Durante entrevista à rádio de Natal, Bolsonaro volta a defender voto auditável e atacar CPI
Presidente defende voto impresso como ideal para contabilizar os votos e diz que CPI dissemina fake news sobre corrupção
Em entrevista à rádio 96 FM de Natal, Rio Grande do Norte, o Presidente Jair Bolsonaro (sem partido), defendeu novamente o voto auditável como sendo ‘confiável’ para que não haja fraude nas eleições de 2022. Além disso, ao final da entrevista, Bolsonaro foi questionado sobre a CPI da Covid-19, retornando à polêmica da Pfizer. A entrevista foi publicada no Twitter oficial do Presidente na tarde desta quarta-feira (04/08).
Segundo Bolsonaro, o voto impresso evitaria que votos não fossem contabilizados de forma correta e garantirá que o voto de cada eleitor vá para o candidato desejado, sem qualquer tipo de mecanismo que poderia atrapalhar o voto. “Se eu quero o voto no papel é pra ter certeza em quem você por ventura votar, esse voto vai ser contado para aquela pessoa”, afirma.
A mudança dos votos eletrônicos divide opiniões entre os eleitores. De acordo com Bolsonaro, o que causa ‘esse tumulto todo’ é o Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e Presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, que poderia ter alguma intenção oculta ao ser conta o voto auditável, no que diz respeito à volta de Lula (PT) à corrida presidencial.
“Ninguém consegue entender o por que ele não quer o voto impresso. Quero deixar bem claro, ninguém vai levar o papelzinho pra casa, o papel é automaticamente depositado dentro da urna. E também ele que foi um dos que ajudou a tirar o cara (Lula) da cadeia e tornou-o elegível”, disse Bolsonaro.
Além disso, o presidente afirmou que existem dois laudos da Polícia Federal (PF) constando que as urnas eletrônicas não são confiáveis e que é necessário um mecanismo em que ‘o voto seja contabilizado de verdade’.
CPI
Atualmente, o Brasil ultrapassa a marca de 558 mil mortos em decorrência do novo coronavírus. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) tem como objetivo apurar se houveram falhas por parte do Governo Federal no enfrentamento a pandemia da Covid-19. A comissão foi determinada pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso.
Durante a entrevista, o presidente afirmou que em seu governo não houve corrupção e que as únicas ‘acusações de corrupção vieram das fake news da CPI’. “A intenção ali é só desgaste, não acharam nada até agora, reviram a gente o tempo todo mas não acharam nada”, disse.
Um dos principais tópicos trazidos na CPI foi a falta de respostas de Bolsonaro à Pfizer. O presidente deixou de responder vários e-mails da empresa que tinha interesse em vender imunizantes para combater a pandemia no país. De acordo com o presidente, nas cláusulas da vacina estava escrito que a empresa não se responsabilizava por efeitos colaterais e por isso não realizou a compra quando foi oferecido.
Maria Paula Borges (especial para O Hoje)