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sábado, 23 de novembro de 2024
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2022

MDB encaminha apoio ao DEM, mas há detalhes a serem resolvidos

Em reunião, maioria da executiva estadual do partido defendeu Daniel Vilela como candidato a vice na chapa de Ronaldo Caiado

Postado em 17 de setembro de 2021 por Marcelo Mariano
MDB encaminha apoio ao DEM
Em reunião

Todos os integrantes da executiva do MDB em Goiás, inclusive o deputado estadual Paulo Cezar Martins, que chegou atrasado, participaram, presencialmente ou de forma virtual, de uma reunião na sede do diretório regional do partido no final da tarde de quinta-feira (16).

A maioria saiu do encontro com o entendimento de que o ex-deputado federal e presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, deve ser o candidato a vice na chapa à reeleição do governador Ronaldo Caiado (DEM) em 2022. Um evento, com a presença do governador, deve ser marcado na semana que vem para sacramentar a aliança. 

Durante a reunião de duas horas, a qual a imprensa não teve acesso, Daniel relembrou a recente visita que Caiado fez ao diretório do MDB. Segundo o emedebista, o governador disse que o partido foi essencial para sua eleição ao Senado em 2014.

Daniel também aproveitou o momento para apresentar o resultado da consulta feita a membros do partido, considerada por ele como mais ampla do que seria se apenas os delegados fossem consultados.

Das 160 cartas enviadas, 146 foram favoráveis à aliança, assim como 27 dos 28 prefeitos, além de um manifesto público de três dos quatro deputados estaduais e outros segmentos do partido, como as alas da juventude e da mulher.

Dos que participaram do encontro, apenas o ex-prefeito de Quirinópolis Gilmar Alves, que citou resistências pessoais contra Caiado, e Paulo Cezar Martins tiveram posições diferentes.

O deputado estadual defende uma candidatura própria do MDB no ano que vem, assim como o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, e o presidente da Fundação Ulysses Guimarães em Goiás, Enio Salviano, que não estiveram presentes.

Em coletiva após a reunião, Paulo Cezar Martins ressaltou que, do ponto de vista do estatuto e do regimento interno do MDB, compor a chapa de Caiado ainda não é uma decisão definitiva. “Ainda temos até a convenção.” O parlamentar afirmou que, até lá, seguirá defendendo uma candidatura própria “com muita democracia”.

Daniel, também em coletiva, disse que, de fato, o encontro faz parte de “um processo de formalização política, mas não de uma formalização estatutária, que só acontece na convenção eleitoral”.

Apesar de a aliança do MDB com o DEM estar praticamente definida, há pelo menos quatro detalhes ainda a serem resolvidos.

Vice

Um dos objetivos do MDB, ao compor com o DEM, é voltar a ter influência no governo estadual depois de quase 23 anos fora do poder.

No entanto, sabe-se que o cargo de vice por si só não costuma ser de grande importância. Se quiser realmente ter poder, o MDB precisará exercer influência em outras áreas do governo.

Em resposta a uma pergunta do jornal O Hoje, Daniel afirmou que “o MDB tem bons quadros e, se o governador quiser aproveitar um ou outro, isso é natural, mas não estamos fazendo uma exigência”.

“Em nenhum momento dessas negociações, nós discutimos cargos. Não é interesse do MDB. Não vivemos disso, de buscar espaço. Estamos indo para um projeto eleitoral no ano que vem para somar forças e pensando no estado. Teremos legitimidade [para conversar sobre cargos] depois que ganharmos as eleições juntos”, disse o presidente estadual do MDB.

Duas vagas

Com a vaga de vice encaminhada para Daniel, resta a do Senado. O senador Luiz Carlos do Carmo (MDB), que esteve presente na reunião, se coloca como candidato à reeleição. 

Porém, devido aos interesses de outros partidos, é pouco provável que o MDB tenha duas vagas na chapa governista. Com isso, Luiz Carlos do Carmo, que foi suplente de Caiado, pode ir para o PSC ou aceitar disputar um outro cargo, como deputado federal ou até mesmo suplente mais uma vez.

Daniel disse, em resposta a uma outra pergunta feita pela reportagem do jornal O Hoje, que o MDB “com certeza” vai buscar duas vagas na chapa majoritária. “Temos um senador na cadeira que nos representa muito bem.”

Contudo, de acordo com o presidente estadual do MDB, “é preciso ter humildade para reconhecer que o partido não pode tudo”. “O partido tem a sua força e a sua importância, mas existem outros partidos que também devem participar para se construir um projeto”, declarou.

Ex-emedebistas

Outra questão a ser resolvida é a de ex-emedebistas que defendiam a aliança com Caiado em 2018 e saíram do partido porque Daniel manteve sua candidatura ao governo naquele ano.

São os casos do prefeito de Catalão, Adib Elias, e do deputado federal José Nelto, ambos do Podemos. Eles não escondem a insatisfação com a recente aproximação entre DEM e MDB.

Caiado terá tempo de sobra para conversar com ex-emedebistas insatisfeitos. E Daniel, por sua vez, deu sinais de que há espaço para retomar o diálogo. “Tenho boa relação com alguns deles e tenho procurado me colocar à disposição para podermos reconstruir as relações.”

“Todo mundo passa por um processo de amadurecimento. Tanto eu quanto eles. Quando o projeto é maior, pelo estado, precisamos colocar qualquer desavença pessoal do passado para trás”, respondeu Daniel a mais uma pergunta do jornal O Hoje.

Mendanha

“Foi alvo de debate na reunião a necessidade de o partido dialogar com Mendanha para que ele possa ter a humildade para compreender a decisão”, disse Daniel.

Entretanto, após a aliança entre Caiado, Mendanha tende a deixar o MDB para viabilizar sua candidatura a governador por outro partido.

O MDB, então, deve trabalhar para evitar uma debandada, ou seja, fazer com que outros membros do partido não sigam o caminho de Mendanha.

É provável que pelo menos emedebistas importantes de Aparecida de Goiânia saiam do partido, enfraquecendo-o no município, que é o segundo maior colégio eleitoral de Goiás.

Sobre uma eventual disputa contra Mendanha, o presidente do MDB em Goiás afirmou que “não gostaria e não quero que isso aconteça”. Daniel disse esperar que todos os integrantes do partido que defendem a tese de candidatura própria compreendam a decisão de se aliar ao DEM de Caiado. (Especial para O Hoje)

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