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sábado, 23 de novembro de 2024
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Educação

Diretor do FNDE diz que 2,5 mil escolas e creches estão inacabadas

Mesmo com recursos, prefeituras não concluíram ou nem começaram obras

Postado em 12 de maio de 2022 por Agência Brasil

Em depoimento aos senadores na Comissão de Educação (CE) do Senado ontem (11), o diretor de Gestão, Articulação e Projetos Educacionais do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Gabriel Vilar, afirmou que há 2.581 obras de escolas e creches inacabadas com recursos do fundo, aprovadas entre 2007 e 2022. Pelo levantamento apresentado aos parlamentares, o custo dessas obras é de R$ 2,389 bilhões. Mais da metade, cerca de R$ 1,274 bilhão, já foi pago.

Na lista apresentada pelo gestor consta que 352 nem foram iniciadas, apesar de pagos 100% dos recursos necessários. Segundo Vilar, desde 2017 o FNDE conseguiu recuperar para o Tesouro Nacional R$ 220 milhões, de cerca de R$ 800 milhões perdidos. A autarquia também está negociando com as prefeituras a repactuação de 1.587 dessas obras. A expectativa é que elas sejam retomadas sem prejuízo ao erário.

Sobre as investigações de irregularidades na autarquia, Gabriel Vilar negou conhecer os pastores evangélicos Gilmar Santos e Arilton Moura. Os religiosos são acusados de pedir propina a prefeitos em troca da liberação de recursos do FNDE. Vilar afirmou que o FNDE tem cooperado com a CGU nas investigações e que, no caso das obras, sugeriu o aperfeiçoamento das normas, para que o fundo possa cobrar a conclusão das construções e aprimorar os processos de controle.

Outro ponto questionado por senadores da Comissão Vilar foi a atuação de Darwin Einstein Lima, acusado de conflito de interesse por ter sido ao mesmo tempo consultor do FNDE e sócio de uma empresa executora de obras com recursos do fundo. Sobre o assunto, Vilar explicou que sua diretoria tem 72 consultores, contratados após processo seletivo público e transparente, e que “não tem como controlar a vida privada deles”. Ele admitiu que foi vizinho de Darwin, mas atribuiu o fato a uma coincidência. O gestor acrescentou que Darwin Lima não é mais consultor do FNDE, em razão do fim de seu contrato temporário.

Próximos passos

Nas próximas reuniões senadores do colegiado querem ouvir o atual ministro da Educação, Victor Godoy Veiga, que era secretário-executivo da pasta na gestão de Milton Ribeiro e já teve o convite aprovado pelo colegiado. Godoy falou sobre o assunto na quarta-feira (11) em audiência conjunta das Comissões de Educação e Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados.
Outra autoridade que deve ser chamada a dar explicações é o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner de Campos Rosário. Senadores querem que ele esclareça a atuação do órgão de controle em relação às denúncias. Nesse caso, ainda há divergências entre parlamentares da base governista e de oposição sobre se a ida dele ao Senado deve ser feita por convocação, que implica em comparecimento obrigatório, ou por convite, cuja participação é facultativa. (ABr)

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