Ex-secretário Wajngarten se esquiva de perguntas feitas por Kajuru durante CPI da Covid
Sessão, até agora, foi uma das mais tensas, havendo até mesmo pedido de prisão do ex-secretário de Comunicação da Presidência
Em depoimento à CPI da Covid, o ex-secretário Fabio Wajngarten (Comunicação da Presidência) se esquivou de perguntas e irritou senadores, dentre eles o parlamentar goiano Jorge Kajuru (Podemos), nesta quarta-feira (12/5).
Na ocasião, Wajngarten ouviu até mesmo ameaça de prisão do relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), caso fique comprovado que ele mentiu a respeito de declarações que deu à revista Veja no mês passado, além de admitir que a carta em que a Pfizer oferecia negociar doses de vacina ao Brasil ficou parada por, ao menos, dois meses no governo federal.
O clima ao longo da sessão foi um dos mais tensos até agora na CPI. Dentre os pontos abordados por Kajuru, por exemplo, houve perguntas sobre se o governo havia pago blogueiros para promover o presidente Jair Bolsonaro. Na resposta, Wajngarten afirmou que nenhum blog ou site independente recebeu recursos da Secom para promover o governo Jair Bolsonaro. “Nenhum blog, nenhum site foi contemplado com nenhum centavo da Secom”.
Um levantamento feito pelo jornal O Estado do S. Paulo do ano passado mostrou o contrário e revelou que os canais bolsonaristas na internet tiveram faturamento de R$ 100 mil mensais, chegando até a R$ 1,7 milhão num período de 10 meses.
Além disso, o ex-secretário da Secom, também disse que não se falava em cloroquina em março de 2020 como opção de tratamento para a Covid-19. “Eu peguei Covid em março. A palavra cloroquina não existia em março. Se ela fosse comprovada, eu iria submetê-la ao meu médico, que cuidou de mim”, disse.
Para Jorge Kajuru (Podemos-GO), porém, o depoente mentiu ao negar que a Secom do governo federal estimulou o uso de cloroquina. O senador mostrou postagens de outubro de 2020 para contradizer Wajngarten.
Demais perguntas feitas por Kajuru foram esquivadas por Wajngarten. O senador goiano chegou a perguntar o nível de proximidade com o presidente Jair Bolsonaro e também qual foi o papel do seu trabalho durante o governo, por haver tantas “inconsistências” em suas respostas, mas as respostas foram superficiais.
Foram mais de seis horas de depoimentos de Wajngarten, que trabalhou como secretário de Comunicação no governo federal até março deste ano.