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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Cenário político

Marconi Perillo é o candidato dos caiadistas ao Senado?

Caso ambos terminem eleitos, há quem ateste que Marconi já faz parte dos planos de Caiado e vice-versa

Postado em 27 de agosto de 2022 por Felipe Cardoso

Cada vez mais as movimentações do cenário político goiano surpreendem o eleitorado que, em um futuro não muito distante, voltará às urnas para escolha de novos — ou não — representantes. Desde a debandada de Marconi Perillo (PSDB) em relação à disputa ao governo do Estado, o tabuleiro político vem ganhando nova forma.

Um fato digno de destaque, quando o assunto é a eleição deste ano, é que pela primeira vez um governador não apoiará um candidato na corrida ao Senado. Mas isso não é sinônimo de falta de opções. Pelo contrário. Caiado tem várias. 

Diante da difícil missão de escolher um único candidato, o governador preferiu, no entanto, lavar as mãos. A decisão, a princípio, foi encarada —  e pulverizada pelos quatro cantos do estado — como uma ‘aliança velada’ firmada com seu principal adversário: o ex-governador Marconi Perillo (PSDB). 

O argumento é simples e se divide em pelo menos dois importantes pontos. O primeiro deles é que sem Marconi na corrida pelo governo, Caiado amplia as chances de liquidar a disputa ainda no primeiro turno. O recuo do ex-governador foi lido, nos bastidores, como uma pá de terra no projeto encabeçado pelo ex-prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha (Patriota) — principal adversário do governador na disputa que se aproxima. 

Mas não só. Caiado, ao lavar as mãos e não apoiar nenhum dos nomes disponíveis, abriu alas para Marconi nadar de braçada rumo à Casa Alta. Ao se abster de escolher um candidato, o governador pulverizou os votos da base. O dito “apoio mútuo”, só soma para ambos os lados, haja vista que enquanto se dilaceram os coadjuvantes crescem. 

Nos bastidores da política goiana, há quem diga que Marconi já é parte, inclusive, dos planos de Caiado caso ambos terminem eleitos. Isso porque é certa uma abertura considerável de Marconi em um eventual governo encabeçado pelo ex-presidente Lula. Se as projeções se consolidarem, Marconi poderia atuar como o grande interlocutor caiadista junto ao Governo Federal. Um papel que Caiado não poderia esperar de Vanderlan Cardoso (PSD) ou Jorge Kajuru (Podemos) em um governo petista. 

Marconi, na via oposta, também enxerga em Caiado um papel de protagonismo na construção de seu futuro político. Isso porque, em 2026, o governo indicará como sucessor o emedebista Daniel Vilela, que hoje figura como candidato a vice na chapa caiadista. Mas interlocutores garantem que no próximo pleito Marconi tende a colocar a experiência na mesa e entrar forte na briga pelo comando do Estado. 

Para além dos bastidores, alguns fatos têm chamado a atenção e confirmado a tese levantada por players importantes da política. Eles garantem que Marconi tem figurado, nas entrelinhas, como candidato da base ao governo. Recentemente, vale lembrar, um dos principais auxiliares do governador Ronaldo Caiado, o ex-secretário de Saúde Ismael Alexandrino declarou apoio ao nome de Perillo na corrida pelo Senado. Ou seja, o aliado de primeira hora do governador escolheu Perillo em detrimento ao leque de opções da base, inclusive, do próprio presidente de seu partido, Vilmar Rocha (PSD), que também briga pela cadeira. A decisão soa, entre os grandes nomes como, no mínimo, curiosa.

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