CPI do Leite aprova sequência de requerimentos para levantamento de informações
CPIs semelhantes foram instauradas também nos estados do Mato Grosso e Minas Gerais
Sob o comando do deputado Amauri Ribeiro (UB), a Assembleia Legislativa de Goiás realizou a primeira reunião deliberativa da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Leite. A comissão foi instaurada para investigar supostas irregularidades na cadeia produtiva.
Com o objetivo de esclarecer todos os questionamentos, os parlamentares aprovaram uma sequência de requerimentos. Um deles será destinado à Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg). O documento pede informações sobre os preços praticados entre os produtores e os comerciantes revendedores do produto.
Outro requerimento é destinado à Associação dos Pequenos Produtores de Leite (Aproleite). A solicitação, por sua vez, é que a associação forneça informações sobre a política de preços estabelecida com os fornecedores.
O colegiado também aprovou o envio de requerimento à Secretaria de Estado da Economia. Segundo Amauri Ribeiro, a pasta deverá fornecer todas as notas pagas por todos os membros da cadeia leiteira de janeiro a junho. “Vamos pegar essas notas e compará-las com as notas fornecidas pelo outro lado. O motivo dessa CPI é descobrir se houve uma formação de cartel entre os laticínios”.
Outros ofícios também serão encaminhados na tentativa de levantar informações sobre o comércio varejista do produto. A Comissão solicitará, em todos os ofícios e requerimentos, os valores negociados em mercado entre janeiro de 2021 a junho de 2022. Durante a reunião, Amauri Ribeiro pediu celeridade da Casa no encaminhamento de ofícios aos laticínios e revendedores.
CPIs simultâneas
O presidente do colegiado também chamou a atenção para a realização de CPIs simultâneas nos estados do Mato Grosso e Minas Gerais. “O que está acontecendo lá nós estamos trazendo para cá e o que está acontecendo aqui eles estão levando para lá. Trata-se de uma troca de informações, pois os laticínios e estabelecimentos atacadistas e varejistas são os mesmos nesses três estados”.
E continuou: “Os produtores estão sofrendo com os preços pagos mediante o alto custo de produção. Quem está tendo prejuízo é o produtor que recebe um valor inviável, além do consumidor que está pagando um alto preço no supermercado”.
Em entrevista à Agência Assembleia de Notícias, o presidente da CPI ressaltou que, atualmente, Goiás tem cerca de 70 mil produtores de leite e que muitos estão abandonando a produção pela inviabilidade dos preços baixos pagos pelos laticínios, sem justificativa. “Muitos estão passando por dificuldades e o nosso objetivo é descobrir o que motiva esses preços baixos injustificados”, frisou o parlamentar, ainda durante o primeiro encontro do colegiado”, frisou.
Ao todo, dez parlamentares fazem parte da comissão, sendo cinco titulares e cinco suplentes. Além do presidente, Amauri Ribeiro, são titulares os seguintes: o relator, deputado Delegado Eduardo Prado (PL); Delegado Humberto Teófilo (Patriota), Karlos Cabral (PSB) e Wilde Cambão (PSD). Já os suplentes são os parlamentares Dr. Antonio (UB); Rubens Marques (UB), Paulo Cezar Martins (PL), Wagner Camargo Neto (PRTB) e Francisco Oliveira (MDB).