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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
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Política

As dificuldades dos governadoriáveis para executarem plano de governo

Postulantes ao Palácio das Esmeraldas comentaram as dificuldades de seus projetos para o Estado em caso de eleição

Postado em 24 de agosto de 2022 por Francisco Costa

Os candidatos ao Palácio das Esmeraldas apresentaram seus planos de governo ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Recheado de propostas paras mais diversas áreas, o Jornal Hoje questionou aos postulantes o seguinte: “Qual o maior desafio entre as propostas do plano de governo? [no caso de eleito]”

Vale destacar, nove nomes registraram candidatura ao governo de Goiás. São eles: Ronaldo Caiado (União Brasil), Gustavo Mendanha (Patriota), Vitor Hugo (PL), Cíntia Dias (PSOL), Wolmir Amado (PT), Edigar Diniz (Novo), Helga Martins (PCB), Reinaldo Pantaleão (UP) e Vinícius Gomes da Paixão (PCO). 

O Hoje tentou que todos respondessem sobre a questão, mas alguns não se posicionaram até o fechamento da edição. Confira as respostas a seguir. 

Gustavo Mendanha

“Ao lado de não deixar nem um ser humano passar fome em Goiás, o maior desafio do Plano de Gestão é resolver a questão da distribuição de energia no estado.

Hoje o governo estadual tem R$ 8 bilhões em caixa. A solução para melhorar a distribuição de energia exige investimento na ordem de R$ 2 bilhões.

O Plano de Gestão prevê que esse recurso será empregado na construção de 800 quilômetros de linhas de transmissão, 12 novas subestações e reforma de outras 20.

O recurso será aplicado por meio de parceria com o setor produtivo e a concessionária do setor de energia. 

Solucionando assim em definitivo o problema da má distribuição de energia em Goiás e induzindo o setor produtivo a gerar mais empregos e renda.

O atual governo estadual transfere a sua responsabilidade para outrem, mas não aponta solução efetiva. Nós estamos apresentando um modelo de investimento que vai fazer Goiás se desenvolver pra valer.”

Cíntia Dias

“Acreditamos que a nossa candidatura tem um desafio enorme, que se alinha ao desafio que o Presidente Lula vai enfrentar nacionalmente.

Precisamos garantir comida para todas as pessoas que vivem neste País e esta é nossa prioridade: que toda família possa tomar café da manhã sabendo que terá almoço e jantar. Estamos focando na segurança alimentar e assim poderemos também priorizar a alimentação saudável das goianas e goianos, inclusive nos restaurantes e escolas administrados pelo Estado de Goiás. 

Para atingir este objetivo, concomitantemente trabalharemos com política de emprego e renda. 

Queremos que todas as pessoas possam ter um trabalho que garanta acesso à alimentação, moradia, lazer e todos os direitos sociais que a nossa Constituição preconiza. 

Outro grande desafio, que se comunica com a independência financeira e o prato cheio é a necessidade de zerar a violência contra a mulher através de políticas públicas interseccionais, transversais e efetivas. Precisamos estabelecer formas de combate à violência e que as medidas protetivas sejam efetivamente cumpridas para que as mulheres que fazem denúncias de violência estejam seguras. Acreditamos que um estado seguro para as mulheres se torna um estado seguro para as crianças, para as famílias.”

Edigar Diniz

“Meu grande desafio está na educação. Fazer essa revolução na educação que a gente precisa no Estado de Goiás. 

Para isso, a gente tem dois pilares. O primeiro é estancar a sangria, impedir que jovens goianos, crianças, a primeira infância, elas não recebam a educação que merecem ou estejam fora da escola. 

Nós temos um déficit de professor muito alto. Mais da metade dos professores do ensino do Estado são temporários. A grande maioria ganha menos de um salário-mínimo. Temporários e mal remunerados. 

Temos que fazer uma revolução. Também criar uma oportunidade para o jovem goiano trabalhar. Pensando no emprego do futuro, pois hoje a renda é muito baixa no Estado. Esses são meus dois grandes desafios, que entendemos ser prioridade.”

Reinaldo Pantaleão

Um plano de governo, para ser implementado, vai agir como um todo. Por isso várias questões terão que ter saídas conjuntas. Agora, acredito que a grande dificuldade seja criar mecanismos para oferecer empregos.

Helga Martins

“Hoje, diante da crise econômica, social e política profunda que vivemos, com inflação, preço altíssimo dos alimentos e do custo de vida, bem como a retirada de direitos (trabalhistas, previdenciários), o maior desafio é a construção de uma política efetiva que coloque que a economia nacional e de Goiás deve se desvincular das mentiras propagadas pelos interesses dos monopólios do agronegócio que, só no primeiro trimestre de 2022 lucrou R$ 2,4 bilhões em Goiás, tem créditos disponíveis com juros negativos, isenção fiscal e recebimento de trilhões das estruturas do Estado. 

Ao mesmo tempo, temos 33 milhões de pessoas passando fome no Brasil e, só em Goiânia, temos um aumento de 80% de pessoas em extrema pobreza (vivendo com menos de R$ 290 por mês).

Por isso precisamos alterar o modelo de desenvolvimento e estabelecer um novo padrão econômico que proporcione distribuição de riqueza e melhoria de qualidade de vida, promovendo uma política agrícola e agrária voltada para a produção de alimentos para mercado interno com garantia de financiamento e preços mínimos, oferta de infraestrutura de armazenagem e escoamento de produção, apoio técnico e incentivo à cooperativização, organizando frentes de pequenos produtores e revisando contratos de concessão e políticas de renúncia fiscal praticadas amplamente nos últimos anos.

Enfrentar o agronegócio é nosso principal desafio.

Trata-se de uma candidatura ao governo de Goiás que se pauta na luta anticapitalista, anti-imperialista, antirracista, antilgbtfobica e feminista que tem como centralidade a classe trabalhadora em toda sua multiplicidade.”

Pesquisa eleitoral

Pesquisa Serpes realizada de 13 a 17 de agosto mostra o governador Ronaldo Caiado com 47,7% das intenções de voto na estimulada (quando os nomes são apresentados). Os dados foram divulgados na noite de domingo (21).

O ex-prefeito de Goiânia Gustavo Mendanha aparece em segundo lugar com 19,7%. Ele é seguido por major Vitor Hugo, 3,7%; Cintia Dias, 2,2%; e professor Reinaldo Pantaleão, 1,1%.

O ex-reitor da PUC-GO Wolmir Amado aparece empatado com Edigar Diniz, com 0,6%. Vinícius Gomes da Paixão tem 0,2% e a professora Helga Martins não pontuou. 18,2% dos goianos ainda não decidiram o voto e 5,7% pretendem anular.

Realizada de 13 a 17 de agosto, a pesquisa Serpes ouviu 801 eleitores. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais para mais ou menos e tem confiança de 95%. Os números registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) são GO-08758/2022 e BR-00273/2022.

Em eventual segundo turno, o governador Ronaldo Caiado também venceria em todos os cenários testados pela Serpes. Contra Mendanha, ele levaria a melhor por 54,6% a 28,1%. Já contra Vitor Hugo, a vitória seria de 60% a 13,7%, caso as eleições ocorressem nesta data.

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