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sábado, 28 de dezembro de 2024
Coronavírus

“O Exército está se associando a esse genocídio”, diz Gilmar Mendes sobre pandemia

Em live no último sábado (11), ministro do STF afirmou não ser aceitável ‘vazio’ no comando do Ministério da Saúde| Foto: Reprodução/ José Cruz/ Agência Brasil

Postado em 13 de julho de 2020 por Redação
"O Exército está se associando a esse genocídio"
Em live no último sábado (11)

Eduardo Marques

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou no último sábado (11) em uma live a situação do Ministério da Saúde, que está sem titular há mais de 50 dias. O magistrado disse ainda que o Exército está “se associando a um genocídio”.

“Não podemos mais tolerar essa situação que se passa com o Ministério da Saúde. Pode ter estratégia, tática em relação a isso, mas é impossível, não é aceitável que se tenha esse vazio. Pode-se até dizer que a estratégia é tirar o protagonismo do Governo Federal e atribuir a responsabilidade a Estados e Municípios mas, se for essa a intenção, é preciso fazer alguma coisa”, afirmou o ministro.

“Isto é ruim, é péssimo para a imagem das Forças Armadas. É preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio. Não é razoável para o Brasil. É preciso por fim a isso”, completou.

O Ministério da Defesa emitiu uma nota (leia ao final da reportagem), em que afirma que as Forças Armadas atuam diretamente no combate ao novo coronavírus por meio da operação Covid-19. Segundo o Ministério, são empregados diariamente 34 mil militares e que os resultados “mostram que a operação está atingindo os objetivos a que se propõem”. 

Em resposta, Gilmar usou as redes sociais para criticar o fato de um militar estar à frente do ministério da Saúde, referindo-se ao general Eduardo Pazuello.

“Não me furto, porém, a criticar a opção de ocupar o ministério da saúde predominantemente com militares. A política pública de saúde deve ser planejada por especialistas dentro dos marcos constitucionais. Que isso seja revisto para o bem das Forças Armadas e da saúde no Brasil”. 

 Leia a íntegra da nota:

“O Ministério da Defesa (MD) informa que as Forças Armadas atuam diretamente no combate ao novo coronsvirus, por meio da Operação Covid-19. Desde o início da pandemia, vem atuando sempre para o bem-estar de todos os brasileiros. São empregados, diariamente, 34 mil militares, efetivo maior do que o da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Segunda Guerra Mundial, com 25.800 homens. O MD tem o compromisso com a saúde e com o bem estar de todos o brasileiros de norte ao sul do País. A mobilização desta Pasta começou no dia 5 de fevereiro, quando foi deflagrada a Operação Regresso à Patria Amada Brasil. Na ocasião, foram resgatados 34 brasileiros de Wuhan, na China, antes mesmo de aparecer o primeiro caso confirmado de coronavírus no Brasil, em 26 de fevereiro.
A Operação Covid-19, criada em 19 de março de 2020, estabeleceu 10 comandos conjuntos espalhados por todo o Brasil, além do Comando Aeroespacial (COMAE). Os resultados mostram que a operação está atingindo os objetivos a que se propõe. De lá para cá, foram descontaminados 3.348 locais públicos; realizadas 2.139 campanhas de conscientização junto à população, 3.249 ações em barreiras sanitárias e 21.026 doações de sangue; distribuídos 728.842 cestas básicas; produzidos  20.315 litros de álcool em gel e capacitadas 9.945 pessoas para realizar ações de descontaminação.
É ainda importante destacar que já foram transportadas 17.554 toneladas de pessoal e equipamentos médicos via terrestre, 471 toneladas de pessoal e equipamentos médicos via transporte aéreo, voadas 1.334 horas, o equivalente a 14,5 voltas ao mundo.
As Forças Armadas realizam permanentemente atividades subsidiárias para cooperar com o desenvolvimento nacional e defesa civil. Este ano, em face à pandemia causada pelo novo coronavírus, os Ministérios da Defesa e da Saúde, em ação conjunta, intensificaram a assistência à saúde prestada a indígenas em diversas localidades carentes e isoladas do país. As mais de 200 missões em aldeias indígenas somente na Amazonia Ociental realizam atendimentos de saúde, promovem cuidados básicos de saúde e orientam sobre a prevenção de doenças, sempre respeitando os aspectos socioculturais, condizentes com a realidade de cada etnia”. 

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