual cenário, se nada for feito, o Estado continuará impossibilitado de realizar os investimento que 7 milhões de goianos esperam investimentos em serviços básicos e políticas sociais.

Até o momento, o Estado consegue sobreviver com receitas extraordinárias, como o fundo dos depósitos judiciais, aprovado pela Assembleia Legislativa. No entanto, os recursos são limitados, e a previsão é de que o exercício de 2020 começará apertado. Nesse sentido, a Lei Orçamentária Anual (LOA) do próximo ano já terá um déficit de R$ 3,5 bilhões, isso desconsiderando os restos a pagar. “Mesmo este governo tendo reduzido o déficit de R$ 6 bilhões de 2019, e estando melhor estruturalmente, ainda assim a situação é caótica”, assegura Ronaldo Caiado.

 

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos canais de comunicação do O Hoje para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.
Veja também