Votação da PEC do voto impresso é adiada
Na última segunda-feira (5), o comitê havia encerrado as discussões sobre o relatório e de acordo com o relator Filipe Barros (PSL-PR) a votação seria realizada nesta quinta-feira (15)
A reunião, desta quinta-feira (15/7), em que poderia ser votada a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso foi cancelada pela comissão especial da Câmara de Deputados. Na última segunda-feira (5), o comitê havia encerrado as discussões sobre o relatório. A nova data da votação ainda foi agendada.
Durante a última reunião da comissão especial foram apresentados por oito deputados votos em rejeição à proposta da deputada Bia Kicis (PSL-DF). Com o posicionamento, os parlamentares defenderam a manutenção da urna eletrônica atual.
A deputada federal, Flávia Morais (PDT-GO), se posicionou sobre a nova proposta para o processo eleitoral brasileiro. De acordo com ela, ações que buscam aumentar a segurança das eleições são ‘bem-vindas’. Entretanto, a parlamentar define a politização por trás da discussão como uma questão que coloca em xeque a credibilidade do processo eleitoral no país.
Apesar de não ser contra a implementação de novos mecanismos no processo eleitoral, a deputada coloca a forma de apuração e votação utilizada até o momento como ‘segura e confiável’.
Por outro lado, o Presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), eleito através do sistema de urna eletrônica nas eleições de 2018 vem realizando diversos ataques ao processo eleitoral atual do país. Em diversos pronunciamentos, o presidente nomeia o sistema como não confiável e defende o voto impresso.
Em referência às eleições de 2022, Bolsonaro vem realizando diversos ataques quanto ao possível resultado. Segundo ele, caso não haja a aprovação da PEC do voto impresso, ele pedirá contagem pública dos votos. O posicionamento do presidente sobre o processo eleitoral tem tomado mais força após a decisão do ministro Edson Fachin pela anulação das condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e também, pela liberação de seus direitos políticos.
Com os desdobramentos da votação, nesta semana, Bolsonaro haveria acusado sobre fraudes durante as eleições presidenciais de 2014 levantando uma suposta vitória de Aécio Neves (PSDB). No domingo (11), o presidente postou em suas redes sociais um vídeo de 2015 em que o deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP) aponta que o processo de auditoria das urnas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é ‘inauditável’.
Apesar da publicação de Bolsonaro, no mesmo ano a sigla enviou relatório ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informando sobre a ausência de fraudes nas eleições, de acordo com as investigações do partido. Com os posicionamentos do presidente, diversos setores da sociedade têm rejeitado e manifestado contra a proposta do voto impresso, no sábado (10) a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) publicou uma nota colocando a PEC como algo ‘inaceitável’.
João Gabriel Palhares – Especial para O Hoje